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16/10/2025

Frei Felipe: “Não sejamos cristãos da exterioridade, mas vamos irradiar justiça”

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Paz e Bem.

Os fiéis presentes na tradicional Missa da Saúde, celebrada no Campinho do Convento da Penha, tiveram uma grata surpresa na tarde desta quarta-feira (15), com a presença do novo presbítero da Igreja, o capixaba Frei Felipe Medeiros Carretta. O frade foi ordenado no último sábado, no Santuário Divino Espírito Santo. Ele já é bastante conhecido pelos devotos de Nossa Senhora da Penha, especialmente por seu trabalho na Festa da Penha.

A Celebração Eucarística foi presidida pelo Frei Felipe e concelebrada pelo Guardião, Frei Gabriel Dellandrea, que acolheu o confrade e também pediu orações para os frades. “Queremos de forma humilde e alegre, agradecer a presença do Frei Felipe aqui nesta tarde. Nos alegramos por isso. Vamos pedir a graça da saúde também para ele, para que ele possa desempenhar bem sua missão, para que ele, com carinho e atenção, possa continuar fazendo um bom trabalho junto ao povo de Deus”, na sequência convidou os fiéis a rezarem uma Ave Maria pelo confrade.

Na homilia, o neossacerdote iniciou recordando que a Igreja celebrava a memória de Santa Teresa de Jesus, também chamada de Teresa de Ávila. “Mulher extraordinária, doutora da igreja. Teresa foi reformadora do Carmelo, mestra da oração e da vida interior. Sua vida e escritos continuam a nos inspirar a buscar a Deus de todo o coração. E nesse sentido, a liturgia da palavra de hoje também nos ajuda a compreender o que Teresa viveu e ensinou. A importância da coerência entre o interior e o exterior, da justiça e do amor de Deus acima das aparências, da confiança na graça divina que nos transforma”, introduziu.

“São Paulo escrevendo aos Romanos (3,21-30), lembra que Deus não faz acepção de pessoas, mas julga cada um segundo a verdade de suas obras. Aqui está um ponto essencial, não adianta apontar os erros dos outros e viver de modo incoerente. Deus conhece o nosso íntimo, Deus conhece aquilo que está dentro do nosso coração, Deus conhece as nossas intenções e espera de nós uma vida plena de conversão, de conversão. Santa Teresa compreendeu profundamente esta verdade. Ela mesmo na sua biografia, na sua autobiografia, não tem medo de narrar suas fragilidades, suas quedas, suas contradições. Não quis parecer perfeita diante dos outros, mas deixar-se transformar por Deus. Temos que nos deixar transformar pela graça de Deus. Deus só realiza maravilhas e prodígios na nossa vida se nós deixarmos. Temos que abrir o coração para a graça de Deus. Assim como Paulo nos adverte contra o julgamento hipócrita, Teresa nos ensina que a santidade não está em parecer santos, mas em nos deixar purificar pela misericórdia divina”, explicou Frei Felipe.

Ainda no contexto da santidade, o jovem padre disse que a santidade não consiste apenas em piedade, mas na capacidade de se entregar a Deus. “Santidade não é aquela pessoa piegas e piedosa, que todo mundo vê, por exemplo, faz para que os outros veem, rezando todo dia de joelhos, não. Mas santidade está na capacidade de se deixar purificar pela misericórdia divina. Isso é santidade. E no Salmo (129 / 130) nós escutamos que só em Deus a minha alma tem repouso. Só em Deus vem a nossa salvação. Esse trecho poderia ser o lema da vida de Teresa. No meio de tantas dificuldades, doenças, perseguições e compreensões, ela nunca deixou de encontrar repouso em Deus. Nunca. Porque Teresa confiava na misericórdia que purifica. Teresa tem um trecho de uma frase que diz assim, só Deus basta, só Deus basta. Quando tudo parecia desabar, quando os caminhos eram estreitos, ela sabia que apenas em Deus a sua alma podia descansar”, afirmou.

“Esse também é um convite nosso hoje. No mundo de tantas pressões, exigências, correrias, aparências, somos chamados a repousar no Senhor, encontrar nele a paz que não passa. A paz que não passa. E assim, no Evangelho (11,47-54) Jesus denuncia a atitude dos fariseus e doutores da lei. Pagam dízimos de pequenas ervas, mas esquecem o que é essencial, a justiça e o amor de Deus. Gostam das primeiras cadeiras, das saudações, das honras, mas impõem aos outros cargas pesadas sem mover um dedo para ajudá-los. Nós também podemos cair neste mesmo erro. Por isso que essa semana inteira o Senhor está nos chamando a conversão para essa coerência de vida. Evangelho proclamado, evangelho vivido. Não só proclamado, mas evangelho vivido. Aqui está o contraste entre exterioridade e interioridade. Jesus não condena a lei em si, mas a vivência superficial, sem amor. É um alerta para nós também. De nada adianta sermos religiosos de fachada, assíduos em ritos, mas duros de coração, incapazes de viver misericórdia, humildade e serviço. De nada adianta. De nada adianta. A lei, pela lei, ela é morta, ela é vazia. A lei, pela lei, é morta”, alertou Frei Felipe.

Por fim, citou que Santa Teresa de Jesus viveu em plenitude e abundância de dons. “Teresa foi uma mulher que uniu esses dois polos, interioridade e vida concreta. Sua grandeza não esteve apenas na experiência mística, não. Também esteve na reforma do Carmelo, onde morava. Rezava profundamente e, ao mesmo tempo, organizava o convento, escrevia cartas, fundavam comunidades. Teresa ensina que a oração verdadeira sempre gera frutos de vida nova, de transformação. Quem reza de verdade não pode continuar vivendo na superficialidade. O evangelho do Senhor não é superficial, não é. Como já disse, é vida concreta. É palavra que gera vida, que gera salvação. Santa Teresa de Jesus nos convida hoje a deixar de lado toda a hipocrisia, toda a religiosidade de fachada e a buscar uma vida enraizada no amor de Deus. Que não sejamos, caros irmãos e irmãs, não sejamos cristãos da exterioridade. Não sejamos. Mas sejamos homens e mulheres que, transformados pela oração, possamos irradiar justiça, misericórdia e paz”, finalizou.


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