Novo bispo toma posse na Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES

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Foto: André Fachetti - Fotografia e Fineart

Paz e Bem!

A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim-ES já tem novo bispo atuando. Dom Luiz Fernando Lisboa tomou posse na manhã deste sábado (20), na Catedral São Pedro, em cerimônia restrita, que contou com a participação do Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Dario Campos e do bispo de São Mateus, Dom Paulo Bosi DalBó.

Após mais de dois anos de vacância, haja vista que Dom Dario foi nomeado como Arcebispo de Vitória em 7 de novembro de 2018 , o Papa Francisco nomeou Dom Luiz Fernando como o 5º bispo para a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim no último dia 11 de fevereiro. Na mesma data, o Pontífice ainda concedeu a dignidade de ‘arcebispo’ a Dom Luiz. Ele era bispo de Pemba, em Moçambique, no continente africano, e ficou bastante grato com a nova diocese que vai pastorear.

Foto: André Fachetti – Fotografia e Fineart

A Posse Canônica pode ser acompanhada por veículos de comunicação que transmitiram para o Brasil e para o mundo, todos os momentos da cerimônia. Pelas redes sociais, mais de 3 mil pontos estiveram ligados na transmissão.

A Diocese de Cachoeiro de Itapemirim foi criada em 16 de fevereiro de 1958, pela Bula “Cum Territorium”, do Papa Pio XII, desmembrada da então Diocese do Espírito Santo, hoje Arquidiocese de Vitória. Situada ao sul do Estado, pertence à Província Eclesiástica de Vitória do Espírito Santo e ao Regional Leste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A extensão territorial da Diocese continua sendo a mesma de 1958, mas o número de Municípios e Paróquias aumentou. Hoje, sua área geográfica abrange 27 municípios do Sul do Estado do Espírito Santo, que juntos totalizam 43 paróquias, 1.040 comunidades e cerca de 450 mil fiéis, além de importantes instrumentos de evangelização e compromisso com as pastorais, círculos bíblicos, movimentos e ministérios, escolas de Teologia e Diaconato Permanente e dois seminários para formação de presbíteros (Bom Pastor e São João Maria Vianney).

Na última quinta-feira, Dom Luiz Fernando concedeu uma entrevista coletiva à imprensa. Dentre os diversos temas que ele comentou, como o enfrentamento aos problemas humanitários, sobre os desafios da evangelização no meio moderno, o bispo falou sobre a desigualdade social. “Aqui no Brasil nós sabemos que a Igreja sempre se posicionou muito a favor e ao lado dos mais pobres, dos desfavorecidos, dos vulneráveis. Neste momento essa situação toda que estamos vivendo, tem feito sofrer a todo mundo, é verdade, mas principalmente os mais pobres. A Igreja não pode se calar, a Igreja precisa falar” – e acrescentou “quando os governos não aceitam defender a vida ou não defendem a vida, a Igreja deve dizer alguma coisa e nem sempre é compreendida, mas a Igreja está cumprindo seu papel. Por aqui, a Igreja tem procurado colaborar com as autoridades sanitárias, com a ciência, no sentido de acolher e aceitar aquelas que são as orientações, para que possamos ultrapassar essa pandemia”, afirmou.

Quando questionado sobre a atuação da comunicação, sobretudo pelas mídias digitais, como aliada na superação da triste situação sanitária e de saúde provocada pela pandemia do coronavírus,  Dom Fernando disse que “o Papa pediu para aproveitarmos os meios que temos para evangelizar e levar palavras de ânimo, esperança para as pessoas” e ressaltou as vertentes possíveis de utilizarmos as redes sociais. “Assim como podemos usar as mídias para o bem, também podemos utilizá-las para o mal. Precisamos tomar cuidado, são enviadas muitas mensagens que não têm sentidos, muitas fakenews, tantas coisas que são lançadas nesse meio de comunicação e que as vezes passamos para frente sem tomar o devido cuidado, sem saber a fonte. E aqui vai um alerta para nós que somos cristãos, todos nós que queremos o bem do outro, queremos cuidar um do outro, tenhamos esse cuidado, repassar coisas boas que vão acrescentar na vida, que vão ajudar, uma mensagem positiva; e não coisas negativas, coisas que nos dividem, que nos separam, conteúdos ligados ao ódio, ao chamar o outro de nomes, taxar o outro como isso ou aquilo, isso não vale a pena. Podemos ter nossa opinião, aproveitando esses meios para comunicar valores que nos ajudem a crescer como pessoas, como humanos, pessoas de fé”, explicou.

Durante a Posse Canônica deste sábado, um momento muito simbólico e importante foi quando, depois da entrada dos bispos e do Administrador Diocesano, Padre Walter Luiz Altoé, após leitura do documento de nomeação da Santa Sé, Dom Dario Campos passou o cajado episcopal (báculo) e pediu que Dom Luiz Fernando pudesse assentar-se na Cadeira do Bispo (Cátedra). Em seguida, foram lidas manifestações da CNBB (Regional Leste 2), da antiga diocese do bispo e de Dom Dario. Por fim, ainda nos ritos iniciais, alguns poucos fiéis presentes, deram as boas-vindas ao novo pastor.

