Moacir Beggo
Vila Velha (ES) – Colocar uma multidão de romeiros nas ruas, rezando e cantando o tempo todo, sem incidentes, não existe em lugar nenhum do mundo. Só pode ser um milagre de Nossa Senhora da Penha. A cada ano que passa, o povo renova sua fé e vai para as ruas numa gigantesca demonstração de fé. Neste sábado, a Romaria dos Homens chegou à 55ª edição e os organizadores e a Polícia Militar podem cravar sem medo que mais de 500 mil pessoas participaram desta caminhada no Oitavário da Festa da Penha.
Apesar o calor, a chuva e o povo, aos poucos, foi chegando no entorno da Catedral dando uma mostra de que seria uma noite inesquecível. A Catedral lotou para a Missa do envio, presidida por Dom Rubens Sevilha, às 18 horas. Às 19h20, Dom Sevilha deu a bênção e pediu ao povo que caminhasse com Maria e Jesus Ressuscitado com muita calma e, principalmente, levando a mensagem de paz.
No “Penha-móvel”, a imagem deixou a Catedral às 19h30. As velas foram acesas num espetáculo de beleza e fé inigualável. Ao mesmo tempo, milhares de luzes se juntavam às velas para deixar a caminhada mais bela ainda. Eram as luzes máquinas digitais e celulares eclodindo em todas as direções. A Romaria dos Homens de 2013 entrou pra valer nas mídias sociais.
Os músicos e cantores do trio elétrico pediram ao Espírito Santo iluminação para garantir a animação e a oração dos romeiros. Nas ruas mais estreitas do centro de Vitória, a multidão teve calma para esperar que a caminhada ganhasse ritmo. A primeira rua a reunir a multidão na partida tem um nome especial: Frei Pedro Palacios, o dono da festa.
Quando a marcha dos peregrinos de Maria atingiu a Segunda Ponte e a avenida Carlos Lindenberg, o ritmo foi um pouco mais forte e, duas horas depois, alguns romeiros já chegavam na Prainha ou subiam o Morro da Penha. A grande multidão, contudo, caminhava tranquilamente, rezando e cantando, acompanhando os carros de som. No percurso de 14 quilômetros, o público foi se juntando à marcha. Quem não quis caminhar, mesmo assim foi para as ruas e saudou os romeiros. Muitos jovens, no ano em que a Campanha da Fraternidade aborda o tema juventude e fraternidade e no ano da Jornada Mundial da Juventude, estavam nas ruas, grupos uniformizados de comunidades da Grande Vitória.
Uma faixa da avenida Carlos Lindenberg ficou para os carros, mas foi difícil para os guardas conseguirem evitar que a multidão não tomasse conta desta faixa. Não havia espaço nas ruas para tanta gente! E essa demonstração de fé prosseguiu calmamente no ritmo da canção consagrada de Pe. Zezinho: “No peito eu levo uma Cruz, no meu coração o que disse Jesus”!
Uma multidão preferiu caminhar, mas ficou aguardando na Prainha o povo chegar para participar da celebração eucarística. Neste ano, a imagem só chegou à Prainha por volta das 23h45, quando teve início a Santa Missa presidida por Dom Luiz Mancilha Vilela e concelebrada pelos bispos auxiliares de Vitória, pelo Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, pelo guardião do Convento da Penha Frei Valdecir Schwambach e sacerdotes de toda a Arquidiocese e do Estado. Religiosos, seminaristas, autoridades civis e militares participaram da celebração que terminou já na madrugada do domingo.
É importante destacar que a multidão que se viu na Prainha é apenas uma parte dos romeiros que marcharam depois de 4 horas. Muitos não acompanharam todo o cortejo, outro grupo grande ainda teve fôlego para subir o Morro da Penha. Ao mesmo tempo que as ruas próximas da Prainha recebiam a multidão, outras milhares de pessoas voltavam para suas casas.
A Festa da Penha já é o terceiro maior evento mariano do país, atualmente reunindo mais de 1 milhão de devotos, que durante os nove dias da festa participam de 57 missas, além das Romarias. Neste domingo, o povo vai dar outra grande demonstração de fé na Romaria das Mulheres, que cresce a cada ano.
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