Festa da Penha | Romaria das Mulheres lota ruas de Vila Velha

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Paz e Bem.

No 2º Domingo de Páscoa, Festa da Divina Misericórdia e do último Oitavário de Nossa Senhora da Penha, uma multidão de pessoas acompanhou a Romaria das Mulheres. Foi a segunda vez seguida que as famílias foram às ruas de Vila Velha (ES), em menos de 24 horas, para cantar, confraternizar e louvar a Deus e a Virgem Maria. A diferença desta romaria para a dos homens, é que as ruas ficaram mais coloridas pela presença feminina  em maior número e pelas flores que carregavam.

Assim como Maria levou Jesus às Bodas de Caná da Galileia, as mulheres capixabas levaram seus filhos, filhas, maridos e amigos para caminhar e anunciar o Evangelho por meio do testemunho da fé e da partilha. Elas anunciaram a Boa Nova cantando, sorrindo  e aproveitando cada instante do momento dos momentos de louvor.

A saída da romaria foi no Santuário de Vila Velha, às 15h, e de lá todos seguiram para o Parque da Prainha. Mais uma vez a tradição da devoção a Nossa Senhora da Penha estava presente. Erika Ferreira participa da Romaria das Mulheres há 10 anos. “Hoje estou participando desse momento com minha mãe e minha filha Maitê. Ela contou que, quando criança, participava da romaria com sua avó e sua mãe.

A mãe de Erika, dona Sônia Ferreira, de 60 anos, considera muito importante a continuidade da devoção à Santa da Penha em sua família. “ É muito importante estar aqui, pois eu fui batizada no Convento da Penha.”, disse. Para ela, “estar tão próximo de Nossa Senhora das Alegrias é muito maravilhoso”.

Penha Ventorim participa da romaria há 58 anos e Jacira Miranda acompanha  a atividade há mais de 20 anos. “Para mim participar da Romaria das Mulheres é sinônimo de alegria, gratidão e muita fé. Aprendi essa devoção com a minha finada mãe.”

Já a senhora Jacira diz que acompanha a romaria há 20 anos  porque tem muita fé, além de acreditar que tudo que precisamos devemos ter a confiança de pedir pela intercessão de Nossa Senhora.

Chamou a atenção no trajeto o grande número de carrinhos de bebês e pais com os filhos nos braços. Quando todos chegaram  para o último Oitavário e a Santa Missa de encerramento da romaria,o Parque da Prainha começou a parecer um grande espaço de para piquiniques, isso porque muitas mães deixaram o espaço que ocuparam mais confortável para  seus filhos. Todos estavam muito à vontade, comeram lanches preparados em casa, refrescos e algumas crianças até dormiram depois da caminhada. Mais uma vez, o acolhimento e a certeza de estar seguro na casa da Mãe fez a diferença na vida daquelas pessoas. Era o mesmo de se sentir em casa.

Com seus dois filhos, Juliana Silva Costa de Brito disse que foi à romaria para agradecer a vida dela e de seus filhos. “ Por mais que a gente não preste atenção, Nossa Senhora está sempre ao nosso lado. Penso que é importante trazer meus filhos, Vitor e Maria Julia, para que eles aprendam a alimentar a fé  ao longo da vida. Tenho 3 filhos, o mais velho está em casa, e todos eles são consagrados a Nossa Senhora desde que nascem. Essa é a maior riqueza que possa dar a eles” explicou. Segundo ela, a tradição da devoção que ela passa para seus filhos, foi herdada da avó, que hoje tem 97 anos, e da sua mãe.

Kenia Franco rezava, cantava e observava as cinco crianças sentadas no chão, sobre um tecido colorido.  Enquanto elas lanchavam, a devota comentou que sempre vai à romaria e leva suas filhas.” É uma benção muito grande poder participar com pessoas que todos os anos nos animam para estar aqui.Essa tradição é muito importante para que minhas filhas e as demais crianças continuem até ficarem bem velhinhas”.

Como começou a Romaria das Mulheres

De acordo com a voluntária e uma das idealizadoras da romaria, Maria José Quintaes, chamada carinhosamente de Zezé, a atividade começou aos 28 anos, quando um grupo de mulheres estavam fazendo um ensaio da Campanha da Fraternidade, no Colégio Dom Bosco, em 1996. “Naquela época só existia  a Romaria dos Homens e as mulheres não podiam participar da missa de envio no Campinho. Tinha até  guarda na porta para não deixar as mulheres subirem”. Ela conta que o grupo fez uma reivindicação ao bispo da época, pedindo um espaço para as mulheres na Festa da Penha. Ele autorizou contanto que as mulheres conseguissem um padre que as apoiasse. Nenhum padre aceitou, mas o Frei Ladi Antoniazzi, foi o único que abraçou a iniciativa.

Zezé contou que o terço gigante da festa da Penha nasceu de uma experiência com bolas feita pelas mulheres da romaria e acabou tornando-se um símbolo dos festejos em homenagem à padroeira do Espírito Santo.

