Dedicação da Basílica de Latrão: a Igreja-Mãe das igrejas católicas

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Foto: Reprodução / Internet

Paz e Bem!

Basílica de Latrão é considerada a igreja-mãe de todas as igrejas católicas, por ser a catedral do Papa, bispo de Roma. A igreja originária foi construída pelo imperador Constantino, durante o pontificado de papa Melquíades no séc. IV, no terreno doado por Fausta, esposa do Imperador. Nela foram realizados os quatro primeiros Concílios Ecumênicos realizados no Ocidente: em 1123 para resolver a questão das Investiduras, (o provimento em algum cargo eclesiástico por parte do poder civil): em 1139, sobre questões disciplinares; em 1179 para tratar da forma de eleição do Papa; em 1215, sobre várias heresias e a reforma eclesial.

Em 1209, no local onde hoje está a atual Basílica, Francisco e seus onze companheiros receberam a aprovação do papa Inocêncio III para iniciar sua forma de vida. Antes, conta-nos as legendas, o papa “tinha visto em sonhos que a basílica de Latrão prestes a ruir, mas sendo sustentada por um religioso, homem pequeno e desprezível, que a sustentava com seu ombro para não cair. E disse: ‘Na verdade este é o homem que, por sua obra e por sua doutrina, haverá de sustentar a Igreja’.

San Giovanni foi dedicada inicialmente a Cristo Salvador e somente séculos depois é que foi co-dedicada a São João Batista e São João Evangelista. Como catedral do bispo de Roma, San Giovanni está acima de todas as demais igrejas da Igreja Católica, incluindo a Basílica de São Pedro. Por isso é chamada de “arquibasílica”, uma honraria única.

A arquibasílica está localizada dentro dos limites da cidade de Roma, mas fora das fronteiras do Vaticano propriamente dito. Apesar disso, ela e os edifícios vizinhos gozam de direitos extraterritoriais como uma das propriedades da Santa Sé de acordo com o Tratado de Latrão de 1929.

4 curiosidades sobre Basílica de São João de Latrão para você conhecer

Em 1209, na véspera do dia em que São Francisco de Assis foi com os seus doze companheiros pedir ao Papa Inocêncio III que os autorizasse a pregar, este Papa teve um sonho no qual a sua Catedral balançava prestes a cair, mas surgia um homem enviado por Deus, que, sozinho, apoiando-se contra as muralhas vacilantes, impedia que caísse. Era esse homem jovem, magro, vestido com um burel: São Francisco.

Quando Inocêncio III reconheceu em São Francisco aquele homem pobre com um burel surrado que sustentava sua Catedral para que não caísse, entendeu que Deus tinha uma grande obra a fazer através do pobre monge. Disse-lhe: “Na verdade, é por meio desse homem piedoso e santo que a Igreja de Deus será restabelecida nas suas bases!” (2Cel 17).

O IV Concílio de Latrão foi o concílio ecumênico 12 da Igreja Católica no qual se ratificou a transubstanciação e a primazia papal, entre outras coisas. Foi neste Concílio que São Francisco conheceu São Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores ou Dominicanos. Foram celebrados nela ou no antigo Palácio Lateranense nada menos que cinco concílios nos anos de 1123, 1139, 1179, 1215 e 15.12.

Foi por isso que aquele senhor acedeu tão facilmente ao seu pedido e, a partir daí, cheio de devoção de Deus, sempre teve especial predileção pelo servo de Cristo” (2Cel 17).

A atual construção data de 1735, e a assistência religiosa na Basílica está confiada aos frades Franciscanos.


Como temos cuidado de nossos templos?

Frei Gustavo Medella

Templo é ambiente sagrado, é morada do divino, é ponto de encontro de pessoas entre si e de pessoas com Deus. Templo é lugar, lugar onde vive gente, onde habita Deus. Nosso corpo é templo, nosso coração é templo, nosso planeta é templo. As leituras desta Festa da Dedicação da Basílica de São João do Latrão, a Festa da Unidade da Igreja Universal, nos levam a refletir:

• De que forma temos habitado nossos templos?
• Com que espírito temos administrado nossos templos?
• Agimos com espírito de vendilhão, que usa, usurpa, explora e quer tirar vantagem? Ou com o Espírito de Jesus, que cuida, zela, olha e se consome?

A primeira leitura, do livro de Ezequiel (Ez 47,1-2.8-9.12), se reveste de significado forte no contexto em que vivemos. Fala da água que brota do templo e que leva a vida por onde passa. Falta-nos água – conforme nos atesta a grave crise do Sistema Cantareira – falta-nos vida, falta-nos interesse pela vida. O espírito do mercado, do consumo desenfreado, do “cada um por si” seca as fontes que nos garantem a sobrevivência tanto material quanto existencial.

Precisamos mais do que nunca ser chacoalhados por Jesus, como foram os vendilhões do templo. E caso a conversão não venha por uma opção de fé ou por uma escolha ética, a própria natureza nos converterá, com métodos certamente bem mais duros e incisivos do que as chicotadas e os gritos do Senhor. Os alertas dos cientistas, as mudanças climáticas, a escassez de água, os surtos de doenças já são sinais claríssimos que nosso templo-planeta já chegou a seu limite. Ilimitados prosseguem nossos caprichos, nosso egoísmo, nossas ambições, sinais de uma humanidade em desumanização. Ainda é tempo de mudar… No entanto, mais um pouco e não mais será. Quem se habilita a dar o primeiro passo numa nova direção?

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