Paz e Bem.
A memória de Santa Isabel da Hungria, Padroeira da Ordem Franciscana Secular, foi celebrada com alegria na tradicional Missa da tarde na Capela do Convento da Penha. Frei Paulo César Ferreira, Vigário da Penha, presidiu a Eucaristia que também contou com a presença da Ministra da Fraternidade Nossa Senhora da Penha da OFS, Maria Amélia Zucoloto.
Ao iniciar, Frei Paulo ressaltou o exemplo vocação da jovem Isabel, que após a morte do marido, assumiu o ideal de São Francisco, adotando, como estilo de vida, a penitência, a oração e a caridade. Ela nasceu na Hungria em 1207 e faleceu na Alemanha em 1231. Foi esposa de Luís 4º e mãe de três filhos. Embora em nada descuidando do seu papel de esposa e mãe, o que mais caracterizou Isabel foi a sua vida de espiritualidade e particular caridade aos pobres. Como a eles dedicava não só o próprio serviço, pessoalmente lavando-os, alimentando-os e vestindo-os, mas também utilizava dinheiro para as suas necessidades.
Isabel foi noiva aos 14 anos; mãe aos 15 e viúva aos 20. Morreu em 1231, aos 24 anos. Por causa dos milagres ocorridos no seu túmulo, foi canonizada já em 1235, e declarada padroeira da Ordem Terceira Franciscana (Ordem Franciscana Secular). “No segmento de Jesus Cristo, a modo de São Francisco de Assis, que despertou no seu tempo e continua a despertar, cristãos sempre mais identificados com Jesus Cristo, com o Evangelho, verdadeiros anunciadores da boa nova de Jesus com a própria vida, em atitudes palpáveis, de fato, assim, com gestos concretos, como fez Isabel, no cuidado, na sensibilidade, no cuidado com os mais necessitados da nossa sociedade”, comentou Frei Paulo no início da reflexão.
Ao explicar o Evangelho (Lucas 18,35-43), o Vigário do Convento questionou: “Nós, cristãos, de que lado devemos estar? Do lado dos surdos e cegos, ou seja, daqueles que se fazem de surdos e cegos? É mais cômodo fingir que não vê, que não escuta, para não se incomodar. Ou como aqueles dispostos a arriscar posição e vida para impedir qualquer forma de exploração do homem pelo homem? De que lado estamos? Lucas capítulo 18, o evangelho de hoje. Precisamos da graça, então, de enxergar serviço. Precisamos da graça dos olhos solidários, compassivos para os que passam por necessidade. Precisamos da graça desse olhar, desse ocular, dessa visão de Jesus e de Santa Isabel da Hungria. Jesus passa por nós e se compadece de nós porque muito ama, porque muito ama, e quem ama se compadece, se faz solidário, se põe do lado, não despreza ninguém”, explicou.
“A fé do cego de Jericó – continua Frei Paulo -, contrasta com aquela mentalidade até mesmo dos discípulos, da cegueira, vamos assim dizer, cegueira mental, cegueira da mentalidade dos próprios discípulos. Até porque com dificuldade de entender a Deus, que é sempre surpreendente, Jesus mesmo tem essa sensibilidade, percebe naquele cego que clama, que pede socorro, o apelo do pai também, e deixa o seu coração agir, age de coração, atendendo aquele necessitado. É questão de se abrir ao anúncio, como fez este cego, aberto ao anúncio, o que está acontecendo? Quem é que está falando? Aberto ao anúncio e pôr-se a caminho com Jesus”, enfatizou Frei Paulo.
Por fim, o frade convidou os fiéis a assumirem a vocação com autenticidade. “Podemos ver aqui perfeitamente aqueles que se preparam para o batismo, os catecúmenos, enfim, se preparam para assumir de maneira plena, consciente, realista, a sua fé. Então vocês veem o despertar da fé e depois a decisão, a decisão por conversão, por mudança de vida, de mentalidade e mudança de vida. Só assim é possível seguir a Jesus com autenticidade. Então é um itinerário para todos os crentes, um caminho de iluminação, de salvação. O cego de Jericó grita, tem piedade, pede com fé. A fé que é a visão do compromisso com Jesus. Nova maneira de ver e agir. Segue Jesus que vai dar a vida. Então seguimos a Jesus que vai dar a vida, assim também não tem sentido a gente reter a vida. Quer dizer, cristão, autêntico, consciente, dá o melhor de si. Se doa, se coloca a serviço dos mais necessitados. Então há exemplos de Santa Isabel da Hungria, que também inspirou a tantos outros, como tem inspirado os nossos irmãos e irmãs da ordem franciscana secular”, finalizou.



















