Frei Paulo: “O evangelho supera a lógica do privilégio e da vaidade, porque a bondade de Deus é para todos”

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Paz e Bem.

A onda de calor intenso chegou ao Espírito Santo, especialmente em Vila Velha, onde normalmente já faz bastante calor. Mesmo com a temperatura elevada, centenas de fiéis, devotos, romeiros e muitos turistas participaram da tradicional Missa campal das nove da manhã neste domingo (24), o 24º do Tempo Comum, no Convento da Penha. Foram diversas as motivações que levaram tantas pessoas ao Campinho, entre elas as preces pelas famílias, já que sempre no último domingo do mês a Pastoral Familiar da área, sobe rezando o terço e também as intenções pela nova estação que se inicia, a primavera e ainda o Dia da Bíblia, neste mês à ela dedicada.

A cidade Canela-Verde acolheu a 32ª edição da corrida de rua “10 Milhas Garoto” o que fez com que muitos visitantes passassem pelo principal ponto turístico e religioso do estado, desde a última sexta-feira. Alguns fizeram questão de ir até o Santuário para agradecer pelo término da competição que tem a fama da mais doce do Brasil, porque é realizada por uma das maiores fábricas de chocolates da América Latina.

Na Missa, após o comentário inicial do Frei Pedro Engel, o presidente Frei Paulo César Ferreira, acolheu os fiéis e lembrou a presença da Fraternidade Nossa Senhora da Penha, da Ordem Franciscana Secular, reunindo leigos, homens e mulheres, que seguem Jesus Cristo nas pegadas de São Francisco de Assis. Eles querem, assim como Francisco, anunciar a paz e o bem. “Hoje temos a participação especial dos irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular e saudamos também os aniversariantes”, inaugurou Frei Paulo.

Na homilia, inicialmente Frei Paulo César destacou que Jesus, sempre muito cuidadoso , acolhe aqueles que chegam na última hora, fazendo uma referência à leitura evangélica de Mateus 20,1-16. “Jesus tão sensível, tão humano, tão cuidadoso, como incentivo, estímulo, para aqueles que chegaram na última hora, titubeantes, inseguros, com medo, sentidos, sofridos, ninguém olhou para eles, desconsiderados, portanto. Mas Jesus tinha olhos para todos e não os deixou de fora, também os convidou à missão, a fazer parte da obra de Deus, a construção do seu Reino. O trabalho para todos, ninguém fica desocupado no Reino de Deus, no Reino da Graça, todos são convidados, todos são chamados, então, por favor, não se faça de complicado, de difícil, de incapaz. O que para nós parece impossível, aí é que Deus se faz mais presente na sua vida, ao seu lado caminhando com você, para que possa então firmar os passos na caminhada”, explicou.

“A parábola de hoje faz a gente refletir sobre o amor de Deus pelos que vão chegando, vão se despertando para a fé e entrando em nossas fileiras do Povo de Deus na Igreja. Estamos perdendo irmãos e irmãs nossos? Ou temos visto outros chegando? A parábola de hoje também faz a gente refletir sobre a bondade de Deus para com todos, indistintamente. Que mania feia da gente de olhar na cara e dizer ‘você tem jeito, você não tem’, ‘você pode ficar, você pode pensar mais um pouco’. A parábola mostra a situação social dos desempregados e do direito a justiça. A parábola fala do agir de Deus. O povo de Deus é chamado a mostrar serviço, toda hora é hora. No Reino não existem desempregados, marginalizados, desconsiderados… Todos têm o mesmo direito de participar da bondade e misericórdia divinas, que superam tudo, que consideramos justiça. No Reino não há lugar para ciúmes, inveja, mesquinhez… Ninguém se julga possuir mais méritos do que os outros, porque o Reino é dom gratuito. As primeiras palavras de Jesus são que todos devem buscar o Reino de Deus e Sua Justiça. O agir de Deus é com justiça e bondade, Ele ama a todos igualmente”, enfatizou Frei Paulo.

Por fim, o Vigário do Convento da Penha, destacou que o Evangelho deste domingo destrói a ‘lógica do privilégio’. “O Evangelho destrói a lógica da posse, do privilégio, da pretensão, da vaidade. Ninguém pode apresentar seus méritos para obter o que é legítimo dom da graça. Deus é misericordioso e pleno de amor. Sua retribuição supera todo mérito, assim, conversão significa voltar ao Senhor, conhecer sua vontade, dar-lhe ouvidos. Vale a pena trabalhar, lutar pelo evangelho, pelo Reino. A salvação é obra de Deus que nos chama na situação que nos encontramos, não se sinta incapaz… A parábola serve de admoestação para a gente não esquecer de que, tudo que temos é puro dom e para o bem de todos”, concluiu.


 

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