Dia de Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, o primeiro Santo Brasileiro

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Paz e Bem!

Hoje, 25 de outubro, a Igreja celebra Santo Antônio de Sant’Anna Galvão (Santo Antônio de Sant’Ana Galvão), ou simplesmente Frei Galvão, foi canonizado no dia 11 de maio de 2007, pelo Papa Bento XVI, em uma grande celebração no Campo de Marte, em São Paulo. Liturgicamente, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão é celebrado em 25 de outubro, a data da sua beatificação pelo saudoso Papa João Paulo II. Frei Galvão morreu em 23 de dezembro de 1822 e está sepultado no Mosteiro da Luz, em São Paulo. Contudo, este santo brasileiro, que era frade desta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, viveu 60 anos no Convento São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo.

Na homilia de sua canonização, o Papa Bento XVI disse: “Significativo é o exemplo do Frei Galvão pela sua disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo. A Irmã Helena Maria, que foi a primeira ‘recolhida’ destinada a dar início ao ‘Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição’, testemunhou aquilo que Frei Galvão disse: “Rezai para que Deus Nosso Senhor levante os pecadores com o seu potente braço do abismo miserável das culpas em que se encontram”. Possa essa delicada advertência servir-nos de estímulo para reconhecer na misericórdia divina o caminho para a reconciliação com Deus e com o próximo e para a paz das nossas consciências”.

A HISTÓRIA DO PRIMEIRO SANTO BRASILEIRO

O brasileiro Antônio de Sant’Anna Galvão, nasceu em 1739, em Guaratinguetá, São Paulo. Quando tinha treze anos, Antônio foi enviado para estudar com os jesuítas. Desse modo, na sua vida estava plantada a semente da vocação religiosa. Aos vinte e um anos, Antônio deixa os jesuítas e ingressa na Ordem Franciscana, no Rio de Janeiro.

Em 1768 foi nomeado pregador e confessor do convento das Recolhidas de Santa Teresa. Entre suas penitentes encontrou a Irmã Helena Maria do Sacramento, que tinha visões sobre a fundação de um novo convento. Apesar das dificuldades, frei Galvão e Irmã Helena fundaram, em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência.

Entre dificuldades e perseguições, frei Galvão conseguiu manter e ampliar este convento, construindo inclusive uma igreja anexa ao prédio. Hoje o convento, em São Paulo, é patrimônio cultural da humanidade. Em 1811, a pedido do Bispo de São Paulo, fundou o Recolhimento de Santa Clara em Sorocaba.

Com a saúde enfraquecida recebeu autorização especial para residir no Recolhimento da Providência. Durante sua última enfermidade, Frei Galvão foi morar num pequeno quarto, ajudado pelas religiosas que lhe prestavam algum alívio e conforto. Ele faleceu com fama de santidade aos 23 de dezembro de 1822.

 REFLEXÃO

Frei Galvão foi chamado “Bandeirante de Cristo”, porque tinha na alma a grandeza, o arrojo e fortaleza de um verdadeiro bandeirante. Renunciou a uma brilhante situação no mundo para servir a Jesus Cristo. Cheio do espírito de caridade, não media sacrifícios para aliviar os sofrimentos alheios. Foi considerado santo mesmo antes de sua morte.

ORAÇÃO

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, eu Vos adoro, louvo e Vos dou graças pelos benefícios que me fizestes. Peço-Vos, por tudo que fez o Vosso servo Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, que aumenteis em mim a fé, a esperança e a caridade, e Vos digneis conceder-me a graça que ardentemente almejo. Amém!

