Paz e Bem.
Quem acompanha a vida e missão dos franciscanos – que há mais de quatro séculos e meio estão presentes em terras capixabas -, já notou o dinamismo de todo o trabalho de evangelização, até como uma característica bem presente no exemplo de Francisco de Assis, e conseguiu perceber como os frades valorizam as devoções tradicionais e as liturgias tipicamente de origem franciscana.
A Coroa das Sete Alegrias de Nossa Senhora, por exemplo, é uma devoção genuinamente Franciscana. Nela meditamos os momentos em que o coração de Nossa Senhora transbordou de alegria. Tal devoção, começou em 1442, no tempo de São Bernardino de Siena, quando se difundiu a notícia de uma aparição da Virgem a um noviço franciscano. Este, desde pequeno, tinha o costume de oferecer à Bem-Aventurada Virgem, uma coroa de rosas. Quando ingressou entre os Irmãos Menores, sua maior dor foi a de não poder seguir oferecendo à Santíssima Virgem esta oferenda de flores.
Neste tempo da Quaresma, dentro do nosso itinerário com o Senhor, estamos refletindo as Sete Dores de Nossa Senhora, uma devoção antiga cultivada por Santo Afonso Ligório, que busca difundir a devoção a essa Mãe dolorosa. Isso se deve ao seu amor pela Paixão de Cristo e pela missão corredentora de Maria aos pés da Cruz. Já no século oitavo os escritores eclesiásticos falavam da “compaixão da Virgem”, fazendo referência a participação da Mãe de Deus nas dores do Crucificado. Os monges servitas, que tinham uma profunda devoção às dores de Maria.
As Dores de Maria são:
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1. A profecia de Simeão sobre Jesus. (Lc 2, 34-35)
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2. A perseguição de Herodes e a fuga da Sagrada Família para o Egito. (Mt 2, 13-21)
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3. A perda do Menino Jesus no Templo de Jerusalém durante três dias. (Lc 2, 41-51)
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4. O encontro admirável de Maria com Seu Filho Jesus carregando a Cruz, no caminho para o Calvário. (Lc 2, 41-51)
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5. Maria observando o sofrimento e a morte de Jesus na cruz. (Jo 19, 25-27)
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6. Maria recebe em seus braços o corpo do seu filho morto tirado da cruz. (Mt 27, 55-61)
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7. Maria observa quando depositaram o corpo de Jesus no sepulcro, ficando Ela em triste solidão. (Lc 23, 55-56)
Maria sempre esteve com Jesus do seu nascimento, passando pela morte até a sua gloriosa Ressurreição e Ascensão ao céu. Esteve com a Igreja no Pentecostes e nos seus inícios. Maria está entre as poucas pessoas que não abandonam o Calvário é a nossa companheira no sofrimento, pois esteve firme, de pé quando via o seu único filho ser crucificado injustamente, e com Ele oferecia também as suas dores. Na verdade não estamos exaltando a dor de Jesus e Maria, mas a Vitória, a certeza que toda dor passa e nos encaminha para a ressurreição.
Em mais uma terça-feira, como de costume, o Frei Paulo César Ferreira e o músico Jaime Soares, rezaram diretamente do Campinho do Convento da Penha, o “Terço da Terça”, meditando as Sete Dores de Maria. Um momento sempre especial e aguardado por fiéis espalhados em várias partes do Brasil.