Moacir Beggo
Vila Velha (ES) – No quarto dia do Oitavário da Festa da Penha (3/4), o povo veio de longe para fazer a sua devoção a Nossa Senhora da Penha, já que a celebração eucarística das 14h30 ficou a cargo da área pastoral de Benevente, composta pelas paróquias: Nossa Senhora da Conceição (Guarapari e Alfredo Chaves), Nossa Senhora da Assunção (Anchieta), Nossa Senhora de Lourdes (Perocão), São José (Bairro São José) e São Pedro (Muquiçaba).
Pe. Eduardo de OLiveira Rodrigues, da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição de Guarapari, presidiu a celebração e Frei Alvaci Mendes da Luz presidiu o momento devocional franciscano que acontece antes da Santa Missa. Além dos sacerdotes, diáconos e religiosos desta área pastoral, concelebraram os frades do Convento da Penha, o guardião Frei Valdecir Schwambach e o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel.
A Festa da Penha é conhecida pelas suas romarias e, nesta quarta-feira, foi a vez dos Militares fazerem a sua devoção à Mãe de Deus. A Romaria dos Militares chegou um pouco antes das 15 horas ao Campinho, onde acontecem a maioria das principais celebrações religiosas até o dia da Padroeira, 8 de abril.
Pe. Eduardo fez sua homilia narrando um dos momentos mais belos do Evangelho: os discípulos de Emaús e o percurso dos primeiros cristãos em busca do Ressuscitado. “Muito mais do que percurso geográfico, o evangelista Lucas quer nos relatar o quanto os primeiros cristãos estavam decepcionados com a morte do seu Mestre. Porém, Jesus nos mostra que, mesmo diante da incredulidade, da falta de fé, da falta de esperança, Jesus se faz presente na vida de cada um de nós, esperando que venhamos a dar a devida oportunidade e abertura à sua Palavra”, disse Pe. Eduardo.
Segundo o celebrante, Jesus, com a sua Palavra, aos poucos estava vencendo as trevas e os seus corações, mostrando que a sua morte tinha sido vencida pela sua vida. Que o amor com que ele se entregou por obediência ao Pai foi maior do que o ódio dos seus algozes.
Para Pe. Eduardo, um caminho para encontrar-nos com Cristo ressuscitado e sentir que nosso coração se inflama com sua presença é reunir-nos em seu nome, ler os evangelhos e partir o pão. “Quando Jesus senta-se à mesa com os discípulos e parte o pão, tudo fica evidente para os discípulos. Pois é no partir do pão que nós reconhecemos a Jesus Ressuscitado. E não precisamos de provas cabíveis, concretas, para percebermos a sua presença. Assim vemos a importância de nos reunirmos em nossas comunidades para reconhecermos de forma privilegiada a Jesus Ressuscitado. Através das Sagradas Escrituras e através do partir do pão, Jesus se dá como verdadeira comida e verdadeira bebida a todos nós”, acrescentou.
No final, o celebrante pediu: “Que Jesus possa caminhar ao lado de cada um de nós, que ele nunca se aparte da nossa vida, pois precisamos de sua presença, de seus ensinamentos, precisamos do seu corpo e do seu sangue, para levarmos adiante os seus ideais e os seus valores. Não podemos nos furtar dessa obrigação imperiosa de batizados que somos. A graça de Deus pressupõe a natureza humana e, se abrirmos o nosso coração, com certeza, Jesus se fará morada em nossos corações e em nossas vidas”.
Às 14h30 tarde, Frei Valdecir Schwambach fez a acolhida do povo e Frei Florival Toledo garantiu a animação do Oitavário, com os cantores e os músicos do Convento, entre eles o músico Sebastião Oliveira, filho do músico mais importante capixaba, Maurício Oliveira.
O Oitavário é um momento que antecede a Missa e que convoca os devotos à oração e meditação recordando o sentido de ser neste morro e Santuário da graça e do perdão.
Frei Alvaci Mendes da Luz, coordenador do Pró-Vocações da Província da Imaculada Conceição, presidiu o momento devocional franciscano e leu um trecho do documento “Unitatis Redintegratio” (Reintegração da unidade) do Concílio Vaticano II que fala sobre o Ecumenismo: “A solicitude para instaurar a união [entre os cristãos] se impõe a toda a Igreja, tanto aos fiéis como aos pastores e afeta a cada um em particular, de acordo com sua capacidade, quer na vida cristã cotidiana, quer nas investigações teológicas e históricas. Esta preocupação já manifesta, de certo modo, os laços fraternos existentes entre todos os cristãos, e conduz à plena e perfeita unidade, segundo a benevolência de Deus.” (UR 5).
Nesta quinta-feira, quinto dia do Oitavário, a Santa Missa será coordenada pela área pastoral da cidade de Serra.
Na galeria de fotos abaixo, o momento devocional franciscano e a celebração eucarística a partir da procissão de entrada.
[nggallery id=37]