Frei Djalmo: “O perdão é uma virtude que precisa ser conquistada”

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Paz e Bem.

Fiéis de várias partes do Espírito Santo e provenientes de estados da Bahia, Minas Gerais e do Rio de Janeiro, participaram da tradicional Missa no Campinho do Convento, na manhã do último domingo (17). As Romarias de Colatina (ES) e de Aimorés (MG) levaram muitas pessoas ao principal monumento religioso e turístico capixaba. Celebrando o 24º Domingo do Tempo Comum, os devotos de Nossa Senhora da Penha foram acolhidos e levados a refletir a importância do perdão: de dar e receber o perdão.

A Eucaristia foi presidida pelo Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor do Convento. “Na presença de Deus e de sua Mãe Maria, aqui no alto desta montanha, queremos nos reconhecer pecadores, dar e receber o perdão, é o que o Evangelho nos pede. Queremos pedir perdão pelos nossos pecados, nossas falhas, sermos homens e mulheres que cultivam em seu coração a misericórdia, o perdão, a reconciliação”, disse o frade ao iniciar o ato penitencial.

Na homilia, Frei Djalmo iniciou destacando que Jesus faz um desafio a Pedro e a todos. “O Evangelho (Mateus 18,21-35) nos desafia a um exercício que todos os dias nós somos confrontados, que é a dimensão, o exercício, a virtude do perdão. Pedro aproxima-se de Jesus ‘Senhor, quantas vezes devo perdoar se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?’ Jesus responde: ‘Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete’. Pedro tenta colocar um limite ao perdão, mas Jesus desafia Pedro a perdoar sempre, por isso diz: não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete. Como é importante na vida, aprender a perdoar. Dar e receber o perdão, é uma atitude de ida e de volta. Muitas vezes nós carregamos dores e sofrimentos ao longo da vida, porque somos incapazes de perdoar e muitas pessoas acabam sofrendo no próprio corpo, somatizando a incapacidade de dar e receber o perdão. Quando você guarda uma mágoa, um rancor, um ódio, um sentimento ruim no coração, a pessoa mais prejudicada é você. Você acaba muitas vezes adoecendo, porque é incapaz de se libertar deste peso que habita o seu coração. Como é duro a gente viver anos e anos carregando um sofrimento que nós não conseguimos nos libertar e às vezes nos falta a iniciativa, de forma humilde, dar o perdão ou receber o perdão e isso acontece, sobretudo lá dentro de casa. Nós sabemos disso! Quantos irmãos acabam brigando entre si”, refletiu.

Ainda sobre o perdão que começa dentro de casa, Frei Djalmo lembrou a futilidade de muitas brigas que levam à falta de perdão. “Às vezes brigas bobas, uma palavra que você disse, uma palavra mal colocada em um tempo em muita briga… Ainda, até ano passado, como se brigava entre nós por política, – a gente atende as confissões aqui no Convento da Penha, a gente não conta os pecadores, mas contamos o que ouvimos-, como têm pessoas que brigam ou brigaram em relação a política em apoiar este ou aquele candidato e que carregam até hoje essa mágoa no coração, por uma palavra que você disse de forma agressiva a alguém da sua família, isso é dolorido. Às vezes briga por disputa de uma pequena herança, até por uma ‘colher de pau’, por uma panela que alguém ficou na herança e a gente fica brigando por coisas simples. Jesus hoje nos desafia a perdoar. Por que a palavra desafio? Porque o perdão é uma virtude que precisa ser conquistada. Ninguém nasce perdoando, você precisa aprender a perdoar. É isso que você ensina aos seus filhos. Nós aprendemos desde pequenos a nos exercitar no perdão. O perdão, portanto, é uma virtude que precisa ser conquistada a cada dia”, disse.

Sobre a parábola contida no Evangelho, o Guardião falou: “Quem é o patrão que perdoa toda a dívida, senão Deus, Jesus? Ele é capaz de nos perdoar sempre e de forma infinita, mas ao longo do caminho, nós encontramos irmãos e irmãs que também suplicam o perdão para nós. Se eu recebo o perdão de Deus, por que não dar este perdão a quem suplica ao longo do caminho? Dar e receber ou receber e dar o perdão. Se você se sente amado por Deus, porque Deus nos perdoa infinitamente, este mesmo perdão deve ser dado a quem caminha ao meu lado”.

Por fim, Frei Djalmo destacou que o Convento é o “Santuário do Perdão e da Graça” e qual é sua dimensão. “Nós conhecemos o Santuário da Penha como o Santuário do Perdão e da Graça. Ninguém deveria descer desta Montanha Sagrada, sobretudo no dia de hoje, – ouvindo o Evangelho-, ninguém deveria descer daqui com o coração cheio de mágoa, pelo contrário, se você fez alguma coisa errada, se você está de mal com alguém, assuma este compromisso de, aqui neste lugar, deixar toda raiva, todo rancor, toda dor e descer desta Montanha e dar o perdão a quem você machucou, a quem você magoou”, concluiu.

Confira a reflexão na íntegra abaixo:

Também neste domingo, a mamãe Thamirys Rossi Bianchi subiu ao Convento para agradecer pela intercessão de Nossa Senhora da Penha, no tratamento da pequena Maria Luiza. A bebê de cinco meses nasceu com “pé torto congênito” e depois de ser consagrada à proteção da Mãe da Penha, foi concluído com sucesso a primeira parte do tratamento. A família inteira participou da Missa no Campinho, em agradecimento a esta graça alcançada.


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