CHEGA DE IMPUNIDADE: Famílias celebram memória de vítimas de trânsito

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Paz e Bem!

Dezenas de famílias participaram da 13ª Missa em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, celebrada no Campinho do Convento, na tarde do último domingo (04/08). Apesar da chuva e do frio, os fiéis fizeram questão de homenagear seus amigos e familiares que perderam a vida em acidentes nas nossas estradas. O evento contou com participantes de toda a Grande Vitória e até algumas famílias de Marechal Floriano, Domingos Martins e Guarapari.

Tomados de emoção e gratidão, muitos seguravam fotografias, levavam cartazes ou ainda vestiam camisas com as fotos dos entes queridos. Uma celebração que além de ser uma expressão de fé, é também um ato de protesto e de pedidos de justiça, um grito de basta de impunidade.

A Missa foi presidida pelo Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, que ao iniciar, acolheu a todos e falou algumas palavras de conforto. A celebração teve a presença do Frei Pedro Engel e algumas autoridades políticas.

“A dor da saudade nos marca nesta celebração, mas a chama da esperança nos faz acreditar que a vida fala mais forte que a morte”, assim Frei Pedro de Oliveira iniciou a Missa. Na homilia, ele afirmou que enfrenta a chamada “Rodovia da Morte” (BR-101) e vê de perto a imprudência, o desrespeito de alguns “assassinos ao volante” e percebe com indignação também a falta de ações do poder público para melhorar as condições das estradas. Ele deixou a mensagem para as famílias no final.

Frei Pedro disse: “A irresponsabilidade de tantos e tantas que assumem a direção de um volante é tamanha que nos inquieta, nos angustia. Não me conformo com a irresponsabilidade de tantos motoristas! Digo mesmo, teria que triplicar o número de radares, pois o que existe ainda é pouco! Me inquieta quando uma autoridade responsável por este país diz que os radares devem ser eliminados, isso é idiotice! Jamais, como pode alguém citar tal coisa? ‘Ah tem de eliminar também as cadeirinhas, as crianças devem andar soltas nos veículos’… Até quando vamos ter que conviver com isso… E continuou, “quem bebe e assume a direção de um veículo, coloca em risco não somente a sua vida, mas a vida de inocentes, quem mata, quem comete um acidente, tira a vida de alguém no trânsito, é um criminoso, um assassino. Tem de ser punido. Até quando vamos conviver com essa maldita impunidade que aí está?”, questionou o Frei.

Frei Pedro de Oliveira ainda apresentou alguns números e dados das nossas estradas. Destaque para o Brasil como um dos países onde “o trânsito é mais letal” no mundo; país onde os jovens são as maiores vítimas de acidentes de trânsito. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que é preciso diminuir, em vários pontos pelo Brasil, a velocidade máxima permitira. “Só sabe o vazio que fica quem perdeu alguém neste trânsito louco que vivemos. Colocar-se no lugar do outro é um desafio. Sentir a dor que você pai, você mãe sente, você irmão, irmã sente… É isso que Jesus pede: sentirmos a dor do outro… Sonhos desfeitos, como é triste… Como é doloroso isso. Não muito distante na 3ª Ponte, tivemos aquele crime. Dois jovens naquela moto…” E citou outros exemplos de acidentes provocados pela irresponsabilidade de alguns condutores de veículos, muitos que dirigiam falando ao celular ou embriagados, etc.

Por fim, o frade fez um apelo. “Sejamos pacientes, sejamos tolerantes! Por favor, sejamos colaboradores e promotores da paz! Até quando nossos jovens continuarão morrendo? Até quando sonhos continuarão a serem desfeitos? Até quando vidas continuarão a ser interrompidas? Até quando? Hoje queremos rezar. Rezar para que nossos entes queridos que nos deixaram sejam agraciados com a coroa da glória e que leis mais severas sejam criadas. Basta de impunidade! A nossa esperança jamais poderá esmorecer, para que possamos ter um trânsito mais seguro e um motoristas mais comprometidos com a vida”, logo em seguida, foi entoada a canção “Noites Traiçoeiras”, enquanto Frei Pedro entregava rosas brancas para os familiares de vítimas de acidentes. Um momento que emocionou a todos, até mesmo o Frei que voltou com voz embargada e emocionada para dar a bênção final.

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