Aconteceu na Penha em 1849…

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Paz e Bem!

Já conhecemos como se deu a construção do Santuário de Nossa Senhora da Penha, e ao longo do tempo, estamos entendendo como ele se tornou um dos mais importantes templos marianos do país. Sabemos que até o ano de 1750, o Convento da Penha passou por muitas transformações, sendo intervenções necessárias por conta da deterioração do tempo e também ampliações para acolher melhor frades e visitantes.

Desde 1730, quando nem mesmo havia sido concluído o processo de ampliação, já existiam registros de romeiros vindos de diversas partes do Espírito Santo e de outros estados, segundo relato de Frei Apolinário da Conceição, Guardião na época. Diante desses fatores, principalmente a ampliação e o aumento de romeiros visitantes, foi necessário aumentar também a oferta de frades que pudessem dar assistência aos fiéis, isso ocorreu em 1765.

Sempre às sextas-feiras conhecemos um pouco mais sobre a tradição, a história e a expressão de fé do povo capixaba através do aspectos históricos da religiosidade local. São pequenas reportagens de fatos que aconteceram na Penha.

Aconteceu na Penha… Em 1849, Frei Vitorino de Santa Felicidade, que em várias guardianias efetuou relevantes serviços de restauração, rubricou o 1º “Livro de Visitas” da Penha. Hoje isso pode não significar tanto, haja vista, que diante de tanto avanço tecnológico, um simples aplicativo de celular ou software de computador consegue identificar e registrar, não apenas quantidade mas nome e dados pessoais do usuário (visitante).

Naquela época, o “Livro de Visitas” era uma forma de reconhecer a presença de fiéis e romeiros que acorriam ao Santuário. Ali, registravam nome, endereço postal, cidade (província) e em alguns casos, os visitantes tinham a oportunidade de registrar em pequenos textos como foi a experiência da visita.

De acordo com Maria Stella de Novaes, em “O Relicário de um povo – O Santuário de Nossa Senhora da Penha, 2ª edição, 1958” (publicado em morrodomoreno.com.br), no primeiro “Livro de Visitas” do Convento, podemos apreciar autógrafos de raro valor e as impressões indeléveis de romeiros de todas as categorias sociais.

O então Guardião Frei Vitorino, além de publicar este primeiro livro, também foi responsável por reconstruir a parede interna principal, reformar o telhado, parte do monumento de caprichoso perfil que, segundo uma autoridade em “relíquias históricas e arquitetônicas”, assemelha-se aos vestígios das construções árabes, na Península Ibérica. Também foram substituídas algumas janelas e outros pequenos consertos no próprio templo, na senzala e casa dos romeiros.

Frei Vitorino ficou como Guardião de 03 de agosto de 1834 até 7 de abril de 1838; depois, mais dois períodos: de 31 de outubro de 1842, até 30 de outubro de 1847. Por fim, o último período do franciscano como Guardião da Penha foi de 22 de maio 1849 até 19 de agosto de 1850.

O tal “Livro de Visitas” do Convento registrou, anos mais tarde, inúmeras “presenças ilustres” que passaram pelo Convento, como autoridades religiosas e políticas da época e até o registro da visita do então imperador do Brasil, Dom Pedro II junto com imperatriz Dona Tereza Cristina e comitiva imperial no Convento. Essa história vamos conhecer nos próximos capítulos.

Atualmente existe um “Livro de Visitas” do Convento que fica na Sala de Exposições, no entanto, por conta das ações sanitárias de controle da pandemia, ele foi recolhido e guardado no acervo da Penha.

Alguns trechos foram extraídos do Livro dos Romeiros de 1847; site morrodomoreno.com.br

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