Paz e Bem!
Respeitando os protocolos sanitários para Missas presenciais, o Convento acolheu ao longo do fim de semana um pouco chuvoso, centenas de fiéis de Nossa Senhora da Penha. Com uma temperatura bastante agradável e com chuva intermitente, devotos subiram à Penha para louvores, agradecimentos e intenções. Muitos com a intenção de rezar pelos falecidos, outros com o coração agradecido pelo dom da vida e todos com o objetivo de pedir a intercessão da Mãe pelo fim da pandemia.
A Missa dominical, na Solenidade de Todos os Santos e Santas, foi presidida pelo Frei Paulo Roberto Pereira com presença da a fraternidade e de cerca de 300 pessoas. Como hoje é quinta-feira, dia de #tbt, vamos recordar alguns trechos do sermão do Guardião do Convento, baseado no Evangelho Mt 5,1-12a.
Inicialmente, Frei Paulo reafirmou que este tempo de pandemia não é apenas um momento de doença, pelo contrário, é ocasião de se “reinventar” – a palavra da moda -, assim, o Convento também faz parte desse ambiente da internet que possibilita muitas coisas boas, no entanto, infelizmente vem se tornando terra de ninguém. “A terra da intolerância, da mentira, do desrespeito, e não pode ser assim. Ao irmos para a internet percebemos que é um grande meio de evangelização e um mundo a ser evangelizado. A responsabilidade de todos e de cada um de nós, de vivermos cristãmente em todos os nossos ambientes, inclusive no ambiente virtual”, comentou.
Quando explicou o motivo da celebração de Todos os Santos e Santas numa só festa, Frei Paulo Roberto disse que “a santidade é possível porque é um dom de Deus, celebramos um caminho possível, é possível ser santo. A santidade nos aproxima do Senhor e cada passo que damos na direção da aproximação da fonte de toda a vida nós vamos nos santificando. Caminhar na direção da luz já nos torna iluminados. Este é o caminho possível. A santidade celebrada hoje, portanto, é um caminho possível, e mais que um caminho possível, é um caminho necessário. O mundo tem sede de Deus. O ser humano erra, caminha errante porque não conhece a Palavra do Senhor, porque não conhece a sua proposta, porque ainda não percebeu, vivenciou, experimentou no seu dia a dia a plenitude da santidade, a plenitude do ser de Deus. Santidade caminho possível, santidade caminho necessário, santidade finalidade”.
“De vez em quando eu via escrito na camiseta de alguns jovens: ‘ou é santo ou é nada’. Esta frase é perigosa, porque se ela for lida no maniqueísmo, no moralismo muito grande, diz assim ‘ou oito ou oitenta’, não é bem assim a natureza humana. Entre oito e oitenta tem setenta e nove possibilidades, e nossa fragilidade nos torna mais atentos às possibilidades todas. Não dá pra eliminar quem é santo, pelo contrário, ou é santo ou é nada? Porque se não formos santos, se não vivermos nosso batismo com autenticidade e com fidelidade, nossa vida não vale nada. Não somos santos prontos, somos santos em caminho, somos santos em confecção, somos santos caminhantes, perfazendo-se. Neste formar-se, neste conforma-se que é Deus, então nós carregamos nossas fragilidades e é importante que a gente saiba disso, porque senão, a gente atribui santo quem caminhou pronto e inatingível, longe de nós, e aí, a gente desiste de perdoar, de reiniciar, a gente quer eliminar”, refletiu o Guardião do Convento.
O frade ainda encorajou os fiéis a praticarem todos juntos as Bem-Aventuranças expressadas por Jesus no Evangelho. “O escritor sagrado coloca Jesus na montanha para mostrar o seu itinerário, seu programa de vida. Na montanha Moisés também subiu a montanha e de lá, recebeu as tábuas da lei… A bem-aventurança é também nosso ideário. As bem-aventuranças, um caminho a ser percorrido para alcançarmos a fidelidade ao Senhor, caminho possível, caminho necessário, caminho finalidade da nossa vocação e missão, bem-aventurança é caminho de santidade. Há quem divida as bem-aventuranças em três grupos: O primeiro grupo é dos sofredores. São convidados à santidade os que sofrem; O segundo grupo é dos que socorrem os sofridos, portanto, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz. E o terceiro grupo de bem-aventurados é formado pelos dois primeiros, somos nós, a comunidade, a Igreja. São aqueles que experimentam, tanto a dor quanto o alívio. Nós todos devemos estar neste terceiro grupo, os que vivem o Reino anunciado por Jesus Cristo. É a Igreja formada por jovem, adulto, idoso, criança…”, comentou Frei Paulo Roberto.
Veja a reflexão completa abaixo.