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21/07/2025

Mais do que passos ou quilômetros, uma lição: “O amor de Cristo nos uniu”

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Paz e Bem.

Além dos 30km do percurso em comum, realizado a pé, a distância do deslocamento dos caminhantes, vindos de diferentes lugares até Coronel Freitas, em Xaxim (SC), ultrapassou em diversos casos a marca dos 1.000km. Basta recordar dos jovens que vieram de Colatina, Norte do Espírito Santo, ou do Rio de Janeiro. Desta forma, os 350 participantes da XIII Caminhada Franciscana da Juventude, realizada neste final de semana (18 a 20 de julho de 2025) chegaram à conclusão de que a “esperança tem pernas”, e é capaz de chegar longe. Provenientes dos cinco estados onde a Província possui presença (ES, RJ, SP, PR e SC), os participantes tiveram a oportunidade de mais uma vez realizar uma experiência de fé, companheirismo, perseverança e superação, sempre impulsionados pela esperança.

Com o tema “Caminhantes de esperança no louvor da Criação”, a edição de 2025 da CJF trouxe presente os grandes jubileus vividos pela Igreja e pela Ordem: o Jubileu dos 2025 do Nascimento de Jesus Cristo, com a temática da Esperança, e os 800 anos da composição, por Francisco de Assis, do Cântico das Criaturas. Outra data festiva recordada com ênfase durante a caminhada foi a do Jubileu dos 350 anos da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, celebrado no dia 15 de julho deste ano.

Para além dos 350 participantes inscritos, a organização da Caminhada reuniu número semelhante de envolvidos nos diferentes serviços que garantiram o bom êxito do percurso. Neste ano, fato de destaque foi o envolvimento de voluntários e agentes leigos ligados às duas paróquias da Província situadas na Arquidiocese de Chapecó: São José do Patrocínio, em Coronel Freitas, e São Luiz Gonzaga, em Xaxim. Além dos voluntários das equipes de Secretaria, Infraestrutura, Alimentação, Liturgia e Comunicação, somaram-se as famílias acolhedoras, que receberam os jovens para pernoite nas duas paróquias participantes.

A chegada ocorreu na sexta-feira, dia 18, na parte da tarde, no Salão da Paróquia de Coronel Freitas, onde os participantes foram credenciados e receberam o kit da caminhada, com camiseta, caneca, guia, lembrança e garrafa de água personalizada. Havia também música para animação e lanche. Alguns pequenos imprevistos ocorreram, como o defeito no ônibus proveniente do Rio de Janeiro, quando passava próximo à Região de Curitiba. Com longo tempo de espera para resolução do problema, a comitiva atrasou em mais de três horas para chegar, mas ainda houve tempo de participar da oração de abertura.

Névoa, frio, belas paisagens, acolhimento e disposição: começa o percurso

A maior parte do percurso proposto se realizou no sábado, dia 19 de julho. Foram cerca de 24 km percorridos entre a Matriz de Coronel Freitas e a Matriz de Xaxim. Quando ainda era escuro e uma névoa branca fazia a temperatura de 6ºC parecer ainda mais baixa, às 6h, os caminhantes se reuniram para uma oração inicial. Estando na Casa dedicada ao Pai adotivo de Jesus, receberam também as bênçãos da Mãe. Recordando os 350 anos de Fundação da Província da Imaculada, o Secretário para a Evangelização e Vigário Provincial, Frei Gustavo Wayand Medella, convidou um grupo representativo de frades, voluntários, caminhantes e famílias acolhedoras para fazer um círculo de mãos dadas ao redor da imagem de Nossa Senhora que estava em frente ao altar. “Em nome de todos que participamos desta caminhada, vocês estão coroando a imagem da Mãe, pedindo que ela conduza nossos passos nesta jornada que vamos iniciar”, disse Frei Gustavo, convidando os presentes à oração. Depois do momento de prece e um breve alongamento, era hora de partir. Pouco antes das 7h, ao toque solene dos sinos, os jovens puseram o “pé na estrada”, quase toda ela de chão, com poucos trechos asfaltados, rumo à Matriz de Xaxim.

Até às 9h, a névoa foi companheira de viagem, depois, deu lugar ao sol, emoldurado pelo lindo céu azul, colorindo e embelezando as belas paisagens de região: araucárias, campos, montanhas, riachos, animais, incluindo os bois, carneiros e perus que ajudaram a construir a “a paisagem sonora do caminho”. “Paz e Bééémmm”, conforme brincou o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira na homilia da Missa de encerramento. Frei Paulo participou integralmente como caminheiro nos 24 km do primeiro dia da Caminhada. Nas paradas, realizadas nas Comunidades de Três Casas (Nossa Senhora da Salete), Carola Maia (Cristo Rei), e Linha Limeira (Nossa Senhora de Caravaggio), o cansaço era amenizado por uma acolhida cheia de cuidado, especialmente preparada pelas equipes de trabalho e pelas lideranças das comunidades. Água fresca, sombra, comida farta, atenção, escuta, sorriso e disponibilidade não faltaram em nenhum destes momentos. Também deixaram marcas os momentos de espiritualidade conduzidos por Frei Thiago Soares junto com a equipe de Liturgia onde, guiados pelo símbolo de um cordão, no qual iam traçando os nós, puderam entender mais profundamente os votos de obediência, castidade e pobreza relacionados à convivência respeitosa e harmônica das pessoas entre si e com os dons da Criação. Em suas reflexões, Frei Thiago insistia na expressão: “O Amor de Cristo nos uniu”, que se tornou uma das marcas da Caminhada.

