Dom Wladimir diz que violência preocupa

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – A violência, que faz do Espírito Santo o segundo Estado mais violento do país, é preocupante segundo o bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias. No quinto dia do Oitavário em preparação para a Festa da Padroeira do Estado, o Evangelho do dia apresenta Jesus Ressuscitado  no meio dos discípulos desejando-lhes que “a paz esteja convosco!”. A mesma paz que Dom Wladimir pediu, nesta quinta-feira nublada (04/4), para o povo capixaba.

Dom Wladimir, que é o responsável pela área pastoral da cidade de Serra e Fundão, presidiu, às 15 horas,  a Santa Missa pela primeira vez nesta Festa da Penha. Antes, às 14h30, o momento devocional franciscano foi presidido por Frei Diego de Melo. Além dos sacerdotes desta área pastoral, concelebram o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel e o guardião do Convento da Penha Frei Valdecir Schwambach.

Segundo Dom Wladimir, a Mãe, que acolhe a todos neste Campinho, está muito preocupada. “Nós moramos no Estado do Espírito Santo e todo mundo sabe que é o segundo estado mais violento do país. Estamos celebrando com a área de Serra, uma cidade muito violenta em diversos setores, por exemplo, o maior índice em acidentes de trânsito e também temos mais de 115 mil pessoas que sobrevivem graças ao programa bolsa-família, uma violência porque falta emprego. Por isso, a Mãe está preocupada! Porque a Mãe se preocupa com a família, com cada um que é pai, que é mãe e que não consegue dormir enquanto o último filho não chega em casa, em vista da insegurança e da situação que nós vivemos”, lamentou.

Segundo o bispo, Jesus vem nos trazer o shalom. “E ao ver um pouco de nosso Estado, podemos ver um pouco também dentro de nossas comunidades. Qual o tipo de violência existe ali? O que falta ainda para que a gente seja acolhedor? O que falta para que a nossa comunidade seja verdadeiramente um sinal do Ressuscitado no bairro, na cidade? O que falta para que a gente possa viver profundamente a Palavra de Deus”, perguntou.

Depois de olhar para a comunidade, ele pediu para olhar o nosso interior. “Como está o nosso coração? Como está a nossa vida diante da paz? O que nos tira a paz? Estamos realmente dispostos a nos corrigir, a nos converter? Olhando para a Palavra de Deus, para os nossos relacionamentos, para os nossos atos, atitudes, para esta celebração em que a Mãe nos chama aqui, em seu Campinho, para alertar, ou para nos chamar a atenção também, como está a sua vida pessoal?”, enfatizou.

Segundo o bispo, não se trata de fazer uma denúncia. “Nós estamos aqui para anunciarmos uma esperança, para anunciarmos uma vida nova, para anunciarmos que temos fé no Ressuscitado, para anunciarmos que nós devemos e vamos agir como cristãos adultos na fé. Nós temos plena confiança que podemos mudar toda essa realidade, podemos mudar toda essa situação. Não é uma denúncia porque nós confiamos plenamente nos prefeitos que estão assumindo agora, nos vereadores, na prefeita do Fundão, no secretário de segurança e no governo estadual”, disse.

Dom Wladimir lembrou que a paz é fruto da nossa união com Deus, do nosso relacionamento com nossos irmãos, do relacionamento, agora muito alertado pelo Papa, com a natureza, com tudo aquilo que é criado e que é obra de Deus. Ele também citou o profeta Isaías que já dizia, há 750 anos antes de Jesus Cristo, que a paz é fruto da justiça.

Dom Wladimir destacou que estamos no Ano da Fé que esta Festa da Penha escolheu como lema “Com Maria dizer: sim, eu creio!”. “Um sim generoso de Maria, um sim incondicional. Maria não impôs condição a Deus Pai para dizer o seu sim e para enfrentar as dificuldades no dia a dia. É como as mães que falam o seu sim, doam suas vidas pela família, pelos filhos. Em primeiro lugar, a vontade de Deus e, depois, a vontade de cada um”, ensinou.

O bispo auxiliar terminou sua homilia falando da fé e da esperança: “Eu creio num mundo novo, eu creio num estado novo, eu creio num Brasil novo, eu creio numa juventude que vai mudar a história do país, que vai mudar a sua história, que vamos ter um mundo de paz como Jesus disse:  A paz esteja convosco!’  Devemos continuar a missão de anunciar a paz, sendo um construtor da paz. Então, com Maria vamos dizer sim na presença do Ressuscitado em nosso meio. Ele que preenche a nossa vida e dá sentido à nossa caminhada.”.

QUINTO DIA DO OITAVÁRIO

Frei Diego acolhe os fiéis que vêm para o Oitavário

Frei Diego de Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província da Imaculada, presidiu o momento devocional franciscano no quinto dia do Oitavário da Festa da Penha.

Frei Valdecir fez a acolhida do povo e Frei Florival Mariano garantiu a condução dos cantos com beleza e devoção. Este momento devocional faz-se com cantos a Nossa Senhora; súplicas pelos mistérios realizados a Maria, Mãe de Jesus na devoção que Frei Pedro Palácios trouxe ao Espírito Santo, e orações.

O texto para reflexão deste dia foi tirado do decreto “Ad gentes” (Para os povos), onde o Concílio Vaticano II reafirma a vocação e a essência missionária da Igreja: “Cada discípulo de Cristo tem sua parte na tarefa de propagar a fé. Mas Cristo, o Senhor, apesar disso sempre chama dentre os discípulos aqueles que ele mesmo quer, para que estejam com ele e os envia a pregar aos povos. Por isso, através do Espírito Santo, que distribui os carismas para a utilidade, como quer, inspira a vocação missionária no coração de cada um e suscita institutos na Igreja que aceitam como ofício próprio a tarefa da evangelização, dever de toda a Igreja.” (AG 22). Frei Diego explicou que todos os leigos podem ser  missionários nas suas comunidades, mas que há os religiosos e religiosas que dão a vida em missão.

Nesta sexta-feira (5/4), a área responsável pela celebração eucarística no Campinho é Vitória.

Na galeria de fotos abaixo, o momento devocional franciscano começou antes da celebração eucarística, a partir da procissão de entrada.  

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