Paz e Bem!
A Campanha da Fraternidade de 2020, que tem como tema “Fraternidade e vida: dom e compromisso”, e como lema “Viu, sentiu compaixão e cuidou dele”, foi o assunto abordado na tarde desta quarta-feira (05/02), no 1º encontro da Formação Permanente da Frente de Evangelização da Comunicação do ano.
Participaram do encontro, através de videoconferência, os colaboradores da Fundação Frei Rogério, de Curitibanos (SC); Grupo Educacional Bom Jesus, de Curitiba (PR); Rede Celinauta, de Pato Branco (PR); Convento da Penha, de Vila Velha (ES); Editora Vozes, de Petrópolis (RJ); Pró-Vocações e Missões Franciscanas (PVF), Serviço de Animação Vocacional (SAV) e Sede Provincial, em São Paulo (SP).
O grupo contou com a assessoria de Frei Gustavo Medella, Vigário Provincial, que fez apontamentos sobre o tema abordado na CF deste ano. Para ele, é uma convocação a olharmos o mundo, as pessoas, as relações e situações com os olhos do samaritano, ou seja, um olhar desinteressado e compassivo, que ajuda porque sente a necessidade do próximo. “O olhar do samaritano é o modelo da nossa ação e evangelização, que deve estar preocupada em conhecer a realidade na qual estamos inseridos e, a partir disso, perceber que valores do Evangelho precisam ser promovidos e, em seguida, agir de acordo com uma prática comprometida em produzir uma vida melhor, um mundo de melhor convivência”, explicou.
Segundo o frade, a Campanha da Fraternidade deste ano convoca a Igreja do Brasil a debruçar-se sobre os olhares que o homem ferido recebeu e, a partir desta análise, assumir o olhar do samaritano. “Os assaltantes enxergaram naquele homem que andava à beira do caminho uma oportunidade de vantagem fácil e lucro, sem nenhuma preocupação ética ou moral em relação aos danos que poderiam causar à vida daquele homem. É um olhar de indiferença, de usurpação da vida e da dignidade. O levita e o sacerdote têm um olhar autorreferencial, que vê somente suas obrigações e compromissos. Não é assim que deve caminhar a vida de um cristão. Já o olhar do samaritano é solidário, de compromisso e comprometimento. Onde os assaltantes enxergaram uma oportunidade de lucro fácil, onde o levita e o sacerdote viram um possível estorvo aos seus programas preestabelecidos, o samaritano viu um irmão que necessitava de um cuidado urgente e imediato”, contextualizou Frei Gustavo.
O assessor explicou que a atitude do samaritano, de doação e identificação com o outro, é a postura adotada por Jesus e deve ser também a postura daqueles que desejam segui-Lo. “É um olhar que desperta a compaixão, que se relaciona com a justiça, a misericórdia e a caridade e deve ser compreendida em termos pessoais e comunitários. Uma organização em vista da compaixão, da caridade e da solidariedade, que influencia na vida da Igreja, das organizações e da sociedade. É algo que deve nos comprometer no todo da existência, em relação ao próximo e em relação aos bens da natureza”, acrescentou. Frei Gustavo apontou ainda que esta lógica do cuidado é muito própria também da espiritualidade franciscana. “Francisco sempre foi muito atento em relação àqueles que eram excluídos de seu tempo, como, por exemplo, o leproso, o pobre, o indigente. Todos estes eram ícones muito vivos da presença de Cristo para Francisco, é por isso que ele fazia tanta questão de socorrê-los e se fazer um irmão deles, porque via neles a figura do próprio Jesus Cristo, a quem ele desejava seguir e servir”, apontou.
Olhar que deve comprometer e basear as ações pessoais e comunitárias
O Vigário Provincial afirmou que a parábola apresenta os olhares como modelos que cada ser humano carrega dentro de si. Ele apontou para a necessidade de despertar em nós e no próximo a postura do samaritano. “Uma vez que fomentamos em nós esta postura, podemos incentivar nos outros, despertar aquilo que todos têm de bonito, de bom, nobre e construtivo. Os personagens da parábola, de maneira mais ou menos intensa, cada um têm dentro de si. O olhar do samaritano precisa ser alimentado, despertado e, à medida que pudermos, também despertar o samaritano uns dos outros. Por isso que a vida é dom e compromisso. É um compromisso de incentivarmos mutuamente para que cada um dê o melhor que traz dentro de si, apresente-se na sua melhor versão. Jesus sonhava com isso, Ele queria tirar das pessoas o melhor”, concluiu o frade.
Ao encerrar, Frei Gustavo colocou uma pergunta ao grupo dos comunicadores: “De que maneira vamos fazer repercutir este chamado da Campanha da Fraternidade nos ambientes onde atuamos, profissional e pessoalmente?”.
Em seguida, os participantes partilharam algumas dúvidas e comentários a respeito da CF deste ano e ações que serão trabalhadas em cada local de atuação para abordar o tema. Foram apontadas inspirações e provocações como motivos para abordagem do tema da Campanha nos veículos que cada um representa.
A partir da comunicação do Convento, foi apresentada a expectativa de criação de materiais de vídeo, textos e flayers para redes sociais, como produção local, além da utilização de materiais elaborados pelo olhar da Província, como uma linguagem mais abrangente.