Paz e Bem!
Exposto aos vendavais e de construção antiga, exigia o Convento reparos constantes. Assim na guardiania de Frei Vitorino de Santa Felicidade (1834), reconstruiu-se a parede interna principal, reformou-se o telhado, parte do monumento, segundo uma autoridade em relíquias históricas e arquitetônicas, assemelha-se aos vestígios das construções árabes, na Península Ibérica.
Em 1849, Frei Vitorino rubricou o primeiro “Livro de Visitas” da Penha, no qual foi possível apreciar autógrafos de raro valor e as impressões indeléveis de romeiros de todas as categorias sociais.
UM RAIO ATINGE O CONVENTO
Na noite do dia 7 (para o dia 8) do mês de janeiro de 1900, por volta das 2h30 da madrugada, caiu um raio no Santuário de Nossa Senhora da Penha. De acordo com registros históricos, narra-se o seguinte acontecimento: “desceu pela Capela abrindo quatro espaços (buracos) atingindo diretamente o Altar-Mor, inclusive o nicho de Nossa Senhora, no entanto, em nada atingiu a Imagem da Virgem Santíssima, nem mesmo o bordado ou os adornos que envolvem a Imagem”.
Ainda segundo o registro, o raio causou prejuízos em molduras de madeiras; partes do Altar de Sant’Ana, parte do púlpito e outras partes. Uma outra “faísca” do raio atingiu também a Sacristia do Convento, queimando algumas vestes e paramentos, que estavam preparados para a Missa do dia seguinte. Algumas peças ficaram intactas, inexplicavelmente, como um cálice.
Por fim, foi constatada que uma “terceira faísca” do raio pegou a parte do corredor lateral da Capela, se dirigindo para a parte de baixo do Santuário. “Quero crer que aqui houve uma descarga elétrica a qual subdividiu-se em três faíscas que tomaram diversas direções opostas, tendo cada uma como diversas descidas, e como é certo cientificamente que as faíscas elétricas descem mas não sobem, senão por meio de condutores, necessariamente deviam ter sido três subdivisões e não uma só faísca. Em todo caso aí fica o fato narrado”, escreveu o então responsável pelo Convento, Joaquim Mamede da Silva Leite.
Extraído do “Tombo do Santuário da Penha”