Festa da Penha: A lição de fé que vem de Emaús

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Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – Depois de muita chuva à noite, o sol veio forte durante o dia e deixou mais iluminado o Campinho do Morro da Penha para o 4º dia do Oitavário da Festa da Penha, nesta quarta-feira, 24 de abril. A Área Pastoral Benevente foi a responsável pela liturgia da Celebração Eucarística, às 15 horas. Pe. Jairo Antônio de Souza, pároco da Paróquia de Nossa Senhora dos Navegantes, no Balneário de Meaípe, em Guarapari, presidiu a Santa Missa e brindou os fiéis devotos de Maria com a linda passagem bíblica dos discípulos de Emaús.

Esta região pastoral é uma das mais distante da Arquidiocese de Vitória, formada pelos municípios Alfredo Chaves, Anchieta, Guarapari, marcada, na sua imensa maioria, pelo povo que trabalha e vive na área rural. O Coral da Paróquia São José de Guarapari deixou a celebração mais bonita.

Segundo Pe. Jairo, no relato de Emaús, dois discípulos caminham desolados, afastando-se da comunidade de Jerusalém. “Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, estavam indo,  desnorteados, Cleófas e sua esposa Maria, a um lugar de água quente. Saíram de Jerusalém, lugar de paz, e vão para um lugar que parecia ser seguro. E Jesus vai atrás dessa família, que O acompanhava desde a Galileia, que entrou com ele em Jerusalém, estava ali com ele e outras mulheres em torno do mistério da Cruz. Mas perdeu-se o rumo, perdeu-se a capacidade de raciocinar. Não reconhecem Jesus. Perdem o sentido de existir, até de crer”, explicou.

Segundo Pe. Jairo, já fazia três dias que Ele havia morrido e eles não compreendiam nada do que aconteceu no Monte da Transfiguração, onde Pedro, Tiago e João estavam juntos. Não entenderam nada do Monte das Oliveiras e não gravaram nada no coração da espiritualidade em torno da cruz. “O desespero tomou conta deles. Quantas e quantas vezes, queridos irmãos, o desespero toma conta da gente e faz com que percamos a fé. Não conseguimos ver Jesus. Ele também caminha conosco, apesar de O ignorarmos, de não O reconhecermos”, acrescentou.

Os discípulos só reconheceram Jesus no momento em que Ele partiu o pão. Foi a partir deste momento que os seus olhos se abriram e eles puderam vivenciar a alegria da ressurreição de Jesus. “Mas três coisas me chamaram a atenção neste Evangelho e que são importantes para nossa vida familiar, principalmente dos casais. Primeira coisa: pediram a Jesus para entrarem na casa deles. Segunda, reconheceram Jesus, mas só O reconheceram porque deixaram Jesus tomar o lugar de anfitrião. Jesus senta à mesa no centro, parte o pão, e diz palavras que foram ditas na quinta-feira da Eucaristia e lá na multiplicação dos pães. Olha que importante gesto para a fé: Reconheceram. A terceira coisa é que não ficaram mais no seu cantinho. Eles voltam para o lugar de paz, onde Jesus vai aparecer e dizer, na liturgia do domingo que vem: A paz esteja convosco!”.

 

“Ele tem necessidade que os seus O vejam vivo. Eles tomaram uma consciência de fé, uma fé cristã, e confirmaram: realmente o Senhor ressuscitou”, disse.

“Que Ele ressuscite na nossa casa. Como é bom saber que Jesus quer entrar em nossa casa. Ele quer tomar a frente da nossa vida. Ele quer se sentar no lugar de honra da nossa casa, com tudo o que tem – tristezas, alegrias, doenças, desemprego, até drogas -, ele quer estar presente. Ali, Cristo se dá a conhecer e parte o pão a quem se abre a ele”, completou.

MOMENTO DEVOCIONAL FRANCISCANO

O guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, como faz todo dia, acolheu o povo antes da Santa Missa com o Momento Devocional Franciscano, que tem início com a procissão de entrada da imagem de Nossa Senhora da Penha, que neste dia foi carregada pelos jovens da Área Pastoral de Benevente. À frente da imagem, o cortejo formado por crianças vestidas de anjos não deixa ninguém indiferente. Atrás, o cortejo dos frades da Província da Imaculada, entre eles o Ministro Provincial Frei César Külkamp, e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella, acompanham a procissão.

“Lembramos como a devoção a Nossa Senhora é importante e cheia de significados para o povo capixaba. O Seminário de nossa Arquidiocese está confiado à proteção materna de Nossa Senhora da Penha, duas Paróquias ostentam o título de Nossa Senhora da Penha e são inúmeras comunidades que a escolheram como Padroeira”, explicou Frei Paulo.

Frei Paulo também lembrou que em Cariacica, no feriado de Nossa Senhora da Penha, a Padroeira é homenageada com um festival de bandas de congo. “É o encontro da cultura popular com a devoção à Mae de Jesus. É por isso que trazem os estandartes de muitos santos que responderam ‘sim’ à vontade de Deus. É bonito quando a banda canta perguntando: “Iaiá, você vai à Penha?”, ressaltou Frei Paulo, acolhendo a banda “Beatos de São Benedito”, que entrou em procissão no Campinho, cantando e dançando até o altar.

Nesta quinta-feira, 5º dia do Oitavário, a Área Pastoral Serra/Fundão será responsável pela liturgia do dia. À noite uma grande apresentação da Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, no Santuário Divino Espírito Santo de Vila Velha.


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