Dom Dario: “herdamos a responsabilidade do cuidado pelos mais necessitados”

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Paz e Bem!

Celebramos no dia 8 de setembro, a Festa de Nossa Senhora da Vitória, quando a Igreja Católica festeja a Natividade de Nossa Senhora. Pela tradição introduzida na Liturgia pelo Papa Sérgio I (séc. VII), Maria nasce, é amamentada, cuidada, cresce e recebe de Deus a missão de conceber Jesus. Em Vitória, Espírito Santo, a festa ganha um contorno ainda mais especial, é que a Senhora da Vitória é padroeira da Capital capixaba que chegou aos seus 470 anos, da própria Arquidiocese de Vitória e ainda da paróquia onde está localizada a Catedral Metropolitana.

Até 1895, a Igreja no Estado do Espírito Santo estava hierarquicamente vinculada à Diocese de Niterói do Estado do Rio de Janeiro. A criação da primeira Diocese aconteceu em 15 de novembro de 1895 através da Bula “Santíssimo Domino Nostro”, promulgada pelo Papa Leão XIII, com o nome de Diocese do Espírito Santo, abrangendo a extensão do próprio Estado. O primeiro bispo, Dom João Baptista Corrêa Nery, foi responsável pelo governo da Diocese até 1901. Na sequência sucederam-lhe: Dom Fernando de Souza Monteiro (1901 a 1916); Dom Benedicto Paulo Alves de Souza (1918 a 1933); Dom Luiz Scortegagna (1933 a 1951); Dom José Joaquim Gonçalves (1951 a 1957); Dom João Batista da Mota e Albuquerque (1957 a 1958).

Em 1958 a então Diocese do Espírito Santo recebeu o título de Arquidiocese de Vitória do Espírito Santo (Bula “Cum Territorium” do Papa Pio XII) e em seguida originou a criação das Dioceses de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus e anos depois a de Colatina.

A festa em preparação para o dia da padroeira começou desde o dia 1º e se encerrou ontem (8). Foram Missas, lives, momentos orantes, carreatas e o seminário arquidiocesano que refletiu a presença mariana na Igreja e na sociedade pelo olhar teológico.

No último dia da festa, a Missa das 9h foi presidida pelo Arcebispo Dom Frei Dario Campos. Na homilia, ele refletiu, inicialmente sobre o tempo difícil que estamos vivendo. “Trazemos em nossos corações e orações, as muitas famílias do nosso querido estado e de todo o país que sofreram e estão sofrendo a perda de seus entes queridos, na causa da pandemia, covid-19. Já passamos de 580 mil irmãos e irmãs que nos deixaram, suplicando a eles a paz no coração de todos, o repouso para os que se foram, saúde para os que estão adoentados e a força e a coração para os que trabalham no cuidado desses nossos irmãos e irmãs”, disse.

O Arcebispo também ressaltou a grande responsabilidade de todos os católicos de Vitória, pois herdaram dos seus antepassados o cuidado pela cidade, sendo chamada Cidade Presépio do Brasil. “Nós católicos de Vitória trazemos uma grande responsabilidade, herdamos dos nossos antepassados o cuidado pela nossa cidade, sendo chamada Cidade Presépio [tem também outros apelidos, outros nomes], a devoção de Nossa Senhora da Vitória, temos de passar para as gerações futuras essa devoção e todo cuidado e esse carinho que recebemos da Mãe de Jesus de Nazaré, principalmente o cuidado pelos mais necessitados”.

Por fim, Dom Dario conclamou os fiéis para o exercício da solidariedade, afirmando que não é possível que as pessoas ainda morram de fome num contexto cristão. “Todos aqueles que ingressam no caminho do discipulado missionário de Jesus de Nazaré são vocacionados a viver como o Ressuscitado, tendo como responsabilidade anunciar este Evangelho da paz e do amor fraterno. Não é possível, onde existe um cristão, um irmão morrer de fome, venha a partilha!”

Por ser um dia de festa, foi rezada a ladainha de Nossa Senhora. Ao som de “Mãe do Céu, rogai a Deus por nós” todos os presentes entoaram suas súplicas e agradecimentos a mãe de Jesus. Um momento de muita emoção foi ao final da missa solene com uma coroação da imagem de Nossa Senhora da Vitória, que foi restaurada. Centenas de rosas foram distribuídas aos presentes na Catedral Metropolitana e padre Renato Criste, que é o pároco explicou o sentido e convidou a todos para rezarem a oração de Nossa Senhora da Vitória.

Padre Renato fez uma análise sobre o resultado de muito empenho para a realização da programação deste ano: “é uma vitória, porque sabemos que uma festa dá trabalho. Mas é muito bom, muito agradável, pois aqui colocamos nossos dons e nossos serviços para homenagear aquela que se colocou à serviço na obra da nossa salvação: A Virgem Maria. Estamos muito felizes e realizados e neste ano particularmente de 470 anos, um marco muito importante para nós e dentro deste contexto de pandemia, de grande dificuldade que estamos vivendo, Nossa Senhora brota como uma flor de esperança mostrando para nós que há vitória, em meio as lutas e dificuldades.

O presbítero também comentou sobre as novidades: o restauro da imagem de Nossa Senhora da Vitória que fica no altar da Catedral e o retorno do chafariz, que está localizado na praça da Catedral: “restauramos a imagem com recursos da própria comunidade, onde uma campanha foi realizada. A imagem está belíssima! É uma senhora de 70 anos que certamente vai ficar aqui por longos anos e todo entorno da catedral foi cuidado com retorno do chafariz. Eu destaco o empenho particular da prefeitura de Vitória, pois nosso patrimônio está sendo ainda mais valorizado e preservado”

Confira os detalhes na reportagem especial.

Com algumas informações do site: aves.org.br

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