Paz e Bem.
Centenas de fiéis subiram ao Campinho do Convento da Penha, na manhã deste domingo (18) 11º do Tempo Comum, para a tradicional Missa campal das nove horas, aos pés da Padroeira Nossa Senhora da Penha. A Eucaristia foi presidida pelo Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor do Santuário da Mãe das Alegrias. O tempo colaborou para que os fiéis se espalhassem pelo amplo espaço, já que o sol forte estava acompanhado de ventos e de um clima mais “frio”, desde a noite anterior, onde choveu bastante em solo capixaba.
Ao iniciar a homilia, Frei Djalmo esclareceu que o Tempo Comum não é um tempo menos importante que os demais. “Às vezes na Igreja, nós podemos nos confundir, porque achamos que no tempo comum não temos nada para celebrar, por isso chamamos comum, como se fosse simples, sem nenhum tipo de expressão e importância, mas pelo contrário. Passadas as festas pascais, a festa da Ressurreição, depois a Ascensão de Jesus, a Solenidade de Pentecostes, chegamos ao tempo comum, que é o tempo da missão de Jesus, quem sabe o tempo mais importante e mais frutífero da vida de Jesus, foi aquilo que Ele fez dos trinta aos trinta e três anos, a missão, a vida pública de Jesus, a isso chamamos de Tempo Comum, ou seja, tempo do pastoreio, tempo da missão, tempo do anúncio do Evangelho”, comentou.
Sobre o Evangelho (Mateus 9,36-10,8) Frei Djalmo disse que todos são chamados a ser continuadores da missão de Jesus. “Jesus faz uma constatação. Ele mostra para nós que as ovelhas estão sem pastores, as ovelhas estão desamparadas. As ovelhas somos nós, somos, ao mesmo tempo, ovelhas, mas também somos pastores uns dos outros. Claro que o padre, o diácono, o bispo recebe uma missão específica, um ministério de pastorear as ovelhas, mas se a missão do pastor é cuidar, essa missão é de todos nós. Nós somos pastores uns dos outros, você é pastor da sua família, da sua casa, dos seus filhos, da sua comunidade onde você celebra a fé, ali você tem a missão de cuidar, de pastorear. O Evangelho diz que Jesus chama doze para serem os continuadores da sua missão. Primeiro chama doze, depois setenta e dois e depois a nós todos pelo dom do batismo, para sermos pastores uns dos outros e continuadores da missão de Jesus”.
Para o frade, ao chamar os discípulos pelo nome, Jesus não se esquece de ninguém, desta forma, o Senhor acredita e confia a todos uma missão. “Jesus, ao chamar os discípulos, os chama pelo nome. É a primeira característica do chamado. Eles têm nome… Jesus os chama quase todos junto ao lago da Galileia para serem continuadores da sua missão. Chama primeiro Pedro, que vai ser o coordenador do grupo, o responsável. Depois Jesus chama outros tantos, como por exemplo, Mateus, que era cobrador de impostos. Jesus não chama apenas santos, chama a todos, assim como chama a cada um de nós. Chama até mesmo Judas Iscariotes, até mesmo Judas tem um espaço no chamado de Jesus, para lembrar para nós que Deus não se esquece de ninguém, Ele chama a todos e a todos acredita e confia uma missão, de sermos anunciadores do Evangelho, fazer isso com graça e com leveza. Por isso, o Evangelho termina dizendo: ‘de graça recebemos, de graça deveis dar'”, explicou.
Em seguida, o Guardião questionou: “Quantas coisas boas Deus concede a cada dia a todos nós? Quantas bênçãos, quantas dádivas Ele nos concede? Imagine o dom da nossa existência, da nossa vida que é tão preciosa a Deus, a vida do meu esposo, da minha esposa, do meu namorado, da minha namorada, dos meus filhos… Alegria em estar num lugar tão belo como este, Convento da Penha, contemplando o mar, o céu azul, essa construção aqui tão bela erguida desde o século XVII, quantas coisas boas que a gente pode contemplar, meus irmãos e irmãs? Se recebemos tantas dádivas de Deus, por que também não retribuir essas dádivas aos nossos irmãos e irmãs, fazer o bem?! Vamos querer o bem ao nosso semelhante, fazer o bem a quem está ao nosso lado, afinal, de graça recebemos, de graça também deveis dar”, concluiu a reflexão.
Confira a reflexão completa abaixo:
Após a Comunhão Eucarística e antes da bênção final, Frei Djalmo perguntou aos presentes se havia alguém que estava visitando o Convento da Penha pela primeira vez “Eu pergunto porque tem capixabas que não conhecem o Convento da Penha, alguns acham que aqui moram freiras porque é um Convento, mas aqui moram os freis franciscanos que aqui trabalham. Os franciscanos, aqui no Espírito Santo, estão presentes no Convento da Penha, no Santuário de Vila Velha (Centro de Vila Velha) e também Colatina, no noroeste do Espírito Santo; além de outros lugares do Brasil. Nossa Província, da qual o Convento da Penha faz parte, pega o Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, de onde tem um bom número de freis que normalmente vem de Santa Catarina para trabalhar aqui. Eu sou catarinense, Frei Pedro Engel também é. O pouquinho desse frio que vocês estão sentindo hoje, vem da nossa região que está muito fria, inverno. Se a gente acha que aqui tá frio, lá amanheceu fazendo 3 graus, isso é só o começo”, brincou.
Frei Djalmo ainda pegou no colo a pequena Elisa, uma bebê que foi apresentada à materna proteção de Nossa Senhora da Penha. Ela foi levada pelos seus pais.