A Igreja peregrina de São Mateus

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Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – A Igreja peregrina, como quer o Papa Francisco, manifestou-se neste sábado, 11 de abril, em duas grandes romarias do Estado do Espírito Santo – a Diocese de São Mateus e Diocese de Cachoeiro de Itapemirim. A primeira delas a chegar ao Morro da Penha para fazer a sua homenagem à Mãe de Deus foi a mais distante do Estado, São Mateus. Uma caravana com mais de 40 ônibus viajou durante a madrugada para chegar ao Campinho às 7 horas, a tempo de o povo fazer a sua devoção antes da Santa Missa às 8 horas.

Sem o bispo Dom Zanoni  Demettino Castro, que foi nomeado Arcebispo coadjutor da Arquidiocese de Feira de Santana, no ano passado, este ano os romeiros de São Mateus foram conduzidos pelo administrador diocesano Pe. Emilio Gonzalez Escalada, que responde por uma diocese de 15 mil quilômetros quadrados e mais de 500 mil pessoas. O simpático espanhol chegou ao Brasil no dia 25 de abril de 1970.

meioPe. Emilio brincou no início de sua homilia dizendo que era a primeira vez que presidia uma celebração na Festa da Penha e também era a última, já que neste período até a próxima festa o povo de Mateus poderá ter um novo bispo. “Então, vocês tenham um pouco de paciência se às vezes a gente demora um pouquinho mais, mas não posso perder a oportunidade de falar da Mãe para vocês”, brincou.

Mas ao falar da Mãe, Pe. Emilio falou com o coração, da mesma forma que ele enfatizou que sem o coração não se consegue ouvir a Deus. “Maria não, ela é modelo para nós. Maria não sabe as consequências de sua decisão – “eis aqui a serva do Senhor – mas sabe que é o Senhor que a interpela e se entrega ao seu amor”, diz Pe. Emilio.

“Cada um de nós é chamado a responder com o seu sim, pessoal e sincero, colocando-nos plenamente à disposição de Deus, na sua misericórdia e amor”, refletiu.

“Quantas vezes Jesus passa na nossa vida e quantas vezes não nos damos conta porque estamos profundamente imersos nos nossos pensamentos, nos nossos afazeres, e até nas nossas rezas e devoções, a ponto de não percebermos que ele passa, bate no nosso coração, pedindo acolhimento, pedindo nosso sim como fez com Maria”, acrescentou.

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Segundo o Pe. Emilio, quando sentimos em nosso coração certas aspirações, como “eu estou arrependido daquilo que fiz”, “eu poderia colaborar na comunidade”, é o Senhor que está falando. “O desejo de nos sentirmos melhores, a vontade de permanecermos mais tempo uns com outros, é o Senhor que passa por nós”, enfatizou. “Toda vez que você decide a ser melhor, é o Senhor que bate no seu coração; toda vez que no seu coração surge a compaixão, é o Senhor; toda vez que sonha com um mundo melhor, de paz, de prosperidade, de justiça, é o Senhor; toda vez que você quer fazer algo de bom, é o Senhor que bate e espera a sua resposta”, acrescentou.

Pe. Emilio também disse que o momento era para rezar. “Estamos vivendo um momento de tribulação, que se manifesta de diversas formas: desemprego, corrupção, violência, discriminação, falta de moradia, falta de terra, condições ínfimas de saúde, de educação. Achamos que as coisas se resolvem colocando paliativos. Imaginamos, por exemplo, que diminuindo a idade penal, a coisa pode melhorar e a violência diminuir. E não damos conta que o que deve diminuir é a corrupção, a desigualdade, a diferença de oportunidades, o uso da coisa pública em benefício pessoal. Não percebemos que a nossa juventude está cada vez mais desconhecendo os verdadeiros valores  porque está imersa no consumismo e nas novidades eletrônicas. Ainda não conseguimos nos convencer que podemos e devemos ser agentes dessa mudança, sendo verdadeiros discípulos e discípulas missionários do Evangelho”, lamentou, pedindo que se reze muito para a Mãe de Deus, porque ela ensina acolher a Boa Notícia de Jesus: “Fazei o que meu Filho mandar…”

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