.Paz e Bem.
Neste domingo o Evangelho de Lucas 14,25-33 nos lembra que o discípulo, o verdadeiro discípulo de Jesus, é aquele que aprende e segue a Jesus. É o desapego das coisas terrestres, é o carregar a cruz, também construir uma torre, ou seja, construir a vida, e ao invés da guerra, as negociações de paz. E assim, o desapego das coisas, o Evangelho fala, Nosso Senhor fala, que quem não se desapegar das coisas, da família, também do pai, da mãe, dos irmãos, da mulher e até da própria vida, não é digno de mim. Não está ele querendo significar com isso o desprezo, o abandono, o deixar de lado esses nossos irmãos queridos, mas que em primeiro lugar está o próprio Cristo.
O segundo momento do carregar a cruz, Nosso Senhor nos lembra justamente que seguir atrás dele, ele é o nosso guia e não há outro guia maior do que ele mesmo. Também nos lembramos de que o Evangelho nos propõe construir a torre, construir a vida. Nós estamos aqui no alto do convento da Penha, propriamente ao lado de uma torre, mas nos lembra a construção da torre, que é a nossa própria vida, que é necessário fazer todo um percurso, ou levar em conta algumas circunstâncias, como seja, calcular, sentar-se primeiro, calcular os gastos, pensar bem e acima de tudo, pensar no material de qualidade com o qual nós vamos trabalhando, construindo a torre.
Esse material de qualidades, com certeza, é o empenho, é a fidelidade, é a dedicação, a perseverança na construção da vida, sempre levando em conta que a vida é um dom precioso de Deus. E Nosso Senhor fala até que devemos nos desapegar da própria vida, a vida é um dom precioso, Ele nos a concede e nós a entregamos também totalmente em favor de nossos irmãos e irmãs. E o quarto item, o ponto importante que também nós interiorizamos, é que ao invés da guerra, ao invés de um rei todo poderoso, dois reis, um mais forte que o outro, em lugar da guerra, planejar a guerra, negociar as condições de paz.
No mundo de hoje, uma maneira de construir a paz é assim justamente, não mais a paz armada, mas sim as pontes. O Papa, em uma certa ocasião ainda, João Paulo II e depois também o Papa Francisco, nos lembra que estamos no tempo de construir pontes, construir torres, a vida, as pontes. A vida do discípulo se constrói, deve ser assim, na paz, negociações de paz, não uma paz armada, mas aquela que também confia justamente na responsabilidade da propagação da paz.
Caríssimos, nossos irmãos, a vida do discípulo de Jesus conhece desafios e impedimentos. Desafios e impedimentos, por exemplo, os desafios de combate aos males e o desapego das riquezas. E ali então vem, Nosso Senhor, justamente a palavra, o centro talvez dessa nossa pregação, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem.
Confira a reflexão do Frei Claudino Dal’Mago.