Paz e Bem.
A tradicional Missa da Saúde celebrada no Campinho do Convento da Penha na tarde desta quarta-feira (26), reuniu muitos fiéis, especialmente pessoas com mobilidade reduzida, idosos e convalescentes, que não conseguem subir até a Capela principal.
A Celebração foi presidida pelo Guardião, Frei Gabriel Dellandrea, com participação do Frei David Belineli, da fraternidade Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Paróquia Santa Clara de Assis), Colatina-ES. Em sua reflexão, Frei Gabriel iniciou utilizando um exemplo de um fato ocorrido durante a Festa da Penha, onde indicaram um relaxante muscular para que ele fizesse uso depois da Romaria dos Homens.
“É assim que as bulas de remédio funcionam. Elas ‘catastrofizam’ o que pode acontecer de errado, porque se alguém tomar a ideia errada e for lá no laboratório reclamar, o que eles vão dizer? ‘Eu avisei’. As bulas de remédio se organizam para dar todos os sinais do que pode dar errado, para que a pessoa não se desespere se caso alguma coisa aconteça, porque ela foi avisada. Assim também é Jesus no Evangelho de hoje (Lucas 21,12-19)”, contextualizou.
“Jesus disse o que podia dar errado. Ninguém pode dizer assim, ‘ah, eu me tornei cristão, mas não sabia que ia ser perseguido, não sabia que ia ser desafiador, não sabia que ia ser difícil…’ Assim como a bula de remédio, Jesus também no Evangelho que ouvimos, afirma que aquele que seguir fielmente a proposta do Reino de Deus vai encontrar desconfiança, vai encontrar desafios, não vai ser aceito por todo mundo, até vai ser questionado, interrogado, não aceito pela própria família, vai ser perseguido… Jesus não deixa enganar, não deixa com que nós caiamos na ilusão de que será fácil o caminho, não. Pelo contrário, será difícil e Ele mesmo também experimentou o máximo do caminho, o máximo da entrega que foi a cruz. Se fosse fácil Ele teria morrido num hospital ‘bem tranquilo’, mas a sua entrega total foi na cruz, o verdadeiro símbolo de que a nossa caminhada de fé cristã também será um desafio, pautada pela incompreensão, pautada pela não aceitação dos outros e até dos nossos próprios desafios, dos nossos próprios limites em fazermos acontecer o Reino de Deus”, destacou Frei Gabriel.
Ainda falando sobre o Evangelho, o Guardião. “Entre não ser fácil e ser bom, nós temos também a realidade da vida, a qual devemos aceitar e encaminhar todas as coisas que fazemos na nossa caminhada de fé, aceitar os desafios do caminho, especialmente da nossa vivência cristã, é ter a consciência, assim como uma bula de remédio, de que não será fácil, mas que valerá a pena e diferente de um remédio que a gente pode optar ou não, a vida cristã é de fato o remédio essencial das nossas vidas. Mesmo tendo toda essa contraindicação ou esses desafios que são reais, vale a pena ainda tomar o remédio da fé cristã, vale a pena ainda utilizar-se deste recurso, vale a pena aderir ao projeto de Jesus, porque o segmento a ele é a alegria completa, alegria que é acompanhada do desafio da fidelidade. Por isso, no final do evangelho Jesus nos consola dizendo que se ficarmos firmes nós receberemos a recompensa e nenhum fio de nossa cabeça cairá se por ventura estivermos na fé dinâmica dele, o que significa isso? Não perderemos nada do que é essencial, nada do que é importante, pode ser que no meio do caminho, na adesão à fé de Jesus nós percamos muitas coisas, percamos o nosso orgulho, percamos o nosso egoísmo, deixemos para trás práticas que não condizem com a nossa experiência de fé, essas se perdermos não são essenciais, mas aquilo que é verdadeiro e bom o Senhor não tirará de nós, a verdade, a justiça, a alegria do segmento a Ele”, finalizou.
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