A homilia de Dom Luiz foi carregada de emoção e gratidão. Agradeceu a Deus, ao Papa Francisco pela nomeação, aos familiares e amigos, ao Administrador Diocesano de Cachoeiro e a todos que de alguma forma fazem parte da Igreja; e se dirigiu ao povo de Deus. “Acredito numa Igreja que seja ministerial, que seja missionária, samaritana, compassiva, profética. Uma Igreja em saída, como gosta de desafiar o Papa Francisco, uma Igreja que viva em comunhão, que construa a unidade na diversidade, aberta ao diálogo com o outro, com o diferente, com as forças vivas da sociedade, com outras religiões, uma Igreja que cuida dos pobres e os ajude na sua promoção e na recuperação de sua dignidade. O mundo está doente! O mundo precisa de cura! Pandemia, indiferença, empobrecimento forçado, abandono de vulneráveis, desemprego, subemprego, aumento das pessoas a viverem nas ruas, falta de sensibilidade com o sofrimento alheio. Há muitas cruzes que são impostas, consequências das escolhas que o ser humano faz, porém, Cristo Crucificado, escândalo para os judeus, insensatez para os pagãos, para nós é poder de Deus e sabedoria de Deus, como ouvimos de São Paulo na sua primeira Carta aos Coríntios: a cruz que Jesus oferece é a cruz do seguimento, é a cruz como caminho de libertação e de vida. É a cruz daqueles que trabalham para construir o Reino. É a cruz daqueles que trabalham para descer da cruz os crucificados de hoje. Não se chega à Luz sem passar pela cruz”, explicou.

Ainda na reflexão, o bispo Luiz Lisboa falou sobre seu lema de ordenação presbiteral e episcopal. “‘Enviou-me para evangelizar os pobres’, quem são os pobres de hoje? Os preferidos de Jesus devem ser os preferidos da Igreja, daqueles e daquelas que se sentem Igreja. Uma Igreja pobre e para os pobres, tem insistido o Papa Francisco. Nós os vemos nas periferias geográficas, nos centros da cidade, mas também nas periferias existenciais. Quanta angústia, tristeza, depressão, falta de esperança… Os pobres estão mais próximos do que imaginamos, podem estar até do nosso lado, dentro das nossas casas, ao lado das nossas casas… O Papa Francisco me colocou aqui como pastor deste rebanho. Desejo que todos participem deste pastoreio, cada um, cada uma fazendo a sua parte”, finalizou.

Fotos: André Fachetti – Fotografia e Fineart


Convite para a Festa da Penha

O Guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Roberto Pereira, saudou o novo bispo diocesano de Cachoeiro, na tarde deste sábado, durante a transmissão do Encontro Mensal do Terço dos Homens e Missa do Convento. O Guardião convidou Dom Luiz Fernando para que ele participe dos festejos em honra à Padroeira do Estado do Espírito Santo. Além de rezar pelo bispo, ele lembrou que será um privilégio ter sua presença durante o Oitavário de Nossa Senhora da Penha. ”

“Gostaria de saudar Dom Luiz Fernando, novo bispo da diocese de Cachoeiro de Itapemirim no nosso Estado do Espírito Santo. Seja bem-vindo, Dom Luiz, o povo de Cachoeiro e do estado inteiro o acolhe com fraterno paz e bem. Seja bem-vindo entre nós e o convido para celebrar conosco no Oitavário da Festa da Penha. Nos alegramos com os municípios e paróquias da Diocese!”, convidou o Guardião da Penha.


Quem é Dom Luiz Fernando Lisboa?

Dom Luiz Fernando Lisboa nasceu em Marques de Valença (RJ) no dia 23 de dezembro de 1955. Ele é o nono de doze filhos do casal Francisco Lopes Pereira Lisboa e Benedita de Oliveira Pereira, ambos falecidos. Com nove anos de idade mudou-se, com a sua família, para Osasco (SP), onde passou parte de sua infância, adolescência e juventude.

Em agosto de 1975, aos 19 anos, ingressou no seminário São Gabriel da congregação da Paixão de Jesus Cristo (missionários Passionistas), em Osasco (SP); fez seu noviciado em São Carlos (SP); cursou Filosofia na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Curitiba (UCP naquela época); Estudou Teologia no Instituto Teológico São Paulo (ITESP). Foi ordenado sacerdote em 10 de dezembro de 1983.

Foto: André Fachetti – Fotografia e Fineart

Ele possui duas especializações (Liturgia e Missiologia) na Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção (atual PUC SP) e mestrado em Teologia Pastoral pela PUC Curitiba, onde também foi um dos coordenadores do Curso de especialização em Missiologia.

Exerceu várias tarefas na congregação dos Passionistas e nas dioceses por onde passou, entre as quais: formador em várias etapas da formação, vigário, pároco, conselheiro provincial, coordenador de formação; coordenador da área de missão, diretor do Centro de Defesa dos Direitos Humanos de Osasco, membro do Conselho de Direitos Humanos de SP e assessor no Curso de Teologia.

No início do ano de 2001, foi como missionário Ad Gentes para a diocese de Pemba, Moçambique, onde trabalhou por oito anos; retornou ao Brasil e trabalhou por quatro anos como pároco na paróquia Santa Teresinha de Lisieux, em Colombo, na arquidiocese de Curitiba (PR).

Em 12 de junho de 2013, o Papa Francisco o nomeou como Bispo de Pemba. Sua posse se deu dois meses depois, em 14 de setembro, com celebração na Universidade Católica de Pemba. A cerimônia contou com a presença do presidente da Conferência Episcopal de Moçambique, de arcebispos, bispos, padres e leigos da região e do Brasil. Na Conferência Episcopal de Moçambique exerceu o serviço de secretário-geral e coordenador do Departamento Social.

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