Paz e Bem!
Noite Franciscana, na Festa da Penha, vai resgatar gesto de aproximação entre cristãos e muçulmanos
Dança do Ventre, teatro, show musical e bateria de escola de samba compõem o espetáculo multicultural para celebrar os 800 anos da visita de São Francisco de Assis ao Sultão Al-Malik-al Kamil.
Em 1219, no tempo das Cruzadas para a conquista da Terra Santa, um homem desafiou o ódio e a intolerância da guerra para defender a paz. Oitocentos anos depois, o gesto de São Francisco de Assis de visitar o sultão Al-Malik-al Kamil, na cidade de Damieta, no Egito, será celebrado através do “Tributo Paz e Bem”, na Noite Franciscana, durante a Festa da Penha 2019.
O evento será composto por apresentações de músicas, teatro, bateria da Mocidade Unida da Glória e dança do ventre. Será realizado no dia 26 de abril de 2019, às 19h30, no Campinho do Convento da Penha, como parte da programação do Oitavário em preparação para a grande da Padroeira do Espírito Santo. A entrada é gratuita.
O objetivo é promover múltiplas expressões artísticas, resgatando o gesto fraterno e corajoso do Santo de Assis e do Sultão e a inspiração para a permanente busca pela paz, a fraternidade, o diálogo inter-religioso, a tolerância e o respeito entre todos os povos e religiões.
Teatro – O Santo e o Sultão – Ao relembrar o gesto de São Francisco, a peça “O Santo e o Sultão”, reviverá a atitude missionária de aproximação entre cristãos e muçulmanos, em contraposição aos sangrentos movimentos militares cristãos, conhecidos como Cruzadas, revelando o quanto a mensagem em defesa do respeito e da tolerância se mantém primordial nos tempos atuais. A criação é da Baobá Cultural Produções, sob a coordenação do ator, diretor e dramaturgo Vinícius Duarte. O artista atuou no Grupo Z de Teatro, Grupo Beta de Teatro e participou do Núcleo de Dramaturgia do Centro Cultural Sesc Glória.
Dança do Ventre – O teatro se mesclará com um espetáculo de Dança do Ventre, criado para a celebração da visita de São Francisco ao Sultão. De origem milenar, a manifestação reconhecida atualmente como uma expressão do folclore árabe trará o oriente para o centro da encenação, iluminando com suas cores e gestos a história do santo que desafiou as guerras para construir a fraternidade e a paz. A apresentação será coordenada pela bailarina, coreógrafa e professora de Dança do Ventre Natália Piassi, uma das idealizadoras da Cia Natália Piassi e dos projetos: Encontro Capixaba de Dança do Ventre, Gincana Bellydance e Divina Dança.
Show Musical do Frei Paulo César – Vigário Casa, Atendente Conventual e Animador do Serviço de Animação Vocacional (SAV) local, o Frei Paulo César Ferreira da Silva fará um show musical integrado por clássicos nacionais, misturando rock, samba e MPB, para promover os valores do amor, da compaixão e do respeito mútuo pregados por São Francisco de Assis. Natural de Caxambu, em Minas Gerais, o Frei ingressou na Ordem dos Frades Menores, em 1977, e há cinco anos integra a Fraternidade do Convento da Penha.
Herdou da mãe o dom de cantar. Teve bons mestres de canto, como Frei Leto Bienias e Frei José Luiz Prim, do Coral Meninos Cantores de Petrópolis (Canarinhos). Integrou o grupo por três anos. Participou da gravação de CDs de canto litúrgico, entre eles, do CD Um Canto Novo – Volume I, com Frei Fabreti; do CD da Missa de Frei Galvão, junto com um grupo de frades; e do CD Hinos e Cantos a Nossa Senhora da Penha, gravado pelo Coral Palestrina, da regente Irmã Custódia Cardoso.
O show contará com a participação da cantora da Banda da Polícia Militar do Espírito Santo, Tatiani Celeste; da cantora mirim, integrante do Coral Curumins da Faculdade de Música do Espírito Santo (Fames), Luma Frisso; da vocalista da Banda Hangblues, Dani Regiani; e da harpista, educadora musical e musicista do quadro de Oficiais do Corpo Musical da Polícia Militar do Estado do Espírito Santo, Glaucia Castilhos.
Bateria da MUG – Ao final do show musical, os ritmistas da Bateria da Escola de Samba Mocidade Unida da Glória (MUG) farão uma apresentação para homenagear Nossa Senhora da Penha e para celebrar a importância da arte e da cultura na construção da paz.
A arte como manifestação e expressão da vida se insere no contexto sócio-transformador de evangelização da festa da padroeira capixaba a partir da inspiração mariana e da espiritualidade franciscana. É uma forma de reflexão e mobilização das pessoas em torno dos desafios do mundo contemporâneo marcado pelo medo, a ganância, o ódio e o preconceito.