Frei Djalmo: “Brigamos por tão pouca coisa e esquecemos que Cristo é a expressão máxima do amor e da unidade”

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Paz e Bem!

A comunidade de fé do Convento da Penha se reuniu no Campinho para a tradicional Missa Campal das 9 horas, neste domingo da Palavra de Deus (22), refletindo as leituras bíblicas, agradecendo pelas infinitas bênçãos alcançadas e congregando uma grande família, a família de Deus formada pelo amor e pela graça do Pai. A Missa foi presidida pelo Frei Djalmo Fuck, Guardião da Penha e pelo Padre Tárcio Rosa Siqueira, pároco da Paróquia Bom Pastor, do bairro Nova Carapina, Serra-ES.

O sacerdote diocesano subiu à Penha juntamente com sua mãe para rezar diante da Imagem da Padroeira dos Capixabas, entregando o seu “sim” e colocando sob a poderosa intercessão da Virgem das Alegrias, sua nova caminhada que fará em breve, já que ele vai morar um tempo em Roma (Itália) para estudar “Bíblia” e assim, depois de formado, poderá formar outras pessoas, cristãos leigos acerca do estudo da Palavra de Deus. Nesse sentido, certamente não foi uma simples coincidência que no “Domingo da Palavra de Deus” o Padre Tárcio subisse ao Convento para rezar pedindo a iluminação e a força do Espírito Santo para o estudo da “Bíblia” que fará na terra do Papa.

Durante a Missa, logo após a saudação inicial, diante da instabilidade do tempo, muitas pessoas imaginaram que a chuva fosse novamente cair, mas diante da “trégua”, embora o calor forte tenha permanecido, os fiéis se posicionaram em frente ao palanque onde fica o altar.

Na Liturgia da Palavra, um momento de profunda espiritualidade foi o Salmo Responsorial cantado pela jovem Yasmim da Matta, filha de dois cantores já conhecidos pelos devotos do Convento da Penha, o cantor e compositor Marcos da Matta e Cristiane da Matta.

Ao iniciar a reflexão, Frei Djalmo fez uma rápida contextualização do tempo celebrativo, explicando que o “Tempo Comum não é menos importante do que os outros tempos da Igreja”, pelo contrário, nesse tempo vemos a vida pública de Jesus, seu ministério. “Quando falamos ‘tempo comum’ imaginamos que a gente não tem nada para celebrar. Passou o Natal, passou a festa da Epifania, passou a festa do Batismo de Jesus… E nós poderíamos cair na tentação de entrar numa monotonia, achando que não temos nada para fazer, por isso chamamos o tempo comum, mas não é verdade. O tempo comum para a Igreja é o tempo da vida pública de Jesus. Logo depois de batizado nas águas santas do Jordão, Jesus, tentado pelo diabo, vencendo toda tentação, inicia a sua vida pública, o seu ministério, ele assume para si a missão que o Pai lhe confiou. Essa missão começa justamente entre os seus. Jesus volta para a Galileia, onde Ele havia crescido junto com seus pais. Deixa Nazaré e vai para Cafarnaum, toda a região da Galileia e ali, junto ao lago da Galileia, inicia sua vida pública, começa seu ministério chamando aqueles que seriam os continuadores da sua missão, aqueles aos quais deu o nome de apóstolos. Jesus, portanto, começa a chamar os seus! Vê Pedro e André, Tiago e João [ambos estavam lavando as suas redes, pescando] e Jesus vai dizer a eles: ‘segui-me’ e o Evangelho diz que imediatamente deixando tudo se fazem discípulos de Jesus”, lembrou o Guardião.

Na sequência, ainda falando sobre o Evangelho o Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha, lembrou as motivações do Ano Vocacional e da Festa da Penha deste ano que traz um convite vocacional. “Estamos no Ano Vocacional da Igreja que começou no final do ano passado e se estende até a festa de Cristo Rei deste ano. Nós também, assim como os discípulos somos chamados a sermos continuadores da missão de Jesus, e por isso, neste ano na Festa da Penha, de 9 a 17 de abril, queremos viver intensamente este chamado: ‘Com Maria, chamados a servir’, inspirados no Ano Vocacional. Somos chamados a servir onde quer que nós estejamos. Dentro de casa, sendo pai, mãe de família, irmão, filho, vô, vó, lá dentro de casa, mas também dentro da comunidade como leigo, como catequista, ministro da Eucaristia, equipe de liturgia, religioso, religiosa, padre… Somos todos chamados a servir e aqui, inspirados por Maria”.

Frei Djalmo afirmou que o chamado que Deus nos faz é pessoal, portanto, devemos ficar atentos. “O chamado é sempre pessoal. Deus nos olha com amor, com afeto, com carinho. Deus não se esquece de ninguém, a todos tem uma palavra de amor, de afeto, de ternura. Deus nos chama individualmente, mas para viver uma missão comunitária para viver em comunidade, pequena comunidade da família, da Igreja, a comunidade da sociedade onde quer que a gente esteja. Viver em comunidade é sempre um desafio, por isso, Paulo na Segunda Leitura ele vai escrever para a comunidade de Corinto para falar da sua tristeza porque a comunidade está dividida. Os problemas que as comunidades viviam parecem ser os mesmos problemas que nós também vivemos… Quantas divisões, quantas brigas, quantas discussões desnecessárias… Brigamos por tão pouca coisa, brigamos entre nós, brigamos com o padre, brigamos por quem decorou ou não a Igreja, brigamos por tão pouco… Mas se brigássemos por Jesus, essa briga teria mais sentido. A gente perde tempo!”, depois, completou: “Cristo é a expressão máxima do amor e da unidade. Hoje queremos, chamados por Jesus, sair daqui deste espaço de oração, não divididos, mas sempre mais unidos, construtores de comunidade, de comunhão, elos de unidade. Somos irmãos uns dos outros, não disputamos espaço. Não somos melhores uns que os outros, mas somos irmãos uns dos outros”, completou.

No final, antes da bênção, Frei Djalmo fez a “chamada” acolhendo os fiéis visitantes, especialmente os romeiros de todas as regiões do Brasil, a começar pelo nordeste, passando pela região centro-oeste, norte, sul e sudeste do país. Ele também perguntou se havia alguém de outro país, acolhendo a todos com o carinho e a ternura da Virgem da Penha, a Senhora das Alegrias.

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