Paz e Bem.
A tradicional Missa da Saúde celebrada na tarde desta quarta-feira (27), no Campinho do Convento da Penha, reuniu centenas de fiéis, que celebraram a memória de Santa Mônica, padroeira das mães cristãs, que rezou incessantemente pela conversão de seu filho, Santo Agostinho. A Celebração foi presidida pelo Frei Pedro de Oliveira, que já morou na Montanha Sagrada e atualmente é pároco na paróquia Santa Clara de Assis, em Colatina-ES.
Ao iniciar sua reflexão, Frei Pedro recordou o testemunho de Santa Mônica. “Mônica é, para nós, também, um modelo de desapego, de confiança plena no Senhor. Nos diz, nos últimos diálogos de Agostinho com sua amada mãe Mônica, já doente, sentindo-se aproximar a tão temerosa morte a qual, também, todos nós tememos, Agostinho faz um pedido ao Senhor que não a levasse fora da terra natal. E eles, a caminho da terra natal e, num dos últimos diálogos, a mãe sente a angústia do coração do filho. A angústia presente no coração do filho. A grande preocupação dele é de ela morrer fora da terra natal. E ela diz para o ele: ‘filho, este corpo não tem pátria. A pátria mais bela de todas é o céu. Portanto, este corpo, ele pode ser sepultado em qualquer lugar. Em qualquer lugar. E não se esqueça, filho, de rezar por mim no altar. E ali ela morre. É bonita essa cena, mas, ao mesmo tempo, desafiadora para todos nós”, contextualizou o frade.
Sobre o Evangelho (Mateus 23,27-32), Frei Pedro destaca as expressões “ai de vós”. “Todo o capítulo 23 de São Mateus, nós temos sete ‘ais’. ‘Ai de vós!’, ‘Ai de vós!’, ‘Ai de vós!’. Uma retomada da profecia de Jeremias e Ezequiel, que também, no Antigo Testamento, usava estes ‘ais’ para se dirigir às autoridades constituídas. E hoje, ouvimos aí mais uma vez o texto de Mateus, aí o confronto de Jesus com os fariseus. Só que, diz o texto, naquele tempo, não hoje. Será que serve para hoje? Será que serve para hoje? Por quê? Diz o texto, ‘naquele tempo’, e aí vem. ‘Ai de vós’, mestres da lei hipócritas, o pior de todos os pecados. É a hipocrisia. Deus não é moeda de troca. De troca. Você me dá isso, eu lhe dou em contrapartida, eu lhe dou aquilo. Então, esta é a imagem. Este é o confronto de Jesus com os fariseus. Jesus chama os fariseus de quê? De sepulcros caiados. Hoje, usando a linguagem tecnológica, hoje, usando a linguagem digital, Jesus diria que vocês são tudo fake news, ou seja, vocês são falsos”, destacou.
“Mas era naquele tempo, ‘não é hoje’. Ainda bem, Jesus, muito obrigado. ‘Foi ontem, não serve para hoje’. Imaginemos… Imaginemos se houvesse uma indústria, uma indústria que tivesse um produto para, de fato, renovar o coração. Não tem. O que renova o coração é a conversão. E é isso que Jesus está apontando. Sepulcros caiados, por fora bonitos, mas por dentro, interesse, roubalheira, corrupção. Tudo isso está por dentro. Está dentro, não fora. Diz o ditado, todos nós conhecemos um célebre ditado que diz o quê? A boca fala daquilo que o coração está cheio. E o nosso coração está cheio de quê? De que está cheio o nosso coração? Às vezes, nos preocupamos muito com a aparência, mas não tanto com o coração. Limpar o coração de tanta coisa ruim, de tantos sentimentos negativos”, afirmou Frei Pedro.
Depois, o pároco de Colatina recordo que é preciso limpar o coração dos preconceitos. “Limpar o coração dos preconceitos. Limpar o coração dos desejos de vingança. Limpar o coração do ódio. Limpar o coração da arrogância. Limpar o coração do interesse próprio… Então é esse o apelo que a Palavra de Deus deixa para todos nós, serve para todos nós ainda hoje. Às vezes, diz Jesus para os fariseus, no fundo, também é isso. ‘Vocês têm uma cara bonita, aparência de santidade, mas movidos a ambições’. Fariseus hipócritas. Hipócritas! E às vezes se esconde atrás de uma religião para, de fato, camuflar a sua falsidade, a sua hipocrisia. Como cristãos, precisamos ser coerentes com o que professamos. Desafio.
Por fim, ele lembrou que neste dia 27 de agosto a Igreja no Brasil celebra a páscoa de três grandes pastores. “E nós somos peregrinos de esperança. Peregrinamos rumo a esta amada pátria na qual Mônica, Agostinho e tantos outros já se encontram. A Igreja no Brasil hoje faz memória de alguns dos grandes profetas que morreram, por coincidência, eles morreram no dia 27 de agosto, Dom Helder Câmara, Dom José Maria Pires e Dom Luciano Almeida Mendes”, relembrou.
Antes da bênção final, Frei Pedro convidou os fiéis a rezarem por algumas intenções especiais, como a oração pelos doentes, cuidadores e profissionais de saúde, pelas pelas vítimas da violência e pelas crianças que passam fome na Faixa de Gaza, diante da cruel guerra.
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