Paz e Bem.
A Igreja iniciou no último domingo (27) o tempo do Advento, é o início de um novo ano litúrgico. Advento é um tempo de espera e vigilância do Senhor que vem a nós. São quatro semanas de preparação para a Festa do Natal do Senhor. Neste tempo, somos convidados à vigilância, à oração e à esperança.
Na manhã deste dia, muitos fiéis participaram da Missa no Campinho, presidida pelo Frei Paulo César Ferreira. Durante a reflexão, o frade explicou a importância de uma boa preparação para o Natal. Houve o acendimento da primeira vela da Coroa do Advento e ainda a celebração pelos 35 anos da Fraternidade da OFS Nossa Senhora da Penha. “Hoje rezamos de modo especial em ação de graças pelos 35 anos de ereção (canônica) da fraternidade da Ordem Franciscana Secular, nossos irmãos e irmãs leigos da família franciscana, Fraternidade Nossa Senhora da Penha. Estava ouvindo de uma irmã que a fraternidade teve sua origem com (Dom) Frei Diamantino (hoje bispo emérito da Diocese de Campanha, sul de Minas Gerais)”, lembou Frei Paulo no início da Missa.
Também neste domingo, a Pastoral Familiar da área de Vila Velha realizou a tradicional subida ao Campinho. As famílias se reuniram às 8h no portão principal do Convento e subiram rezando o terço até o local onde foi celebrada a Eucaristia às 9h.
“Advento tempo de pensar, tempo de refletir, tempo de interiorizar. A mulher grávida vive o tempo de interiorização do mistério da vida, quem ela traz em seu ventre, o milagre da vida que ela traz em seu ventre e que está por nascer. Vamos pensar na nossa caminhada cristã, no nosso jeito de ser cristão, a nova ‘gestação’, algo novo que está para acontecer. Neste tempo vamos ouvir falar muito de vigilância, para dizer para nós que é preciso estar em espírito de oração… É tempo de rever o meu jeito de ser, meu jeito de responder ou de corresponder aos apelos de Deus, aos planos de Deus para todos. É tempo de firmar os passos titubeantes. Advento é tempo de retomada de consciência dentro de um convite ao discernimento. É hora de despertar, de dar-se conta que o Senhor já veio, vem e virá como Juiz e Senhor do Universo. Essa espera é geradora de crise, de purificação, de transformações, de discernimento pessoal e coletivo, para separarmos o joio do trigo, a mentira da verdade, o mal do bem, que são as tensões que estamos vivendo e que vivemos dia a dia”, afirmou Frei Paulo César.
O frade também lembrou que na Primeira Leitura (Isaías 2,1-5), o profeta Isaías viveu momentos difíceis com seu povo. “Isaías viveu situações difíceis com seu povo oprimido pelas lideranças político-religiosas e no meio desse flagelo, o profeta prevê o futuro em que os pobres despertam da situação opressora e com esperança, começam a lutar por seus direitos e por dias melhores, transformando as espadas em arados, lanças em foices. Não pegaram em armas uns contra os outros, e não mais travarão combate. Interpreta-se aqui os instrumentos de destruição ou então de morte, serão transformados em instrumentos de trabalho, de vida, instrumentos de paz. Portanto, irmãos e irmãs, é hora de superar as distrações e as divisões e de preparar os caminhos do Senhor, ou seja, nossos corações para amarmos mais, para sermos mais fraternos, para sermos mais compassivos, mais solidários, mais simples. O Natal é a festa da simplicidade e da pobreza de Jesus assumindo nossa humanidade. O que nos torna ricos é essa presença, esse mistério do amor de Deus por nós, o Reino entre nós, essa é a riqueza, o tesouro escondido”, explicou.
Por fim, Frei Paulo César pediu que este tempo é para desarmarmos os espíritos. “Para termos um coração semelhante ao coração de Jesus, para sermos semelhantes ao Menino de Belém, precisamos desarmar os espíritos, deixar as pedras de lado, para sermos mais conscientes, mais atinados em defesa do bem comum. Vamos dar ouvidos à Palavra de Deus”, concluiu.
Confira a reflexão completa abaixo:
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