Paz e Bem!
Nas últimas semanas, conhecemos um pouco da rotina de três jovens frades capixabas que estudam e atualmente vivem no município de Rondinha, região metropolitana de Curitiba (Paraná). São jovens que cultivam desde cedo, o desejo de seguir o exemplo de São Francisco de Assis, inspirados para tornar um mundo mais fraterno, justo e solidário.
O Convento de São Boaventura é também a casa dos três jovens conterrâneos. Eles desenvolvem atividades ao longo do dia, cuidam de alguns serviços da fraternidade e a noite, cursam o primeiro ano de filosofia em uma faculdade da Capital paranaense. Os jovens vestiram o hábito em janeiro de 2018 e no início deste ano, passaram a morar no local.
Na segunda parte da nossa reportagem especial, vamos conhecer mais a vida do Josiélio da Silva de Oliveira, um jovem de 29 anos que tem uma belíssima e inspiradora história de amor à Nossa Senhora da Penha. Nascido em Montanha, cidade do extremo norte do Espírito Santo, a 334km da Capital Vitória.
Tudo começou em 2015, quando o rapaz se interessou em conhecer mais como é a rotina de um frei franciscano, como é a vida franciscana, como é viver em um Convento… Durante a Festa da Penha, o então seminarista da Diocese de São Mateus, conheceu o Frei Jeâ Paulo Andrade que na época atuava no Convento. “Eu até brinco com os meninos aqui [em Rondinha-PR], falo que assim que vi os frades lá no Convento me demandei!”, comentou.
Bastante curioso, porém tímido, o jovem se encantou pela maneira simples, pela vida em fraternidade, pela expressão franciscana diante das realidades do mundo. Josiélio sentiu no coração o forte desejo de levar ao mundo a paz e o bem do jeito do Pobrezinho de Assis. O hábito, o carisma… A vida de Francisco passou a inspirá-lo.
Josiélio lembra as dificuldades que enfrentou no início, já que o formador da diocese não queria que ele deixasse o seminário, porém o testemunho dos frades do Convento da Penha, foi decisivo na sua insistência em entrar para a Ordem. Para ele, o jovem que tem o desejo de seguir o caminho de São Francisco deve “persistir, mesmo com as lutas e as dificuldades, porque é o que Deus quer de você”. Convicto da decisão, ele fez acompanhamento e manteve uma amizade com a fraternidade do Convento.
Mais que um divisor de águas, a Festa da Penha marcou a história do jovem franciscano. Mesmo longe, ele acompanha a programação, reza o Oitavário (e a novena) e faz questão de expressar sua gratidão à Mãe da Penha, aquela que intercedeu pelo discernimento da vocação dele. “Tenho uma enorme gratidão, especialmente no dia 8 de abril, pois tendo uma devoção à Nossa Senhora, agradeço por ter descoberto a vocação franciscana a partir do Convento onde tem Nossa Senhora da Penha como padroeira. Isso é a realização de toda uma vida, de todo um sonho”, enfatiza o Frei.
Em Rondinha, Frei Josiélio se sente literalmente em casa, isso porque ele desenvolve as habilidades que fazia em sua terra natal. Acorda cedo, trabalha na padaria (é padeiro de profissão), cuida da horta, das galinhas e ovelhas (auxiliando os freis) e estuda a noite.
Os jovens capixabas têm uma vida de oração, acompanhada pelos frades responsáveis pela fraternidade de Rondinha. Além dos afazeres fraternos e os compromissos de estudantes, eles também desfrutam de lazer e diversão. A vida em fraternidade é um presente.