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12/10/2025

“Completai em mim a obra começada”: Frei Felipe Carretta é ordenado presbítero

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Paz e Bem.

A emoção, a gratidão e o espírito franciscano marcaram a celebração da Ordenação Presbiteral de Frei Felipe Medeiros Carretta, OFM, realizada na noite do dia 11 de outubro de 2025, às 18h, no Santuário do Divino Espírito Santo, em Vila Velha (ES). A Solene Eucaristia foi presidida por Dom Andherson Franklin Lustoza de Souza, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Vitória, e concelebrada por diversos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. O coro dos Canarinhos de Petrópolis abrilhantou a liturgia com belíssimos cânticos, elevando o espírito dos fiéis.

A liturgia, repleta de simbolismo, teve início com o comentário introdutório recordando o sentido do sacerdócio como participação na missão de Cristo, o Sumo Sacerdote. “Este nosso irmão se configura ao Cristo Senhor de nossas vidas, a fim de se tornar sacerdote para sempre, para o serviço de Deus e da Igreja”, disse o comentarista Frei Marx Rodrigues dos Reis, convidando a assembleia a participar ativamente da celebração eucarística.

Logo no início da celebração, a assembleia recebeu com devoção a imagem de Nossa Senhora da Penha, padroeira do Estado e especial intercessora na vida de Frei Felipe. O gesto, marcado por grande emoção, traduziu a profunda ligação do novo presbítero com a Mãe da Penha, a quem confia sua vocação e ministério. O tradicional e conhecido hino de Nossa Senhora da Penha “Virgem da Penha”, abrilhantou a celebração e emocionou os presentes.

“Completar em mim a obra começada”

A participação na Eucaristia contou com a participação de muitas pessoas. A primeira leitura foi proclamada por Dr. Kássio Bauer, seu cunhado; o salmo foi belamente interpretado pelo Coral dos Canarinhos de Petrópolis, que encantou a assembleia com sua presença, afinação e sensibilidade; e a segunda leitura foi proclamada por Maria Conceição Zampieri.

O lema escolhido por Frei Felipe, extraído do Salmo 137, foi também o fio condutor da homilia proferida por Dom Andherson, que se deu após o interrogatório ritual sobre a idoneidade do candidato. O bispo iniciou suas palavras saudando os franciscanos, os familiares do ordenando e a comunidade paroquial, lembrando de modo comovido o pai de Frei Felipe, já falecido, e pedindo que “repouse em paz nos braços amorosos do Senhor”.

Inspirando-se na imagem do Bom Pastor, Dom Andherson refletiu sobre a missão sacerdotal como entrega e serviço:

“Querido irmão, hoje queremos contigo pedir que as palavras do salmista ecoem sempre em teu coração, pois a obra é de Deus e nós apenas respondemos a Ele. Que o ministério que você acolhe como dom da Igreja o configure ao Bom Pastor, que conhece suas ovelhas e dá a vida por elas”, afirmou.

O bispo destacou que o verdadeiro pastor é aquele que permanece junto do rebanho, cuidando com ternura e compaixão, ao contrário do mercenário que abandona diante do perigo. “Jesus é o pastor que se coloca à frente, no meio e atrás do rebanho, para que nenhuma ovelha se perca. Assim deve ser o presbítero: alguém movido por um amor profundo, capaz de escutar o clamor do povo e fazer da própria vida uma entrega por amor”, enfatizou.

Falando diretamente ao novo presbítero, Dom Andherson o exortou: “Deixe-se sempre guiar pelo Pastor que conhece as ovelhas. Seja um sinal fecundo da Igreja que vai ao encontro dos pequenos. Num tempo em que se multiplicam mercenários em todas as esferas da sociedade, somos chamados a ter olhos compassivos e corações ardentes”.

“O único e verdadeiro sacerdote é Jesus Cristo. Nós, como sacerdotes, somos representantes de Jesus Cristo; através de nós é Cristo que realiza o mistério da consagração do pão e do vinho, que perdoa os pecados. Que o ministério que você assume seja marcado pela compaixão e por um amor que faça arder o coração, de modo que nenhuma das ovelhas a ti confiadas sofra ou se perca nos caminhos da vida”, destacou.

O bispo insistiu na exigência da proximidade aos pobres e periféricos: “Seja um sinal límpido e luminoso do amor do Pastor que te chamou”, convocando Frei Felipe à atenção pastoral cotidiana e à escuta dos clamores do povo de Deus.

“O ministério que hoje você recebe, Frei Felipe, não é um prêmio, mas um serviço. Seja um padre da escuta, do perdão e da ternura. Deixe que a alegria do Evangelho transborde de suas palavras e gestos, especialmente junto aos mais pobres e sofredores”, ensinou.

