A inspiração da oração de São Francisco no Oitavário

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – Pela primeira vez participando da Festa da Penha, o coordenador da Frente de Evangelização na Comunicação da Província da Imaculada, Frei Gustavo Medella, presidiu nesta segunda-feira, feriado de Tiradentes, o Oitavário da Penha, a devoção franciscana que tem atravessado os séculos desde a chegada de Frei Pedro Palácios em 1558. Entre os cantos e orações à Virgem da Penha, que compõem este momento devocional, o frade escolheu um trecho da Exortação Apostólica do Papa Francisco, “A Alegria do Evangelho”, para a reflexão.

Frei Gustavo Medella presidiu o Oitavário

Segundo o texto, o Papa sonha com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo do que à autopreservação. “A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade.” (AE 27)

Frei Gustavo convidou ao povo para rezar com ele a Oração de São Francisco de Assis – “Senhor fazei de mim um instrumento de vossa paz” – e explicou que ela serve de inspiração para colocar em prática o pedido do Papa Francisco. “Qual é a ação que a gente repete em todas as invocações desta oração?”, perguntou Frei Gustavo, que destacou o verbo “levar” em todas as frases: “Onde houver tristeza que eu LEVE…; onde há dúvidas que eu LEVE...”.

Para levar, segundo o frade, é preciso sair. “Anunciar, movimentar, sair de si. É isso que o Papa Francisco nos pede enquanto Igreja. Pede a todos, bispos, padres, frades, filhos e filhas de Deus para sair e levar. Não importa o que você veio trazer, mas você vai levar a alegria de ser um filho e uma filha de Deus, de ter esse amor profundo a Maria, Virgem Mãe. Então, que nós tenhamos esse espírito missionário de sairmos pelo mundo. O que você recebe aqui não é só seu, mas é para levar àqueles que convivem com você, que estão tristes, desanimados e desorientados. Você, filho de Deus, protegido pela intercessão da Virgem Maria, tenha este compromisso de gratidão de levar adiante aquilo que você recebeu neste santuário da graça e do perdão”, completou Frei Gustavo.

Antes da oração final, Frei Gustavo convidou a todos que rezassem por alguns instantes em silêncio pela fraternidade franciscana que se dedica ao atendimento dos peregrinos e romeiros do Convento da Penha. “São estes frades que garantem no dia a dia a acolhida de quem se dirige a este santuário do perdão de da graça. Celebram a missa, atendem às confissões, animam as lideranças e os voluntários, tudo com a dedicação própria de quem tem um profundo amor à Mãe de Deus e a Jesus Cristo e também um intenso espírito de fidelidade a São Francisco de Assis”, frisou o frade. Depois da oração silenciosa, todos se rezaram uma Ave-Maria pela fraternidade local.

A SANTA MISSA

 

Dom Sevilha presidiu a celebração eucarística

A chuva que parecia chegar para ficar na manhã desta segunda-feira em Vila Velha (ES), deu lugar a um lindo dia de sol e povo não perdeu a chance de subir ao Morro da Penha para apreciar a beleza deste cartão postal, mas também para fazer a sua devoção à Mãe de Deus no Santuário da Penha. Intenso movimento de romeiros tomou conta das escadarias do Convento e o público lotou o Campinho, às 14 horas, para o segundo dia do Oitavário e para a Santa Missa às 15 horas. O bispo auxiliar da Arquidiocese de Vitória, Dom Rubens Sevilha, presidiu a celebração eucarística, tendo como concelebrantes os frades do Convento da Penha e os sacerdotes da região serrana.

Dom Sevilha, como sempre, cativou o povo com sua homilia eficaz e simples. Com suas palavras, o bispo deu esperança, denunciou, exortou e brincou. Segundo o bispo, existe um ditado que diz assim: Pra tudo tem solução, menos para a morte. “Pois a morte tem solução também”, decretou D. Sevilha. Para ele, a chave está na palavra alegria. “Cristo ressuscitou e caminha conosco. Aqui está a alegria do cristão”, explicou. “Essa alegria da carne é boa, mas passa facilmente. A gente está alegre por uma coisa boa, mas de repente acontece uma contrariedade e tudo vai por água abaixo. A alegria humana é assim. É normal. Mas existe aquela alegria que vem de Deus. Existe uma alegria da alma. Essa ninguém tira. Pode acontecer o que acontecer, porque você não está sozinho na vida. Você não está abandonado na vida. Você tem um Pai que é Deus, uma Mãe que é Maria Santíssima e temos Jesus vivo que caminha conosco. A ressurreição é a certeza que Cristo está no meio de nós”, acrescentou.

Segundo o bispo, como disse o Papa Francisco, otimismo é diferente de esperança. “Otimismo, diz ele, é uma coisa humana. Mas a esperança é divina. O símbolo da esperança é a âncora. Onde você jogou a âncora? Aquele que não tem a âncora vai estar perdido na vida, sem rumo, sem direção, sem saber para onde está indo. Sem saber por que e para quê. Certas pessoas na vida se parecem com esses andarilhos de beira de estrada. Andam, andam, andam e não chegam a lugar nenhum. Mas nós, não! Temos rumo, temos direção. E nós sabemos onde colocamos a nossa âncora. Na rocha firme que é o Senhor”, ressaltou.

Dom Sevilha observou que no Evangelho de hoje as mulheres foram as primeiras a saber da ressurreição. “E daí eu encontrei um engraçadinho que me perguntou por que Jesus escolheu as mulheres?”, contou, ouvindo a resposta rápida: “Para ir mais rápido!” (risos). “Exatamente”, respondeu. “Eu fiquei pensando se é verdade ou não. Mas foi assim. As mulheres são encarregadas de espalhar a notícia boa ao mundo. Depende muito da mulher manter a fé, a alegria, a esperança. A mãe é a coluna de uma família e de uma sociedade”, enfatizou.

Dom Sevilha lamentou que a mulher é vítima de certos tipos de violências. “Infelizmente, o Estado do Espírito Santo está em primeiro lugar em violência contra a mulher. Por que esses maridos são assim? Culpa da mãe que educou esse filho. Quem educou esse homem tão machista? Quem educou esse homem tão ignorante? Quem educou esse homem sem paciência alguma, sem respeito. Culpa do pai e da mãe. É preciso educar para que depois seu filho não sofra. A gente vê cada tipo de violência aí fora! Até se mata por causa de uma manga. Depois, quando perguntado por que fez isso, responde: ‘Ah, eu perdi a cabeça, perdi a paciência!’. Isso se aprende em casa.  É preciso ensinar o seu filho a ter paciência, ensinar seu filho a respeitar o outro, a se controlar”, exortou.

No final, voltou a dar esperança: “Não estamos sozinhos. Deus e Nossa Senhora são maiores do que qualquer problema!”

Nesta terça-feira, 3º dia do Oitavário, a partir das 14 horas, é a vez da Área Pastoral Cariacica/Viana fazer a homenagem a Nossa Senhora.

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