Paz e Bem!
Muitos fiéis participaram da tradicional Missa das 9h, da Capela do Convento, na manhã deste domingo (21/06), em casa. Pelas plataformas digitais do Santuário da Mãe das Alegrias, devotos de várias partes do Brasil e até de outros países rezaram, louvaram e agradeceram a Deus por mais uma semana. Celebrando o 12º Domingo do Tempo Comum, as intenções deixadas nos comentários foram acolhidas e levadas ao Altar do Senhor. A Missa foi presidida pelo Guardião do Convento, Frei Paulo Roberto Pereira, com a presença de toda a fraternidade.
A transmissão teve início com canções meditativas e as paisagens belíssimas vistas do alto da Penha Sagrada, em seguida, Frei Pedro Engel acolheu os participantes e fez o comentário inicial lembrando que domingo é sempre dia de ação de graças. Nas celebrações do Convento, tem sido lembrado sempre a importância de ficar em casa, rezar em casa, permanecer em casa, assim, no isolamento social em solidariedade às pessoas.
Isolamento solidário foi o primeiro tema abordado na homilia do Guardião do Convento. “Neste tempos pandêmicos, estamos tentando resgatar, aproveitar aquelas condições que nos são dadas que inicialmente parecem desfavoráveis, mas comportam em si, grandes possibilidades. Por exemplo, na homilia, logo depois que o Evangelho é proclamado, normalmente, na vida das comunidades, alguém toma a palavra e diz aquilo que refletiu, que partilha a reflexão, então uma pessoa só fala na homilia, mas na raiz da palavra, homilia é conversa, conversa familiar. Nestes tempos, podemos encontrar a família reunida, a família pode conversar sobre o que ouviu… Aproveita esse momento agora para conversar. De que maneira essas palavras proclamadas lançam luzes, revigoram, fortalecem, trazem alento para nós?! É ocasião oportuna, isolados nas nossas casas, podemos aproveitar para viver o que de fato a homilia diz”, iniciou Frei Paulo Roberto.
Ao explicar a vida do profeta Jeremias, Frei Paulo afirmou que bebemos da experiência do profeta para também sermos escolhidos pelo Senhor. “Deus nos escolheu, essa convicção move a vida de Jeremias e move a nossa também… Ainda que nós não nos consideremos capacitados, mas Deus nos capacita, Deus nos escolheu. Ele nos escolheu para o profetismo, para anunciar a sua justiça, nos escolheu para dar contornos ao seu projeto de vida, vida plena para todos, apesar das nossas fragilidades, inconstâncias e medos”.
Segundo Frei Paulo Roberto, Jeremias conversava com o Senhor, assim, também nós “devemos cultivar uma intimidade”. E completou “Jeremias está naquele momento que, no relacionamento entre os jovens, chama de DR, ele está discutindo a relação com o Senhor. Ele tem essa intimidade suficiente, é necessário que nós também tenhamos essa intimidade, para chegarmos diante do Senhor e dizer algumas vezes ‘não estou suportando, estou encontrando muita dificuldade, muita resistência’… Jeremias por ter essa intimidade, pode apontar seus medos. Ele apresenta as suas dificuldades, mas ao lado disso, apresenta sua confiança no Senhor, essa parte não pode faltar.”
“Normalmente nós assumimos um comportamento lamuriento, somos campeões em lamúria, vamos sempre reclamando, uma reclamação insuportável. Suportar não é ‘ai tenho que suportar, ufa’, suportar é dar suporte. Jeremias não é só um sujeito ‘reclamão’, ele sabe onde pode encontrar suporte, onde encontrar vigor, onde encontrar força para que ele continue a missão. Nós também devemos saber. Onde encontramos nosso suporte? Quem é nosso suportador? É em Deus que ele encontra e é também nosso caminho”, finalizou a explicação da Primeira Leitura.
Ao refletir o Evangelho (Mt 10,26-33), Frei Paulo disse que os primeiros séculos foram tempos de muita perseguição e enfrentaram dificuldades, os cristãos eram levados aos tribunais e injustamente condenados. “Os cristãos se colocavam na sociedade como contraponto, nadavam contra a correnteza, se colocavam diante das situações com esperança nova… Devemos ser o contraponto e não assimilar com facilidade essas histórias ‘porque todo mundo faz’. Vemos aí o auxílio emergencial, é para ajudar as pessoas que estão sem renda no tempo da pandemia. Milhares, inclusive militares, foram lá se inscreveram e ganham o dinheiro que era para sustentar a vida daqueles que estavam na carência…”
Frei Paulo encerrou a reflexão explicando: “o texto do Evangelho nasce deste contexto, de não ter medo. O Evangelho em diversas ocasiões fala: não tenham medo! Jesus diz mais de uma vez ‘não tenham medo!’. O medo tem a medida humana. Se nós nos valemos apenas das nossas próprias medidas, temos medo, mas quando conseguimos extrapolar a medida restritiva humana, passamos a diante, alargamos as proporções do nosso coração e da nossa vida. Quando confiamos demais em nós mesmos, estamos presos na medida humana. O medo é medido pelas dimensões do coração humano… Quando a gente diz como discípulo do Senhor que podemos crer, rompemos as medidas restritivamente humanas, somos capazes de crer e de confiar.”
Veja a reflexão completa abaixo.