Paz e Bem!
“Gostaria de saudar a todos que subiram ao Convento nesta tarde, para celebrar conosco. Esta celebração, é sempre importante que a gente recorde, ela é realizada aqui no Campinho, para facilitar a participação das pessoas que tenham um pouco mais de dificuldade de subir até a Capela lá em cima. Então, queremos privilegiar aqueles joelhos um pouco mais cansados e é importante que as pessoas venham, que as pessoas sejam trazidas, porque a convivência com pessoas com limitação, nos faz pessoas mais gratas e atentas”, com esta fala, o Frei Paulo Roberto Pereira, Guardião do Convento, acolheu a todos no Campinho, para a celebração da tradicional Missa da Saúde, na última quarta-feira (07/02).
Com presença de muitos idosos, deficientes, cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida, a Missa foi realizada às 16h. Foi celebrada a memória de São Paulo Niki e os companheiros, também conhecida como memória dos mártires de Nagasaki (clique aqui e conheça a história). Frei Paulo fez a reflexão do Evangelho de Marcos 6,1-6, iniciando a homilia, após pedir uma salva de palmas para os idosos presentes, dizendo que “a celebração também tem uma motivação, sendo a ‘Missa que a gente reza pela saúde’, pela saúde de todos nós, pela saúde física, psíquica, espiritual… É importante que a gente tenha o coração agradecido pelo dom que Deus nos dá e que a gente cuide deste dom. Cuidar da saúde. Saúde e salvação têm a mesma raiz. Tudo é Salus, em latim. Então se a gente cuida da nossa saúde a gente está no caminho da salvação. Preservar a saúde e cultivar a espiritualidade, se não só cuidamos do físico e esquecemos do espiritualidade…”
Ao explicar que o “sofrimento é um caminho doloroso porém de salvação”, o Frei afirmou que “as pessoas boas vão buscando a fazer como Jesus fez. O Senhor fez, viveu perdoando, amando, respeitando, promovendo a justiça, espalhando a verdade, curando as pessoas, anunciando as injustiças, denunciando as injustiças… Assim as pessoas boas vão buscando ser semelhantes a Jesus e recebem o privilégio de ser semelhante a Ele até na hora do sofrimento. O sofrimento nos faz semelhantes a Jesus. Buscar assemelharmos ao Senhor, essa é a tarefa que dá sentido aos nossos passos.” Ao falar da memória dos Mártires de Nagasaki, “quando a Igreja se veste de vermelho e recorda o martírio. Eles ofereceram sua vida no testemunho do Evangelho de Jesus Cristo e o testemunho dos Mártires de Nagasaki, um deles era padre jesuíta e os outros todos eram leigos. Eles num momento de muitíssima dificuldade, de opressão, não arredaram o pé de sua fé. E mesmo no sofrimento, suportaram todos os sofrimentos, também como Jesus Cristo, eles foram crucificados e receberam a coroa do martírio e hoje recebem a nossa veneração por toda a terra. Os mártires são colocados diante de nós, como pessoas que se assemelharam em tudo à Jesus, inclusive no sofrimento e na morte. Martírio é uma dimensão da espiritualidade cristã católica, que infelizmente, nesse nosso tempo, onde preferimos o bem estar, o conforto, nós vamos negligenciando. Qualquer sacrifício que a gente precisa de fazer nos parece muito pesado, qualquer dor que a gente tenha que enfrentar, parece que o mundo vai acabar”, explicou o Frei.
Por fim, ao explicar o texto do Evangelho, ele disse: “Jesus também passou por muito sofrimento e um dos piores sofrimentos é o desprezo. Desprezo pela sua condição e as pessoas não ouviam o que ele falava, nem viam o que ele fazia. Simplesmente julgavam a Jesus por ele ser quem ele era. E ele era uma pessoa simples… E nós se não tomarmos cuidado vamos tomando atitudes assim também, e só vale aquilo que é suntuoso, cheio de pose. É muito ruim este nosso tipo de relacionamento, a gente valoriza aquilo que reluz demais e até esquecemos aquilo que a sabedoria popular diz ‘nem tudo que reluz é ouro’, e a gente passa a confiar muito mais nas aparências do que na essência das pessoas. Jesus passou por isso, Jesus enfrentou o desprezo…”
Assista a reflexão completa abaixo.