Frei Valdir: “É preciso aplainar as montanhas do orgulho e revestir-se de humildade”

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Paz e Bem!

O 2º Domingo do Advento, tempo de preparação e espera pela vinda do Menino Deus, ficou marcado pela realização de dois eventos na manhã de ontem (5) no Campinho do Convento. O primeiro foi a presença dos devotos de São José de Anchieta, na passagem dos “Passos de Anchieta”. Entre os peregrinos estão quatro jesuítas, oito vocacionados da Companhia de Jesus e uma colaboradora. Eles foram recebidos pelo Frei Alessandro Dias, que conversou e abençoou os caminhantes. A caminhada é promovida pelo eixo “Vocações Jesuítas”, do programa MAGIS Brasil. O percurso foi iniciado neste domingo em Vila Velha, no Convento e tem como destino o Santuário Nacional de Anchieta, na cidade de Anchieta (100km).

Também caminheiros, os liguistas celebraram seu dia e ainda realizaram a tradicional romaria das Ligas Católicas ao Convento da Penha. O encontro reuniu as três Federações das Ligas: Arquidiocese de Vitória, Diocese de Cachoeiro e Diocese de Colatina. As ligas são formadas por diversos grupos fiéis que falam da importância de adoração à Deus e a prática da devoção à Sagrada Família de Nazaré, “Jesus, Maria e José”.

O evento teve início às 8h, e não houve concentração para evitar aglomeração. Por isso, a medida em que os liguistas iam chegando, já começavam a subida. Um pequeno grupo de representantes das Ligas subiu junto. Ao longo do trajeto, rezaram o Terço (concluindo pouco antes das 9h já no Campinho) e também animando os romeiros.

As Ligas Católicas desenvolvem um trabalho muito importante com as famílias. Neste tempo bonito de preparação para o Natal que está se aproximando, como as pessoas se voltam mais para a harmonia, o encontro, a alegria, troca de presentes, cria um ambiente bonito; mas é necessário que haja isso ao longo do ano. A nossa família é tão preciosa que até Jesus quis experimentar como é a vida em família, Deus se encarnou.

A Santa Missa das 9h foi presidida pelo Frei Valdir Nunes Ribeiro, que após o comentário inicial, acolheu a todos, especialmente os devotos de longe, os que acompanhavam em casa e todos os liguistas. As leituras foram proclamadas pelos representantes das Ligas Católicas.

Na homilia, Frei Valdir começou explicando o tempo propício que estamos vivendo, em que o Advento é um tempo bom para ouvir o clamor e preparar os caminhos. “Esse caminho do advento em direção ao Natal, em direção à Belém, em direção ao encontro do Deus Menino que vem seguramente ao nosso encontro, o evangelista São Lucas nos coloca no início da missão de João Batista, esse último profeta que faz a ponte entre o Antigo e o Novo Testamento, e o início da missão de João Batista junto ao Jordão, é esse clamor: preparai os caminhos do Senhor! João vai dizer que é preciso encher os vales, abaixar os montes, as colinas, para que tenha um caminho reto, um caminho suave, um caminho de Deus. Lucas quer dizer que, mais do que a geografia, é preciso igualar as coisas, aplainar um pouco a nossa vida, nossa sociedade, nosso mundo, para que todos possam ver a salvação de Deus. Quem está em situação de humilhado ou de angústia, de sofrimento, injustiça, precisa erguer-se, para resgatar aquela dignidade de sermos filhos amados”, afirmou.

Frei Valdir ainda explicou que “quem está nas montanhas dos seus orgulhos, ganâncias, vaidades, prepotências, precisa revestir-se da humildade que é própria de Deus. Assim, quem está muito acima de suas vaidades e orgulhos precisa abaixar para dar oportunidades para aqueles que estão embaixo. Sonharmos um mundo mais fraterno, mais justo, mais solidário! Estamos nessa crise que se alonga, com a pandemia, as dificuldades sociais, as crises de emprego, então esse: ‘preparai os caminhos do Senhor’, para que nosso Natal seja de luz para todos, é preciso que cada um colabore com a sua parte. O Natal é mais rico, mais bonito, quando todos podem participar com dignidade”, comentou.

Por fim, o frade deixou como sugestão uma análise de vida. “A Palavra é dirigida a cada um de nós como um convite: faça bem a sua parte! Veja o que precisa ser elevado, os valores que precisam crescer mais. Veja quem precisa rebaixar um pouco as suas montanhas que às vezes atrapalha a sua grandeza de Filho de Deus. Não é a grandeza do nosso orgulho que mostra nossa filiação divina. A presença de Deus na nossa vida só é percebida, acolhida e vivida na simplicidade, na humildade e na alegria, assim podemos construir o caminho de paz”, finalizou.


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