Ao final da homilia, o bispo confiou a vocação de Frei Felipe à intercessão da Virgem da Penha, “Senhora das Alegrias”, pedindo que ela o acompanhe “em todos os passos, a fim de que tenha um coração semelhante ao de seu Filho Jesus”.

Um chamado confirmado no coração da Igreja

O rito de ordenação teve início após a proclamação do Evangelho. O Ministro provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, apresentou o candidato e testemunhou sua idoneidade, recordando o percurso formativo e o serviço prestado por Frei Felipe na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem na Rocinha (RJ). “Ele serve como diácono lá na Rocinha e, com alegria, o apresentamos e consideramos digno de ser ordenado presbítero”, declarou.

No momento central, Frei Felipe prostrou-se enquanto a assembleia recitava a Ladainha. Em seguida, ajoelhado, recebeu a imposição das mãos de Dom Andherson, gesto acompanhado pela imposição das mãos de todos os presbíteros presentes e a oração consecratória que confere o dom do Espírito Santo.

Após a consagração, Frei Felipe foi revestido com as vestes presbiterais: estola e casula foram colocadas por Frei Pedro Oliveira Rodrigues e Frei Paulo Roberto Pereira, gesto carregado de afeto e história. A unção das mãos com o óleo do santo Crisma tornou visível o envio sacramental ao ministério e, num instante de grande emoção, as mãos de Frei Felipe, anteriormente atadas pelo bispo, foram desatadas por seus familiares, para que estes recebessem a primeira bênção sacerdotal.

A apresentação das ofertas também teve forte carga simbólica: a patena e o cálice foram trazidos ao altar por Valéria Tanure e por Jacyl, catequista do ordenando, presença que destacou laços comunitários. Em seguida, Dom Andherson entregou ao novo presbítero o cálice e a patena, sinais de sua nova responsabilidade de presidir a Eucaristia em nome do povo: “Toma consciência do que vais fazer”, disse.

A gratidão franciscana

Após a comunhão, Frei Paulo Roberto dirigiu-se à assembleia para expressar, em nome da Província, a gratidão pela vocação de Frei Felipe. Inspirando-se da exortação apostólica “Eu Te Amei”, recentemente publicada pelo Papa Leão XIV, afirmou: “O ministério franciscano, como Dom Andherson lembrou, tem como essência amar os pobres. Felipe, é isso: amar, amar os pobres. Que você seja o amor vivo do Senhor pelos pobres”.

Frei Paulo também recordou o momento em que o jovem frade decidiu pela vocação ministerial durante a ordenação de Frei Vanderlei Grassi, em 2012: “Foi ali que ele disse: ‘Eu quero’. Que esta celebração hoje também desperte novas vocações para o Reino de Deus”, pediu.

“A obra quem completa é Ele”

Por fim, já como presbítero, Frei Felipe Medeiros Carretta tomou a palavra. Em tom sereno e emocionado, iniciou com o versículo que guiou toda a celebração: “’Completai em mim a obra começada’. Este versículo revela a minha dependência total de Nosso Senhor. A obra quem completa é Ele; o mérito é d’Ele. Nós somos apenas instrumentos em suas mãos”.

Em seguida, expressou sua gratidão: “Elevo o meu coração em gratidão a Deus, que olhou para a minha pequenez e me chamou para segui-Lo mais de perto, configurando-me hoje a Seu Filho Jesus Cristo, Sumo e Eterno Sacerdote. Toda a honra e glória pertencem a Ele”.

Frei Felipe agradeceu ao bispo ordenante, à Igreja, à Província Franciscana da Imaculada Conceição e aos irmãos de caminhada. Mencionou com especial carinho o Ministro Provincial, dizendo: “Frei Paulo, quero agradecer ao senhor por ter me chamado, por ter acreditado em mim e me ajudado a compreender o valor do serviço simples, alegre e fiel”.

“E para finalizar, não posso deixar de agradecer e mencionar a materna intercessão da Virgem das Alegrias, a Senhora da Penha. Cuja imagem fiz questão de ter em nosso meio. Ela que foi minha companheira diária de tantas orações e pedidos. Ela que nunca me abandonou nas minhas angústias e alegrias. Gratidão Mãe da Penha por se fazer presente em todos os momentos de minha vida e caminhada vocacional. É uma graça participar do número dos filhos da Mãe da Penha”, disse.

E, consagrando todo o seu ministério presbiteral, confiouna materna intercessão da Virgem das Alegrias, ofertando rosas para a mais bela flor do jardim de Deus, enquanto isso, o Coral dos Canarinhos entoou mais uma vez o Hino “Virgem da Penha”.

A celebração terminou com o envio e a bênção final. A nova etapa do ministério de Frei Felipe começa, assim, sob o signo da confiança e da entrega: “A obra é de Deus e Ele mesmo há de completá-la”.

Texto: Frei Augusto Luiz Gabriel | Fotos: William Pereira Ramos e Cristian Oliveira


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