Paz e Bem!
O mês de agosto faz o “olhar” da Igreja no Brasil se voltar à realidade das vocações, é o tempo de rezar pelas vocações. Nas comunidades e paróquias brasileiras há os meses temáticos. Julho, por exemplo é o “Mês do Dízimo”, agosto é “Mês das Vocações”, setembro é o “Mês da Bíblia”, outubro é o “Mês das Missões” e assim vai… Por isso em agosto somos chamados a olhar com reverência para os vocacionados. Mas quem são os vocacionados? São apenas os jovens que desejam seguir o caminho do sacerdócio? São as moças que desejam se tornarem freiras? Não, o tempo é de rezarmos pela nossa própria vocação.
O Convento da Penha tem feito uma série de atividades presenciais e online para ajudar os jovens a despertarem o desejo de seguir Jesus Cristo a modo de São Francisco de Assis. Também na Arquidiocese de Vitória, alguns seminaristas e diáconos transitórios estão dando passos importantes no processo formativo. Nos últimos fins de semana, entre julho e agosto, a Igreja particular de Vitória já ganhou ao menos 5 novos presbíteros para o serviço ministerial ao povo e à Igreja.
Um desses novos sacerdotes é o jovem capixaba Alessandro Rebonato, ordenado pelas mãos do Arcebispo Metropolitano Dom Frei Dario Campos, no dia 7 de agosto. Ele presidiu a Missa no Campinho do Convento na última segunda-feira (16). Como hoje é dia de #tbt, vamos recordar esse momento. Sua origem é da paróquia Virgem Maria de Itacibá, Cariacica-ES. “Senti uma obrigação, como filho, senti no coração o desejo de vir aqui celebrar a minha primeira missa na Casa da Mãe”, comentou o Padre Alessandro no início da Celebração.
No início da homilia, Padre Alessandro recordou que sua devoção à Nossa Senhora da Penha já é uma história antiga. “Somos convidados nesta tarde a meditar a Palavra de Deus. Gostaria de reafirmar minha grande alegria de poder celebrar minha primeira missa aqui no Convento da Penha. Freis, sou da época que a Romaria dos Homens, a Missa era aqui em cima, depois aqui já não comportava a quantidade de homens e passou a ser lá na Prainha. Sou daquela época, vinha a pé lá de Itacibá, Cariacica, duas horas e meia, três horas de caminhada e chegávamos no pé do morro e falávamos: ‘meu Deus ainda tem o morro do Convento ainda pra subir’ (risos) e quando chegávamos aqui aquela maravilha, aquele mar de gente, aquela Missa muito linda, muito abençoada, coroando toda aquela caminhada caminhada, aquela peregrinação até a casa da Mãe”, lembrou o padre.
O neossacerdote explicou a Liturgia da Palavra, o episódio em que Jesus faz a correção fraterna, a necessidade de perdoar sempre o outro, infinitamente, depois Jesus fala que todos devemos ter um coração de criança. “Hoje Jesus vai tocar num ponto muito importante que é o apego às coisas deste mundo. Aquele jovem disposto a seguir Jesus Cristo como apóstolo, pergunta para ele: ‘Mestre, o que eu tenho de fazer para ganhar a vida eterna, para trabalhar no teu reino, para participar da sua obra?’. Jesus fala pra ele: você tem que viver o mandamentos! Aquele jovem, – processe o Padre Alessandro – sentia que precisar de ser ainda mais reto, de ter retidão e por isso ele vai até Jesus, porque o Senhor tem um novo modelo de vida, ele ficou interessado na mensagem de Jesus… A primeira resposta do Senhor foi essa, observar os mandamentos. Jesus viu que ele queria ser perfeito, completo, percebeu nele uma sede, uma fome de fazer a vontade de Deus. Em seguida, Jesus fala com ele: ‘vende tudo que você tem, dá aos pobres, depois de fazer isso, vem e segue-me’. O jovem foi embora triste porque não foi capaz de abrir mão das riquezas deste mundo. Infelizmente nós também corremos este risco, de vir participar das santas missas, dos encontros, mas quando Deus me pede algo a mais, você é capaz de dizer: não, o que estou fazendo é suficiente…”
Padre Alessandro também comentou o apego que muitas vezes nos priva das coisas de Deus. “Nós muitas vezes deixamos de crescer nas virtudes porque somos apegados demais nas coisas deste mundo, esquecemos que as coisas deste mundo vão passar, os bens materiais, as pessoas, as riquezas que adquirimos, tudo isso vai passar, mas nossa mentalidade é tão atrofiada, pensamos tão pequeno, achamos que a felicidade se resume naquilo que vivemos neste mundo e corremos um grande risco de viver incompletos nesta vida, imperfeitos, porque não somos capazes muitas vezes de abrirmos mão daquilo que o Senhor nos pede. Ele nos pede unicamente uma coisa: tudo! Tudo o que você tem precisa ser de Deus!”, explicou.
“A grande mensagem nesta tarde é: tudo que você possui neste mundo, seus bens materiais, suas riquezas, entregue nas mãos de Deus. Não é para vender e dar o dinheiro para as pessoas, os pobres, mas o que Jesus está falando para nós é se estamos dispostos a deixar tudo para o seguir… Quando coloco meus bens materiais, minha riqueza nas mãos de Deus eu vou ser capaz de ajudar quando meu irmão precisar, eu não vou ser apegado”, enfatizou o presbítero.
Ao encerrar a Missa com a bênção final, Padre Alessandro voltou a agradecer a oportunidade de celebrar uma missa no Convento, aos pés de Nossa Senhora da Penha, de quem ele tem profunda devoção.