Paz e Bem.
A Missa do 3º Domingo do Advento, celebrada na manhã do domingo, 14 de dezembro, às 9 horas, no Campinho do Convento, foi marcada pela reflexão sobre a Encarnação do Filho de Deus, o papel de Nossa Senhora no plano da salvação e o chamado cristão a não fechar o coração diante da vinda de Cristo. A celebração foi presidida pelo Frei Robson de Castro Guimarães. Ele convidou os fiéis a viverem o Advento como tempo de acolhida e compromisso.
]Logo no início da celebração, Frei Robson recordou o sentido do Advento como preparação para o Natal, ressaltando que Jesus não entra na história humana como uma “ideia ou filosofia”, mas como presença real. “O Senhor Jesus assume a condição humana, entra na história humana não como uma ideia, um conceito, como uma filosofia de vida, mas Ele entra como gente, carne da nossa carne, sangue do nosso sangue e ossos dos nossos ossos”, afirmou.
Ao recordar a solenidade da Imaculada Conceição, celebrada no dia 8 de dezembro, o frei destacou a humildade de Deus que se aproxima da humanidade por meio de Maria. “Deus, humildemente, através do anjo Gabriel, vai a Nazaré para encontrar-se com Nossa Senhora, para pedir a Ela que ceda e empreste a Sua carne para que o Filho de Deus possa assumir a nossa carne. A resposta de Maria ao anjo é o maior testemunho de fé: ‘eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a vossa palavra’. Esse ‘sim’ significa acolher plenamente a vontade de Deus, sejam as coisas boas como também sejam as coisas menos boas.”
Frei Robson apresentou Jesus como o grande dom oferecido por Deus à humanidade. “Jesus vem a este mundo trazer-nos vários presentes. Primeiro, a salvação. Qualquer coisa que brilhe mais nos chama a atenção… E nem sempre isso nos leva ao caminho da salvação. Jesus é mestre. Ele está à nossa frente caminhando, indo em direção e nos ajudando a evoluirmos espiritualmente para um dia alcançarmos a vida eterna. Olhando para Jesus, estamos vendo o Pai do Céu; em olhando e contemplando o coração de Jesus, estamos olhando e contemplando o coração do Pai do Céu”.

Um dos pontos centrais da reflexão foi o convite para que os fiéis não deixem Nossa Senhora sozinha no tempo do Advento. Frei Robson chamou a atenção para o fato de que, nos Evangelhos, Maria aparece muitas vezes em solidão. “É inacreditável, mas Ela está sempre sozinha”, afirmou, recordando episódios como a Anunciação, o serviço à sua prima Isabel, o Nascimento de Jesus e o momento aos pés da cruz quando o Senhor entrega sua mãe, como Mãe da Humanidade inteira.
Ele ainda fez um pedido: “Nesse tempo do Advento, nós vamos levá-la junto conosco. Vamos levá-la para casa, vamos cuidar dela, vamos dizer o quanto nós a amamos e como somos agradecidos pelo fato de Ela ter dado o seu sim a Deus. Quando nós rezamos o Terço, o Rosário, ou quando, em família, nos reunimos para rezarmos a Novena do Natal, ali nós trazemos Nossa Senhora grávida junto para nossa família e para o nosso coração. As portas das casas e das hospedarias estavam todas fechadas para a Mãe do Filho de Deus”, lembrou.
No entanto, destacou que Deus não abandona o seu plano: “Deus, que sempre se antecipa aos corações fechados da humanidade, prepara um outro lugar onde Ela possa estar para dar à luz. Quantos de nós não nos encontramos nos exílios? Quantos aqui não estão longe da família, longe da comunidade, por brigas e desavenças?”, questionou. Ele lembrou que, mesmo quando o ser humano se afasta, Deus não abandona: “Quando nós nos autoexilamos, Deus sente saudade de nós e vai lá naquela situação para nos resgatar e nos convidar a voltar para a convivência com os irmãos”.
Comentando o Evangelho, Frei Robson destacou que a dúvida faz parte do caminho da fé e que Jesus se revela por meio das obras. “Não é pecado ter dúvida. A dúvida faz parte do processo de amadurecimento da nossa fé. O amor que Jesus nos ensinou é o grande poder para evangelizarmos”. Segundo o frei, o acolhimento, a presença e a palavra fraterna são capazes de iniciar processos de cura profunda na vida das pessoas.
Por fim, Frei Robson recordou o ensinamento de Jesus sobre João Batista e provocou a assembleia a refletir sobre sua postura no Reino de Deus: “Na atitude humilde do serviço no Reino, ou como pessoas que esperam apenas serem servidas?”.






































