Paz e Bem.
A manhã desta quinta-feira, 25 de dezembro, foi marcada por fé, alegria e profunda contemplação durante a Solenidade do Natal do Senhor. Às 9 horas foi celebrada no Campinho do Convento da Penha a Santa Eucaristia, presidida pelo Frei Claudino Dal’Mago, que convidou os fiéis a reconhecerem no mistério do presépio a manifestação da paz, da salvação e da verdadeira felicidade que vem de Deus.
“A palavra eterna se fez carne e habitou entre nós”
Logo no início da homilia, Frei Claudino destacou que o Natal é a celebração da alegria que vem do alto e se estabelece no coração humano. Inspirado pelas leituras do dia, recordou o anúncio do profeta Isaías (52,7-10): “Como são belos, andando sobre os montes, os pés de quem anuncia e prega a paz, de quem anuncia o bem e prega a salvação”, afirmando que também hoje os cristãos são chamados a ser anunciadores dessa paz, que é o próprio Cristo. “A paz que é o próprio Cristo, conhecemos quem é Deus porque Cristo nos revelou. Cristo revela o rosto do Pai e a palavra como nós a ouvimos, essa palavra eterna se fez carne, habitou entre nós”, afirmou.
Ele ressaltou que essa Palavra encarnada é alimento cotidiano para a vida cristã, pois o próprio Cristo se faz presente na Palavra proclamada e na Eucaristia celebrada. “Deus outrora nos falou de muitos modos, de muitas maneiras, mas nesses últimos tempos ele nos falou através de seu próprio Filho. Ele manifesta a glória do Pai e sustenta o universo com o poder de sua palavra. O mistério do Natal revela um Deus que escolhe a fragilidade e a humildade para se manifestar ao mundo. Deus Pai, que é o rei do mundo, se faz presente na fragilidade de uma criança, na humildade do presépio. Aquele que é o rei do universo se torna visível numa manjedoura.”
“Uma criança, na sua fragilidade, traz o poder da mão poderosa de Deus. A palavra se fez carne, se fez alimento. Desse alimento nós nos alimentamos, na Palavra, na Eucaristia e na caridade que vivemos. Esse é o esplendor da glória do Pai, que se manifesta numa criancinha, aparentemente insignificante aos olhos do mundo, mas aí está a grandeza de Deus que vem ao nosso encontro”
São Francisco, Maria e a contemplação silenciosa do mistério
Na parte final da homilia, Frei Claudino recordou a espiritualidade de São Francisco de Assis, profundamente marcada pelo presépio, e destacou a figura de Maria como modelo de contemplação. “Para São Francisco de Assis, quem causava uma impressão muito grande no presépio era a mãe de Jesus. Ela contempla, sem palavras, aquela grandeza: aquele que é o rei do universo está ali na simplicidade de uma criança. O Natal é feliz, não de uma felicidade passageira, mas da felicidade que é o próprio Cristo, a alegria perfeita do Evangelho.”
Oração diante do presépio encerra a celebração
Ao final da Missa, os fiéis participaram de um momento especial de devoção, com a oração diante do presépio, reforçando o espírito de contemplação do mistério da Encarnação. O gesto levou cada uma acolher o Senhor que nasce humilde, renovando o compromisso de anunciar, com a própria vida, a paz verdadeira, o perdão e a reconciliação. “Somos portadores felizes desta verdade. Somos instrumentos da paz, instrumentos desta boa nova”, concluiu Frei Claudino.
Oração diante do Presépio
Menino das palhas, Menino Jesus,
Menino de Maria, aqui estou diante de ti.
Tu vieste de mansinho, na calada da noite,
no silêncio das coisas que não fazem ruído.
Tu é o Menino amável e santíssimo,
deitado nas palhas porque não havia lugar
para ti nas casas dos homens
tão ocupados e tão cheios de si.
Dá a meus lábios a doçura do mel
e à minha voz o brilho do cantar da cotovia,
para dizer que vieste encher de sentido
os dias de minha vida.
Não estou mais só: tu és o nosso companheiro
de minha vida. Tu choras as minhas lágrimas
e tu te alegras com minhas alegrias
porque tu és meu irmão.
Tu vieste te instalar feito um posseiro
dentro de mim e não quero que teu lugar
seja ocupado pelo egoísmo que me mata
e me aniquila, pelo orgulho que sobe à cabeça,
pelo desespero.
Sei, Menino de Maria, que a partir de agora,
não há mais razão para desesperar
porque Deus grande, belo,
Deus magnífico e altíssimo
se tornou meu irmão.
Santa Maria, Mãe do Senhor e Palácio de Deus,
tu estás perto do Menino que envolves
em paninhos quentes.
José, bom José, carpinteiro de mãos duras,
e guarda de meu Menino das Palhas,
protege esse Deus que se tornou
mendigo de nosso amor.
Menino Jesus,
Hoje é festa de claridade e dia de luz.
Tu nasceste para os homens na terra de Belém.

