CRONOLOGIA DA VIDA DE SANTO ANTÔNIO DE SANT’ANNA GALVÃO

1739 – Nasce em Guaratinguetá Antônio Galvão de França – o futuro Santo Antônio Santana Galvão.
1752 – Ingressa no Seminário de Belém da Cachoeira, mantido pelos Jesuítas na Bahia, com 13 anos.
1755 – Morre a Mãe, Dona Isabel Leite de Barros.
1757 – O jovem seminarista regressa a Guaratinguetá, permanecendo 2 anos com família.
1760 (15 de abril) – Orientado pelos franciscanos do Convento Santa Clara de Taubaté, ingressa na Ordem de São Francisco, recebe o hábito franciscano e inicia o período de Noviciado, no Convento de São Boaventura de Macacu, Porto das Caixas (Itaboraí), Capitania do Rio de Janeiro.
1761 (16 de abril) – Professa solenemente na Ordem franciscana e jura dar a vida, se necessário for, para defender o privilégio da Imaculada Conceição de Maria Santíssima.
1762 (11 de julho) – É ordenado Sacerdote no Rio de Janeiro e celebra sua 1ª Missa Solene em Guaratinguetá.
1762 (24 de julho) – Transferido para o Convento São Francisco, em São Paulo, continua seus estudos de Filosofia e Teologia.
1766 (9 de novembro) – Com 27 anos de idade, consagra-se como filho e perpétuo escravo de Nossa Senhora, assinando com o próprio sangue o documento consagração.
1768 (23 de julho) – Concluídos os estudos de Filosofia e Teologia, é nomeado Confessor, Pregador e Porteiro do Convento São Francisco.
1769 ou 1770 – É nomeado Confessor do Recolhimento de Santa Teresa, onde conhece a irmã Helena Maria do Espírito Santo.
1770 (30 de junho) – Falece o Capitão-mor Antônio Galvão de França, pai de Frei Galvão.
1770 (25 de agosto) – Participa da fundação, da solene sessão da “Academia dos Felizes”, primeira Academia de Letras de São Paulo.
1774 (2 de fevereiro) – Funda, com Madre Helena Maria do Espírito Santo, o Recolhimento da Luz, protegido pelo Governador da Capitania, Dom Luís Antônio de Sousa Botelho e Mourão, o Morgado de Mateus.
1775 (23 de setembro) – Morre Madre Helena do Espírito Santo.
1775 (29 de junho) – O Governador Martim Lopes decreta o fechamento de Recolhimento da Luz.
1775 (agosto) – O Recolhimento é reaberto.
1776 (9 de agosto) – Frei Galvão é nomeado Comissário da Ordem Terceira de São Francisco de Assis (atual Ordem Franciscana Secular).
1777 – É nomeado visitador do Convento São Luiz de Tolosa de Itu.
1779 – É novamente designado Comissário da Ordem Terceira, mas somente exerce o primeiro ano desse mandato.
1780 – É condenado ao desterro no Rio de Janeiro, pelo injusto e arbitrário Governador Martim Lopes, que, pressionado pela população, revoga o decreto de exílio. Frei Galvão retorna a São Paulo em triunfo.
1781 (6 de outubro) – É nomeado Mestre de Noviços e Presidente no Convento de São Boa¬ventura de Macacu, mas o Bispo de São Paulo e a Câmara conseguem impedir que ele se afaste da cidade .
1788 (25 de março) – As religiosas da Luz, até então instaladas em construções provisórias, transferem-se para o novo e amplo edifício, projetado e construído por Frei Galvão, que dá às religiosas os Estatutos por ele elaborados.
1796 – Recebe o privilégio de uma Presidência e uma Guardiania.
1792 – É mais uma vez nomeado Comissário da Ordem Terceira de São Francisco. Ao que parece, não chegou a assumir a funçâo.
1798 (24 de março) – É eleito Guardião (superior) do Convento de São Francisco, na capital paulista. O Bispo e a Câmara Municipal, receosos de que as novas funções o impeçam de prosseguir suas atividades no Recolhimento da Luz, intercedem para que ele seja dispensado da nomeação. Mas os superiores o mantém como Guardião e Capelão da Luz.
1801 – É reeleito Guardião de seu Convento.
1802 (9 de abril) – Recebe o privilégio de definidor (Conselheiro do Pe. Provincial, sem precisar ausentar-se de São Paulo).
1802 (15 de agosto) – Depois de 28 anos de esforços de Frei Galvão, é inaugurado e abençoado o Recolhimento da Luz.
1804 – É nomeado Visitador do Convento franciscano de Taubaté e de Itu.
1807 – Nomeado Visitador Geral e Presidente do Capítulo provincial de sua Ordem, mas renuncia a esses cargos por motivos de saúde.
1808 – Recebe a nomeação para Visitador dos Conventos do Sul pelo provincial Frei Antônio de Santa Úrsula Rodoalho. Vai em Missão a Piraí do Sul, onde deixa de presente uma estampa de Maria Santíssima (Da devoção desta estampa, nasce o Santuário das Brotas). Mas depois renuncia ao cargo.
1811 (25 de agosto) – Funda em Sorocaba o Recolhimento de Santa Clara.
1812 – Depois de 11 meses em Sorocaba, retorna a São Paulo.
1819 (por volta de) – Por graves problemas de saúde, passa a residir na Luz, com autorização do Bispo e de seus superiores franciscanos.
1822 (23 de dezembro) – Morre aos 83 anos de idade e é sepultado no presbitério da Igreja do Mosteiro da Luz.
1922 – Solene comemoração do centenário de sua morte em São Paulo.
1928 – 1ª biografia escrita por madre Oliva Maria de Jesus.
1938 (5 de junho) – Início do 1º processo de beatificação de Frei Galvão (Frei Adalberto Ortmann,OFM) nomeado por Dom Duarte Leopoldo e Silva.
1949 – 2º processo: Dom Carlos Vasconcelos Mota constitui um Tribunal eclesiástico para a causa da beatificação. Postulador Frei Dagoberto Romag.
1969 (23 de dezembro) – 3º processo: Dom Agnelo Rossi reabre o processo.
1980 (23 de novembro) – 4º processo: Dom Paulo Evaristo Arns retoma com firme decisão o andamento do processo, que só dá largos passos quando assume a causa a irmã Célia Cadorim em 1990.
1991 (5 de fevereiro) – Solene exumação dos restos mortais de Frei Galvão.
1996 – Frei Galvão é declarado “venerável”.
1997 (8 de abril) – É aprovada a beatificação.
1998 (25 de outubro) – Solene Beatificação de Frei Galvão, na Praça de São Pedro, em Roma, pelo Papa João Paulo II.
2007 (11 de maio) – Canonização de Santo Antônio de Sant’Ana Galvão no Campo de Marte em São Paulo pelo Papa Bento XVI.

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