Perto das 18h, os caminhantes chegaram à Matriz de São Luiz Gonzaga, em Xaxim, depois de vencer os quilômetros de ladeiras, descidas, curvas, um pouco de pó, e contemplar a beleza do caminho. Foram recebidos pelos coroinhas da Paróquia, que seguravam cartazes com frases de acolhida e balões coloridos expressão da alegria em receber visitantes tão especiais, “Caminhantes de Esperança”. A jornada cansativa foi encerrada com um momento orante realizado no Salão Paroquial, que tem feito às vezes da igreja neste tempo em que a Matriz passa por um restauro interno. Durante quase uma hora com a luzes apagadas e iluminados pelas velas, os jovens e também as famílias acolhedoras de Xaxim tiveram um momento de adoração à Santíssima Eucaristia, buscando na companhia íntima de Jesus a força e o remédio para todo tipo de cansaço. A oração foi presidida por Frei Felipe Carretta, diácono, da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, da Rocinha, no Rio de Janeiro, também componente da Equipe de Animação das Juventudes. Na simbologia do óleo perfumado, com o qual os jovens tiveram as mãos ungidas, e dos grãos de incenso que queimaram individualmente em sinal de oração a Deus, os jovens renovaram o propósito de seguirem caminhando na proximidade com o Senhor. Concluída a oração, hora de novamente o grupo se dividir entre as famílias acolhedoras de Xaxim que generosamente partilharam o teto e a mesa com os caminhantes de um dia inteiro. Janta e cama.

No Dia do Senhor, mais caminho a percorrer

Depois dos 24 km percorridos na véspera, um pouco mais tarde e, desta vez com sol, sem névoa e menos frio, os caminhantes de esperança se encontraram na Vila Fole, bairro distante, uns 6km do Centro de Xaxim. Saíram depois das 8h e, por volta das 9h30, chegaram a Praça da Matriz. À frente, tremulava a bandeira da CJF, ao ritmo da conhecida trilha sonora que marca a chegada do grupo ao ponto de destino: “Eu sou Franciscano, com muito orgulho, com muito amor!”. Com o grupo a postos e com todos trajando a camisa oficial desta edição da Caminhada, foi tirada a foto oficial. Após um breve lanche, para não perder o costume na Caminhada que teve como marca a fartura na alimentação, o grupo seguiu para o trecho final: cerca de 1km predominantemente de subida em direção à Comunidade São Cristóvão, no Bairro Ari Lunardi.

A missa de encerramento começou às 11h, presidida pelo Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira. Concelebraram o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, o Coordenador do Regional Frei Bruno, Frei Alex Sandro Ciarnoscki, o Pároco de Coronel Freitas, Frei Alisson Luiz Zanetti, o Pároco de Xaxim, Frei Gilson Kammer, e os frades da equipe de animação das juventudes: Frei Augusto Luiz Gabriel, Frei Felipe Medeiros Carretta e Frei Thiago Soares. Na homilia, Frei Paulo fez um amplo agradecimento a todos os envolvidos na organização e condução da caminhada pedindo que recebessem, como gesto de agradecimento, uma salva de palmas. Destacou que, conforme escrito no convite para a Caminhada, os dias vividos foram, de fato, uma experiência itinerante de oração: “De maneira itinerante, rezamos. Contemplamos a natureza. Quando fazia frio: ‘louvado seja Deus pelo irmão Sol’. Quando o calor apertava: ‘louvado seja Deus pela irmã Sombra’. Quando a sede nos pegava: ‘louvado seja Deus pela irmã Água’. E quando chegava a noite: ‘louvado seja Deus pela irmã Noite, que nos acolheu e nos deu descanso’”, recordou. Inspirado na passagem do Evangelho que narra a visita de Jesus à Casa de Marta e Maria (Lc 10,38-42), convidou os jovens à escolha decidida de permanecer com Jesus: “A juventude vive um tempo de decisões. E sabemos que a incerteza e a insegurança nos rodeiam. Mas Aquele que nos chamou, que deseja nossa intimidade, garante que, se a nossa escolha for estar com Ele, será a melhor de todas. Ajudemo-nos, como fraternidade juvenil, a escolher a melhor parte: estar com o Senhor, escutar sua Palavra, fazer escolhas guiadas por Ele”.

