“Jesus está, como sempre esteve, bem junto do povo, fala à multidão como Mestre que se põe a escutá-Lo. Lembra a todos que a semente é a verdade do Reino que Jesus vai se desenvolvendo entre nós e até nem percebemos seu crescimento, mas vai germinando as atitudes dos cristãos a favor da vida e do Reino. Como semeador, Ele sabe esperar pelos frutos. Deus vai realizando o mistério de seu amor entre nós”, com este belo comentário inicial, foi inaugurada a Celebração Eucarística do 15º Domingo do Tempo Comum, no Campinho do Convento da Penha. Frei Djalmo Fuck, Guardião e Reitor, presidiu a Missa.
Centenas de fiéis, especialmente romeiros e turistas que aproveitam o período de férias (recesso escolar), subiram ao Santuário da Padroeira e Mãe dos capixabas, a Virgem da Penha. A condição climática contribuiu para que a presença fosse ainda mais forte, já que o tempo ficou fechado e fresco na maior parte do tempo. Pelas redes sociais também houve um aumento na participação.
Na sequência da Missa, a equipe de canto entoou: “a Palavra é a semente que Jesus jogou no chão, no chão da sua mente, no chão do seu coração. Semente que caiu que caiu na pedra, semente que não quis brotar, há muito coração de pedra, que não tem vida pra dar”, em consonância ao Evangelho proclamado (Mateus 13,1-23).
“A liturgia nos apresenta a parábola do semeador. Jesus explica e dá para nós uma parábola. Ele se apresenta como o semeador, o bom semeador. Esta semente, esta boa semente é lançada em muitos terrenos, este é o primeiro pensamento que vamos refletir hoje. O semeador é bom, não discrimina nenhum tipo de terreno. Existe o terreno à beira do caminho, o terreno cheio de espinhos, o terreno pedregoso e o terreno bom. O semeador lança a semente em todos os terrenos porque ele é o bom semeador e a semente que Deus lança é sempre uma semente boa, ou seja, Deus dá o seu melhor e não se esquece de ninguém. Eu poderia, você poderia pensar… ‘eu sou um terreno cheio de pedras, um coração empedernido, eu tenho um coração cheio de espinhos, sou aquele coração à beira do caminho, quem sabe Deus tenha se esquecido de mim?!’, e não é verdade! Deus se lembra de todos, por isso, lança a semente em todos os tipos de solo, de terreno”, partilhou Frei Djalmo como primeiro pensamento na homilia.
Ainda durante a reflexão, o Guardião lembrou que ao lançar a semente, Deus espera que ela frutifique. “Deus espera que essa semente possa nascer, possa crescer, florescer e dar frutos. Esta semente que Deus lança no coração de cada um de nós, Ele espera que ela frutifique, no entanto, nem sempre o coração, o solo que habita nosso coração é um solo bom, por isso, vem o desafio de cultivar a semente. Quando Deus lança a semente, ela normalmente não cresce de forma espontânea [claro que existem algumas plantas que você lança a semente e sem nenhum tipo de cuidado a semente cresce com a chuva que cai, com o pouco de umidade que o solo tem, a semente se desenvolve] a semente que cai no meu, no seu coração, ela precisa ser cultivada e cultivo exige esforço, perseverança, é como uma planta que você tem dentro da sua casa… A vida, a semente precisa de cultivo. O cultivo significa esforço, perseverança. Nós somos muito momentâneos como nos lembra a parábola. Nós queremos semear agora para colher daqui a pouco, de imediato. Sabemos que esta colheita não é assim tão simples. Você semeia, se esforça, às vezes a gente acaba nem colhendo. Outros colherão aquilo que nós semeamos, mas nossa missão e semear. Receber a semente de Deus no nosso coração e ser também como semeador, sair a semear uma semente boa, imaginando que essa semente possa também um dia crescer e florescer com muita perseverança, com muito esforço, com muita tenacidade, para que Deus possa fazer brotar e crescer esta semente”, enfatizou Frei Djalmo.
O Reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha também destacou a Primeira Leitura (Isaías 55,10-11), em que o profeta faz uma comparação da Palavra de Deus com a chuva e a nuvem que descem do céu. “A Palavra de Deus não volta sem produzir os seus frutos. Nós esperamos que esta semente de Deus, semeada do alto, possa produzir os frutos necessários. Deus não discrimina nenhum tipo de solo, confia no nosso potencial, acredita que nós haveremos de dar frutos. Ele espera que nós perseveremos, lutemos, nos esforcemos para que este fruto possa crescer, amadurecer e possa ser colhido no tempo certo”, concluiu o frade.
Confira a reflexão completa abaixo: