A mensagem de esperança de Dom Sevilha

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Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – O bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Rubens Sevilha, foi o celebrante do terceiro dia do Oitavário da Festa da Penha nesta terça-feira, 29 de março. Como é comum ver em suas homilias, sua mensagem insistente foi de esperança, apesar dos nossos problemas no dia a dia, da situação delicada porque passa o nosso país e pela violência que ceifa vidas nas guerras em muitos países.

Partindo do exemplo do Evangelho de hoje, quando Maria Madalena chora e não vê que Jesus está próximo dela, Dom Sevilha disse que todos nós temos nossos momentos de lágrimas, momentos de dor. “Você tem aqueles momentos difíceis que só você conhece. Mas o Senhor, assim como no Evangelho, está próximo de nós. Maria Madalena não O viu, mas Ele estava lá, ali pertinho, colado nela. É assim, meu irmão minha irmã, em tempos difíceis Ele está lá. Você não enxerga, mas Ele está colado em você. Sempre! Este é o amor fiel e misericordioso de Deus. No salmo responsorial, se diz ‘A terra transborda da bondade do Senhor’. A terra está transbordante da bondade do Senhor mesmo quando não O vemos, não O percebemos. Mesmo quando estamos chorando pelos problemas da família, pelos problemas do Brasil, do mundo”, enfatizou.

Dom Sevilha falou a um grande público que compareceu ao Campinho do Morro da Penha, que hoje recebeu romeiros da região pastoral Cariacica e Viana da Arquidiocese de Vitória. Além dos frades e do Ministro Provincial da Província da Imaculada Conceição, Frei Fidêncio Vanboemmel, concelebraram com Dom Sevilha sacerdotes de 16 paróquias desta área pastoral.

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Dom Sevilha, que é religioso carmelita, lembrou que estamos vivendo o belo tempo pascal. Nesse período, subimos a ladeira para homenagear Nossa Senhora das Alegrias, o título pascal de Maria. “Muitos desanimam nesta subida porque o coração está sem fé, sem a força de Deus. Quantas pessoas na vida estão desanimadas!  Mas o cristão jamais vai abandonar a sua luta. O cristão é corajoso e esta coragem é o Senhor que nos dá”, animou. Segundo ele, não podemos dar lugar à anemia espiritual, mas devemos buscar forças no Senhor.

Segundo o bispo celebrante, outra característica do cristão é alegria. “Cristo vivo está conosco e nos alegra. Não estamos sozinhos e abandonados neste mundo. Ele prometeu, Ele cumpre: ‘Eis que estareis convosco até o final dos tempos’. O evangelho hoje mostra uma mulher chorando: Maria Madalena. Pela tradição, era a pecadora. E olha que bonito! O pecado ficou para trás. Não se fala mais de pecado, de erro. Agora, é aquela mulher procurando Jesus de madrugada. Ela queria ficar perto de Jesus. Não interessa o passado dela. Tem gente que fica olhando o passado, remoendo o passado. E aí fica complicando as coisas. Este é o Ano da Misericórdia.  Se o erro foi grande, a misericórdia de Deus é muito maior. Se o erro foi feio, o perdão de Deus é bonito. Maior e mais bonito do que qualquer erro ou pecado. Esqueçam os erros do passado. Não fiquem remoendo o que passou”, estimulou, dirigindo-se especialmente aos casais.

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Ele terminou definindo três tipos de alegria: “Primeiro, a alegria da carne. Ela é superficial, basta uma cervejinha a mais e a pessoa já fica toda alegrinha. É aquela alegria do consumismo. Basta ir ao shopping e as sacolas fazem a pessoa mais feliz do mundo. Até o mês seguinte, quando chega a fatura do cartão de crédito…(risos).

A segunda alegria é humana. Essa é transitória e limitada. Depende de um momento ou acontecimento: passar num exame, conseguir uma cura etc. Não dá para ter sempre essa alegria. Não dá para ser alegre quando se está desempregado. E terceiro, a alegria d’alma. Ela é fruto do espírito. Em Gálatas, 5, 22, entre os frutos do espírito, está alegria. Essa ninguém tira. Pode acontecer o que for, no fundo da alma existe a certeza de que Deus está comigo”, explicou, rezando pelos que sofrem de depressão: “Vamos pedir nesta Missa para aqueles que sofrem essa tristeza. Vamos pedir a alegria que vem de Deus!”.

A Celebração Eucarística terminou com uma bela homenagem a Maria feita pela liturgia desta área pastoral. Lembrando o evangelho de Caná, jovens com seis talhas de barro, referindo-se às áreas pastorais da Arquidiocese, e em seguida crianças com vasos de flores pediram a intercessão de Nossa Senhora da Penha com a invocação de Mãe da Misericórdia.

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OITAVÁRIO

O Oitavário, o momento devocional da Festa da Penha, começou às 14h30, quando Frei Pedro Viana, da Fraternidade de Colatina, convidou o povo a conhecer um pouco sobre o devoto da Virgem da Penha, Frei Pedro Palácios, e também acentuou a mensagem de esperança no Deus misericordioso.

Para a reflexão sobre o tema da festa, “Maria, Mãe e Porta da Misericórdia”, Frei Pedro Viana escolheu um trecho da Bula “Misericordiae Vultus” do Papa Francisco, que diz: “Perante a gravidade do pecado, Deus responde com a plenitude do perdão. A misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode colocar um limite ao amor de Deus que perdoa, consola, e dá esperança”.

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O frade lembrou que Maria merece nossa homenagem, carinho e amor, mas questionou: “Onde nós podemos contribuir com a misericórdia do Pai? Como e onde podemos ser misericordiosos? Eu imagino que cada um sabe por onde começar! Comecemos onde quer que estejamos. Na família, onde um respeita o outro, onde cada um assume a sua responsabilidade, como filho, marido, esposa”, disse.

Mas essa responsabilidade, segundo Frei Pedro, também se estende para fora da família. “Eu ouvi a recomendação de Frei Valdecir para recolher o lixo. A natureza precisa ser cuidada, ela merece nossos cuidados, nosso carinho. É nossa mãe, nossa casa. Nós dependemos dela. Olhem esse vento, a água que tomamos. A mãe-natureza oferta tudo isso de forma gratuita e fez tudo isso por misericórdia por cada um de nós”, completou. O momento celebrativo terminou com cantos e orações.

Nesta quarta-feira, as celebrações na Capela do Convento serão às 6h00, 7h00, 8h00 e 9h30. No Campinho, o quarto dia do Oitavário da Festa da Penha terá a liturgia coordenada pela área pastoral Benevente da Arquidiocese de Vitória.

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DOAÇÕES

A Festa da Penha é um forte momento de devoção e fé do povo capixaba, que sobe ao Campinho do Convento e peregrina em romarias durante toda a semana. Além de seu aspecto religioso e cultural, a festa, desde o ano passado, também desperta nos participantes a solidariedade e o servir quem mais precisa.

Neste ano, os fiéis são novamente convidados a doarem alimentos não perecíveis e fraldas geriátricas, que serão arrecadados durante todos os dias da festa, de 27 de março a 04 de abril. No ano passado foi recebida aproximadamente 1 tonelada de alimento. Haverá dois pontos de coleta, sendo um na entrada principal do Convento e o outro no Campinho, assim como esteve no ano passado. A partir de domingo, eles estarão concentrados no Parque da Prainha.

As doações serão destinadas à Sociedade São Vicente de Paula (Vicentinos) e eles farão a distribuição das doações para todas as famílias assistidas diariamente por voluntários. Vale ressaltar que durante a Festa da Penha haverá voluntários vicentinos nos pontos de coleta para qualquer informação sobre o trabalho realizado.

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