Paz e Bem!
O Convento da Penha, realizou na manhã do último domingo (05/08), a Santa Missa em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito. Tomados de forte emoção, familiares, amigos e fiéis subiram à Penha para clamar por justiça, manifestar carinho e saudade aos entes que tiveram a vida ceifada pela violência no trânsito, e estarem unidos em oração pela paz nas estradas e vias que cortam nosso país.
Os números da violência no trânsito são tão assustadores que fazem a sociedade refletir sobre o papel da conscientização, da educação e do cristianismo no trânsito. Ser cristão consciente é sobretudo ser um motorista consciente, zelando pela paz e pelo bem. Em todo o Brasil, morrem 50 mil pessoas vítimas de acidentes de trânsito. A maioria como causas: a imprudência e o desrespeito à vida. O consumo de álcool, o excesso de velocidade e o uso do celular na direção de um veículo, também contribuem para o aumento destes números.
Através da Lei Nº 9.689, de 24/08/2011, estabelece o primeiro domingo de agosto como o Dia Estadual em Memória das Vítimas de Acidentes de Trânsito, a Santa Missa em Memória destas vítimas já ocorre há 12 anos, e é sempre realizada no Convento.
Neste domingo, os primeiros fiéis, subiram pela estrada principal do Convento por volta das 08h15. Com faixas, camisas, panfletos e banners com fotos e recordações das vítimas de tragédias no trânsito, quando chegavam, os participantes eram recepcionados pela equipe de música e pelos comentários iniciais de boas vindas. Muitos, ao conversar e trocar experiências com as outras famílias, já se emocionavam e demonstravam dor.
Ao iniciar, o presidente da Celebração, Frei Paulo Roberto Pereira, OFM, saudou os familiares e os presentes, com palavras de conforto. Com um clima orante e acolhedor, dos primeiros momentos foram incentivadores às reflexões do papel de cada um na sociedade, sobretudo no trânsito.
A Liturgia da Palavra, propiciou ainda mais reflexão do sentimento de paz no trânsito.
Na homilia, o Guardião do Convento, afirmou que todos “são vítimas do trânsito, vítimas da impunidade, da truculência, do desrespeito, da falta de paz. Por isso que diante de tanta lágrima, de tanta dor, nós, aqui reunidos queremos dizer: Basta! Chega! Além deste grito, nós queremos apontar caminhos, construir estradas”, afirmou o Frei se referindo ao pedido de paz e o fim da violência no trânsito.
Ele afirmou ainda citou exemplos de atitudes inadequadas no trânsito que causam acidentes e dor. “Se somos descuidados nas pequenas coisas, se nós permitimos os pequenos delitos diários, ao ocupar uma vaga para deficiente, por exemplo… Ah mas foi só uma mensagem que eu troquei (enquanto dirigia), se nós nos permitimos essas atitudes… Se assim agirmos, nós vamos repetir todos os anos esta celebração aqui, e ela será nada mais como tão somente um recolhimento de dor e de lágrimas. Nós não queremos isso, queremos gerar mundo novo, criar relacionamentos novos. Por isso o Evangelho de Jesus que ouvimos, Ele nos diz, ‘Eu sou o Pão da Vida, quem come vive eternamente’. ETERNIDADE. Viver com jeito de eternidade”, destacou Frei Paulo, que acrescentou: “Jesus nos alerta. É necessário colocar gosto de céu nos nossos lábios. É necessário colocar gosto de eternidade nos nossos passos. E enquanto nós não nos desfizermos deste jeito egoísta, imediatista, enquanto nós não matarmos em nós tudo aquilo que nos faz desrespeitar os direitos dos outros, enquanto nós não alargamos generosamente o nosso coração para acolher a Palavra Redentora do Evangelho de Jesus, certamente temos muita dificuldade daquilo que devemos ser: portadores da Paz e do Bem.
Um momento de grande emoção, foi quando o Frei Paulo pediu que as famílias se aproximassem do altar, afim de homenagearem os familiares e amigos vítimas do trânsito. Em seguida, foi entoada a canção “Noites Traiçoeiras”, o que fez com que muitos presentes não contivessem as lágrimas. Em forma de recordar e lembrar das pessoas queridas, tomados de emoção, todos cantaram e em uma única voz, pediram o fim da violência no trânsito. Um verdadeiro ato de protesto, mas sobretudo de clamor à Deus por todos. O momento foi finalizado, após a Bênção, pelas imposições das mãos dos Freis Paulo Roberto e Pedro de Oliveira, e dos fiéis, formando uma espécie de “troca de bênçãos”, foram distribuídas centenas de rosas, com o intuito de carinhosamente, oferecer aos familiares mais um pouco de conforto e cuidado maternal, de um Deus que acolhe e conforta.
O Frei ressaltou ainda que o Ato Litúrgico, a Celebração da Eucaristia, é uma forma de abraçar a todos, independente da fé. É uma maneira de em uma unidade, todos buscarem o mesmo objetivo. A Missa tem por finalidade congregar, convocar, clamar, abraçar e acolher todas as pessoas. Este ano, outro destaque foi a grande participação de irmãos de outras profissões de fé e de autoridades, como o Delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito, Dr. Maurício Gonçalves, que após a Missa, recebeu as boas vindas pelo Frei Paulo.
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Confira a galeria de fotos que registramos alguns momentos.
Assista a reportagem da TV Gazeta – Afiliada da TV Globo no Espírito Santo