Frei Paulo aproveitou a reflexão também para esclarecer que a escolha de estar com o Senhor deve levar o jovem a ser um construtor da paz: “Como franciscanos, queremos ser semeadores da paz e do bem. Mas que paz é essa? É a paz da saciedade. Por isso, sonhamos um mundo sem fome. É a paz da segurança. Por isso, sonhamos um mundo sem violência. É a paz da convivência. Por isso, sonhamos um mundo sem guerras, sem fronteiras que nos impeçam de abraçar. É a paz do conhecimento. Por isso, queremos que todos tenham acesso à informação, à educação, à verdade. E, acima de tudo, queremos a paz que nasce do encontro com o Senhor – essa é a melhor parte!”. E ainda, convocou os participantes a levarem consigo o compromisso firmado durante a Caminhada em relação ao cuidado com a Casa Comum: “Assumimos aqui o compromisso de cuidar da Casa Comum. Louvar e proteger toda a criação – e isso só é possível a partir do encontro com Deus e com o outro. E por isso, nosso coração transborda de alegria e gratidão. Foi bom – foi muito bom – ter escolhido estar aqui. E será ainda melhor sair daqui levando conosco esses compromissos”, exortou.

Alegria e gratidão: Sentimentos comuns a quem acolhe e é acolhido

Como já é costume, a CFJ dura um final de semana. Nesta edição, optou-se por adotar o fim da tarde de sexta-feira como momento de chegada realizando-se, na parte da noite, a oração e a abertura oficial. Mesmo tendo uma duração relativamente curta, o evento tem como característica deixar marcas importantes naqueles que dele participam. E as principais não são as marcas do corpo, bolhas, feridas, ou dores, mas a experiência que cada um leva consigo.

O estudante Davi Costa de Oliveira, de 20 anos, da Paróquia São Francisco de Assis, de Campos Elíseos, Duque de Caxias, RJ, percorreu mais de mil quilômetros de ônibus para participar de sua primeira CFJ. “Levo daqui, principalmente, o amor e o carinho que pude sentir nestes dias. Também gostei muito do contato mais próximo com a natureza, pois moro numa área urbana onde não há tanta vegetação. Foi uma emoção muito grande e espero voltar mais vezes”, partilhou, revelando o desejo de participar de uma próxima edição. De Curitiba, PR, a auxiliar administrativo e estudante de Psicologia, Caroline dos Reis Tabalipa, disse levar consigo as amizades que fez e as pessoas que conheceu. Esta foi a segunda Caminhada de Caroline, que também manifestou o desejo de participar dos próximos eventos. Mãe e filha, Jaqueline e Camila Baldin, vieram de Pato Branco, PR, para participar pela primeira vez da CFJ. A acolhida das famílias e a beleza das paisagens foram dois destaques que chamaram a atenção. Para Camila, aquilo que foi vivido e experimentado por ela na Caminhada será levado para a vida, pensamento partilhado pela mãe, Jaqueline, para quem apenas participa de uma iniciativa como a Caminhada consegue descrever toda a riqueza que o evento oferece.

Entre as famílias acolhedoras, as marcas deixadas pela caminhada também são de alegria e gratidão. A bancária Larissa Regina Marone recebeu em casa quatro hóspedes de Colatina, ES, Santo Amaro da Imperatriz, SC, Rocinha, RJ e Campos Elíseos, RJ. Além de receber as visitas em casa, ela e o esposo, Marcos Scheibel, trabalham ativamente nas equipes de serviço da CJF. Para ela, este intercâmbio é fato de grande enriquecimento: “Foi muito gratificante conhecer novas culturas e trocar ideias”, afirmou. Quanto ao resultado do empenho, manifestou satisfação: “Estou com o sentimento de dever cumprido. Deu trabalho, mas foi muito bom”, concluiu. A dentista Ângela Bender Gasparotto e o optometrista Ismael Antônio Gasparoto também se dividiram entre o trabalho nas equipes e a acolhida de caminhantes. O casal, que tem três filhos, um menino com nove anos e duas meninas, uma com cinco e outra com dois, além de atuar nas frentes de serviço, recebeu em casa um frade e uma jovem do Rio de Janeiro. Para eles, contribuir com a Caminhada foi uma oportunidade acolhida com alegria e gratidão. Após a missa, almoço farto e generoso com tradicional churrasco no cardápio. Na bagagem de volta, certamente os participantes levaram o que também vieram para deixar: alegria, gratidão, esperança, fé e crescimento, tanto pessoal quanto espiritual.

Anúncio de data e lugar do próximo evento será realizado mais adiante

Uma das expectativas dos eventos da Província com as juventudes é o anúncio da sede e da data da próxima iniciativa. Desta vez, por conta de alguns fatores relativos ao calendário e a consultas necessárias que as fraternidades candidatas necessitam fazer, o anúncio não foi possível ainda. No entanto, a Equipe de animação das Juventudes segue trabalhando neste propósito de forma que, assim que for definido, todas estas informações sejam amplamente divulgadas.


Fonte: franciscanos.org.br – Equipe de Comunicação da Caminhada

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