Último Oitavário

Após as participantes da Romaria das Mulheres se acomodarem, Frei Gabriel Dellandrea e Frei Felipe Carreta fizeram a acolhida e destacaram o tema do último dia do Oitavário:  “Ensina-nos a viver a comunhão e participação”.

A reflexão foi do Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella que, citando o evangelista Mateus, disse: “Aquele que fizer a vontade de meu Pai que está no céu é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. Podemos nos perguntar: O que significa fazer a vontade do Pai? Creio ser um desejo de todos nós, andar sempre conforme a vontade de Deus”.

O frade continuou falando sobre a nossa postura diante do Pai e a importância de não ficarmos esperando que Deus faça tudo por nós e passarmos a ser mais proativos. “Deus nos criou para a liberdade, por isso, ele nos libertou para uma autonomia saudável no amor. Somos chamados a uma proatividade no amor. Se queremos fazer a vontade do Pai, temos que ter olhos atentos, mentes em sintonia e coração aberto para  percebermos a necessidade e entrarmos em ação no amor, sempre nos amor”.

Segundo ele, se antecipar no amor ao próximo é assumir iniciativas. “Maria, no texto bíblico, assim que soube que estava grávida foi a Isabel para ajudá-la. Você acha que Maria, mais jovem, com sua prima em idade mais avançada grávida , ficou do lado dela de braços cruzados”? Deve ter feito muito serviço. Ela pôs a mão na massa”! Esse é o convite que Deus faz para nós hoje. Pede para nos anteciparmos  no amor”.

No final de sua reflexão, Frei Gustavo pediu a todos que olhassem para o Convento da Penha e cantassem um refrão da música “ O que é?, o que é?”, do compositor e cantor Gonzaguinha.

Para encerrar o Oitavário, Frei Gabriel pediu que todas as mulheres levantassem a flor que haviam levado para a bênção, E para a surpresa de todas, ele pediu que  a flor fosse entregue a pessoa que estivesse ao lado.

Santa Missa

A missa de encerramento da Romaria das Mulheres e do último Oitavário foi presidida pelo Bispo Auxiliar de Vitória, Dom Andherson Franklin Lustoza. Tomando como base o dia da Divina Misericórdia, o celebrante disse que “o amor é parte integrante da fé, da luz que brota no coração de quem se abre a Jesus ressuscitado. Com esse amor, somos capazes de vencer o mal e transformar o mundo”. Ele lembrou que foi às mulheres que Jesus apareceu primeiro, após a ressurreição. “São testemunhas vivas do ressuscitado”, enalteceu.

A partir da leitura do Evangelho de João, Dom Andherson falou da passagem na qual Jesus disse aos seus discípulos: como o pai me enviou, também eu vos envio. Com essa citação, o celebrante falou sobre a capacidade de todos de ser luz do mundo, aqueles que enviam a Boa Nova, “Uma luz que nenhuma escuridão deste mundo é capaz de vencer”.

A fé, ressaltou Dom Andherson, nos torna vitoriosos: “Vitoriosos sobre o mal que assola este tempo e o nosso Estado, que é a violência. Vitoriosos contra o egoísmo, vitoriosos contra a falta de solidariedade, contra aquilo que dilacera o tecido social e nos enfraquece.

O bispo auxiliar salientou que toda vez que uma mãe olha para o seu filho recém-nascido, propaga o amor. Ao fazer isso, abre, ilumina o coração da criança “para a luz e a experiência de um amor maior, que é a experiência da fé”. E acrescentou: “Por isso hoje, peço que Deus confirme o coração de cada um e cada uma de vocês, de maneira especial, minhas irmãs, na transmissão da fé. Daquilo que é um grande tesouro que nós celebramos aqui aos pés do Convento há mais de 450 anos.”

Após a missa da Romaria das Mulheres, ainda no Parque da Prainha, foi realizado o show “Clássicos da Igreja”, com Thiago Brado. Após, às 21 horas, houve o início da Vigília Jovem no Campinho do Convento, com participação das cantora Eliana Ribeiro. Às 22 horas foi realizada a missa de abertura da Vigília Jovem, no Campinho do Convento, que contou com a participação de cerca de 6 mil jovens.

Remaria

A tradicional Remaria saiu às 8h da Praia do Ribeiro, onde os remadores devotos receberam a bênção do frei Pedro Engel, e depois atravessaram a Baia de Vitória até o Parque da Prainha. Cerca de 1000 romeiros participaram, superando as expectativas da organização.

Além da Romaria das Mulheres, e da Remaria que abriu as manifestações de devoção deste domingo, também aconteceu a Romaria da Diocese de Colatina. A Celebração Eucarística das 9h foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa e contou com a presença de padres, irmãs religiosas e do povo em geral que, em peregrinação, saiu às 4h da manhã da cidade para estar e rezar no Convento da Penha. Estavam presentes  a Fraternidade Franciscana Santo Antônio de Santana Galvão de Colatina, da Província da Imaculada, estão presentes e auxiliando na Festa da Penha os três frades: Frei Pedro de Oliveira, pároco, Frei Augusto Luiz Gabriel, guardião e vigário paroquial e Frei Vinícius Betim, frade professo temporário.

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