Frei Paulo: A doença do nosso tempo é a indiferença com a falta de compaixão

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Praticar uma fé curativa, uma confiança revigorante, uma esperança que motiva… Praticar a paz e o bem! Com esses objetivos, centenas de pessoas se reúnem às quartas-feiras, para a tradicional Missa da Saúde no Campinho. Congregam a mesma família amada do Pai, no local da “convenção”. Convento tem este simbolismo. Reunir a todas as pessoas para celebrar a Palavra e a Eucaristia.

Paz e Bem!

Na tarde de hoje (18/09), os fiéis, em sua maioria idosos e pessoas com mobilidade reduzida, participaram da Missa da Saúde, aos pés do Santuário da Virgem da Penha. A Celebração foi presidida pelo Guardião, Frei Paulo Roberto Pereira. Com clima muito agradável, o frescor dos ventos fortes, ambientou o sentimento de oração e de paz que o Convento oferece.

“Esta tarde nós estamos experimentando aquilo que o nome sugere. Estamos no Convento da Penha, com muito vento. Tem sido assim esses dias todos, parece-me que é da época! Quem tem o conhecimento e a sensibilidade de perceber os tempos, quem presta atenção na natureza já sabe e alguns já me disseram: agosto e setembro venta muito. Por isso hoje estamos experimentando essa força da natureza que é um setembro com muito vento, aqui no Convento, que significa também convenção, reunião. Nos reunimos todas as quartas-feiras, para agradecer a Deus o dom de viver e conviver, o dom de ser sinal de Deus onde Ele nos levar. Viemos para agradecer a Deus por despertar em nós boa vontade e assim gerarmos boa vontade. Pode ser que nossos joelhos estejam enfraquecidos, a glicose esteja um pouco alta, a pressão já não está funcionando como antes, mas tendo boa vontade, teremos saúde. A saúde está relacionada à forma como a gente vive e convive, por isso celebramos aqui”, foi assim que o Frei Paulo iniciou a homilia.

O Guardião comentou também sobre o “Mês da Bíblia” que já se encaminha para o final. “Este é o mês que a Igreja nos convida para olhar com gratidão a Palavra do Senhor, Deus presente e bem junto de nós através da Sagrada Escritura. A bíblia ocupa o lugar central na vida de nossas comunidades. Voltamos nosso olhar, abrimos espaço no nosso coração para ouvir Deus falar, treinamos nossos ouvidos para escutar a voz de Deus diante das realidades dos nossos tempos. Ler a bíblia individualmente e a partir dela rezar. Este é um grande jeito de conhecer a Palavra de Deus”, destacou. Ele ainda brincou que diferentemente de um livro de romance, que é preciso ler os capítulos em sequência ou uma série da “Netflix” que é preciso acompanhar em ordem, a Bíblia pode ser lida sem ter uma sequência, basta que tenhamos o hábito de ler, rezar, refletir. Mencionou também a importância dos círculos bíblicos, como uma forma de partilha de entendimento, como um espaço para a comunidade ver a Palavra de Deus em grupo, em unidade.

Ao explicar o Evangelho de Lucas 7,31-35, o frade disse: “Jesus percebe nessa geração, a indiferença, a mesma indiferença que faz mal, adoece, isola e quando somada àquilo que entrou no nosso tempo, o ‘eu sei de tudo’, ‘a minha opinião é que vale’, ‘eu sou contra o Papa Francisco!’, ‘eu sou contra a Igreja!’, ‘sou contra o Sínodo da Amazônia’, ‘Papa Francisco é comunista’…, que coisa estranha, que doença é essa? Essa é a doença dos nossos tempos! A prepotência ao emitir opinião. Quando a prepotência se junta com a indiferença, sentimos a doença. Esta é a doença do nosso tempo, esse jeito pouco dócil, soberbo, ignorante, intransigente, pouco cordato. Isso nos adoece! Tem doença que não é no exame de sangue que aparece, não. Tem doença que aparece na forma de nos relacionarmos com os irmãos em casa. Se você não consegue mais cumprimentar mais as pessoas que convivem com você, está errado, você está doente! Se você só murmura desde que levanta até a hora de dormir, você está doente! Precisamos perceber que apesar das dificuldades que a gente enfrenta têm coisas boas que estão acontecendo e mais ainda, eu posso promover coisas boas, eu posso ser sinal da bondade, da cortesia, da amizade, do respeito. Eu posso! Eu devo ser sinal que mata a indiferença, que exerce a compaixão. O outro é importante para mim”, explicou Frei Paulo.

Ao final da Missa, Frei Paulo Roberto comentou algumas novidades que estão sendo estudadas pela Fraternidade do Convento, para melhorar ainda mais a realização da Missa da Saúde e proporcionar atendimento às pessoas que não conseguem subir até a Secretaria para receber o sacramento da Reconciliação.

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