Mensagem do Ministro Provincial por ocasião da Festa de São Francisco de Assis

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Imagem de Frei Benedito Geraldo Gomes Gonçalves, o Frei Dito

Meu irmão, minha irmã,

O Senhor vos dê a paz!

A festa de São Francisco, celebrada neste tempo jubilar, se reveste de dom que revigora o desejo vocacional de todos nós.

Ao voltar nosso olhar para a experiência original vivida há oitocentos anos, podemos perceber que as verdades cridas e as respostas dadas por Clara e Francisco são críveis e oportunas para os tempos atuais.

A originalidade de Francisco de Assis conferiu incomparável vigor ao movimento franciscano que, em muito pouco tempo, extrapolou os limites de Assis, da Itália, da Europa e do mundo cristão.

Chamar São Francisco de “Santo Universal” não deverá ser enquadrado nos eventuais exageros dos que escrevem a vida dos santos; na verdade, esse nome se baseia na percepção de que sua vida e suas escolhas servem de inspiração e encontram eco em diversos ambientes e em todas as culturas.

Os artistas, os artesãos, os cantores, os escritores e poetas de todos os tempos exaltam o Pobrezinho de Assis.  Francisco encanta o mundo.

Esta afirmação pode ser tida como elogio à força atrativa das escolhas pessoais de Francisco de Assis.

Ao mesmo tempo, com esta afirmação podemos também dizer que as virtudes de Francisco, suas opções, sua capacidade de congregar irmãos e irmãs, carregam em si o dom de devolver a alegria e a esperança ao mundo marcado pelo desalento e pela dor.

Se com Francisco de Assis choramos o Amor que não é amado, com ele também poderemos nos reencontrar com o encanto e com a coragem de amar o amor.

Ao ser humano é dado sonhar e é bom que ele não tenha medo dessa capacidade, afinal, sonhar faz bem.

Contudo, mais do que sonhar, será necessário acreditar no sonho.

Sonhar faz bem, acreditar no sonho se impõe.

Além dessas duas atitudes, os verdadeiros sonhadores deverão eleger ações para que seus sonhos possam encontrar aderência na realidade.

Os sonhos de Francisco de Assis permanecem vivos.

Francisco de Assis e, por seu exemplo, todos nós, irmãos e irmãs somos convocados a redescobrir a força e o vigor da utopia que ele despertou.

Somos chamados a semear a profecia para colher solidariedade e alegria.

Nossa voz e nossas mãos se unam e, como pregoeiros de um tempo novo, possamos anunciar a vitória da justiça e da verdade, do perdão e da reconciliação, do direito e do respeito, da paz e da concórdia, do cuidado e da ternura.

A festa deste ano traz a expectativa do lançamento de uma nova carta do Papa Francisco que deverá ampliar a abrangência e a importância da Laudato Si’.

Enquanto aguardamos, estejamos atentos ao que o Papa, repetidas vezes e com franciscana inspiração, tem pedido a todas as gentes: promovamos a Revolução da Ternura.

Assim ensina o Papa: “A ternura é o amor que se faz próximo e concreto, que parte do coração e chega ao outro de maneira integral; está nos olhos, nos ouvidos, nas mãos que não foram feitas para carregar armas, mas para acalentar, fazer carinho, dar a mão ao irmão caído”.

Há tempo rezamos e cantamos a oração que brota do espírito franciscano:

“Senhor, fazei de mim instrumento de paz”.

Poderíamos acrescentar a esta instante súplica, outra ainda mais urgente:

“Senhor, fazei de mim um revolucionário da ternura”.

Por onde eu for leve mansidão, atenção, respeito, humildade e solidariedade, justiça e perdão,

Que revele seu rosto misericordioso e bom,

Que a gratidão e a gratuidade sustentem meus relacionamentos,

 Que minhas escolhas exprimam a fé que emoldura meus sonhos.

 

Boas Festas.

Paz e Bem!

 

FREI PAULO ROBERTO PEREIRA

MINISTRO PROVINCIAL

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

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