Moacir Beggo
Vila Velha (ES) – Com apenas quatro anos de existência, a Romaria dos Jovens e Adolescentes vem crescendo a cada ano. Grupos de Perseverança e Adolescentes da maioria das paróquias de Vitória e Vila Velha estiveram presentes, como se pôde ver durante a concentração na Prainha deste sábado. Para fugir do sol forte, as sombras das árvores acolheram os adolescentes, que, portando bandeiras, camisetas e outros adereços, fizeram muito barulho para homenagear Nossa Senhora.
Às 10 horas, os grupos se uniram e subiram o Morro da Penha para a Celebração Eucarística, às 10h30, no Campinho. Pe. Gudialace Silva de Oliveira, pároco da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Vila Velha, foi o presidente. Em sua homilia, ele questionou os jovens: “Será que as pessoas que nos encontram pelas ruas conseguem ver que a gente se encontrou com Jesus também?”.
Para o sacerdote, o desafio é dar testemunho quando não estamos no meio de pessoas que não professam a fé cristã e católica. “Quando a pessoa o vê caminhando pela rua, ela consegue olhar para você e falar: esse jovem, esta jovem, encontrou-se com Jesus porque tem umas coisas diferentes nas atitudes dele, nas atitudes dela. Será que a nossa vida consegue, de fato, mostrar para outros que nós somos aqueles que se encontraram com Jesus na Eucaristia e somos Igreja, sem ter uma identificação?”, insistiu.
“A nossa vida precisa mostrar para outros que nós encontramos com Jesus. Que hoje, não só durante a Festa da Penha, ao descermos daqui, as pessoas que se aproximarem de nós possam dizer: este adolescente, esta adolescente, este jovem, esta jovem se encontrou Jesus porque sua vida é diferente!”, completou.
O celebrante chamou, durante o Pai Nosso, todos os catequistas e coordenadores que estavam acompanhando os jovens para ficarem ao seu lado no altar. E ele prestou uma homenagem a eles pela dedicação, doação e carinho com que cuidam dos jovens e adolescentes.
Sheila Binda, da Paróquia Perpétuo Socorro, em Vila Velha, veio acompanhar a filha na Romaria dos Jovens. “Ano passado acompanhei de longe. Estou vendo que tem mais crianças e adolescentes este ano”, observou a responsável pela Pastoral dos coroinhas.
Para ela, os jovens estão mais participativos, mas envolvidos nas ações pastorais. “É o futuro da Igreja, da Festa da Penha e do mundo. Alguns padres têm percebido que precisam trazer os jovens para perto. Nosso pároco (Pe. Anderson Gomes), está sempre presente. Ele busca entender o jovem, que gosta dessa proximidade”, acredita Sheila, destacando “Jesus, “Sol de nossa Praia” como um evento pastoral que congrega a família.
Segundo Sheila, o futuro do jovem está numa família bem alicerçada. “Para todo mundo é fato que as famílias têm que estar no trabalho para conseguir o sustento da casa, mas não podem deixar perder aquele momento em família, de estar juntos, no mínimo nos horários das refeições. Todo santo dia a gente pergunta para minha filha como foi na escola. E ela faz a mesma pergunta para a gente”, revela.
Para ela, é importante a participação na formação da criança e do adolescente. “A educação tem que vir dos pais. Você não pode delegar a educação a terceiros. Não tem como. Você não sabe o que está sendo plantado. E se você não participar da semeadura, lá na frente não saberá o que vai colher. E aí não vai ter mais como consertar, ou, se tiver, certamente vai ser doloroso e sofrido. A participação dos pais é o alicerce de tudo”, ensinou.
ROMARIA DE CACHOEIRO
O Administrador Diocesano Pe. Walter Luiz Barbiere Milaneze Altoé. Apostólico, escolhido para estar à frente da Diocese de Cachoeiro de Itapemirim, com a nomeação de Dom Dario Campos para a Arquidiocese de Vitória, presidiu a Celebração Eucarística, às 15 horas, no sétimo dia do Oitavário da Festa da Penha. A Romaria de Cachoeiro é uma das maiores entre as Dioceses, chegando a trazer cerca de 60 ônibus, além dos carros particulares. No Momento Devocional Franciscano, antes da Santa Missa, o guardião do Convento da Penha, fez a acolhida dos fiéis devotos de Nossa Senhora.
“Nós, da Diocese de Cachoeiro, viemos para cá com muita alegria, com muito júbilo, com muita devoção. Mais de três mil pessoas na nossa Diocese, no Sul do Espírito Santo. Lá, somos 43 paróquias, em torno de 1.050 Comunidades Eclesiais de Base, e estamos aqui hoje para manifestar, primeiro, nosso seguimento a Nosso Senhor Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado, para manifestar também o nosso amor, a nossa devoção à Mãe querida que Jesus nos concedeu, que nós chamamos carinhosamente de Senhora da Penha. Para manifestar a nossa unidade de povo capixaba, povo de Deus, que nas nossas quatro dioceses do Espírito Santo, procura fazer presente a Cristo e o seu Evangelho”, explicou.
Segundo o celebrante, somos as testemunhas de Jesus no nosso tempo. “Somos chamados a fazer presente a pessoa de Jesus e seu Evangelho, em todos os rincões, em todos os ambientes de nosso mundo. O tempo que vivemos hoje tem os desafios próprios. E nós somos essas testemunhas de Jesus, os servos e servas do Senhor, que, ao modo de Maria, querem cumprir a sua vontade”, disse Pe. Walter. “Somos chamados a fazer a sua Palavra presente no meio do mundo”, acrescentou.
Romaria das Pessoas com Deficiência: temor com a Reforma da Previdência
Como fazem há 14 anos, as pessoas com deficiência se reuniram em Romaria para participam da Festa de Nossa Senhora da Penha e fazer deste um momento uma oportunidade para expressar sua espiritualidade, mas também celebrar conquistas e apresentar demandas e reivindicações do segmento, em sintonia com a Campanha da Fraternidade deste ano, que tem o tema “Fraternidade e Políticas Públicas”.
A Romaria foi realizada neste sábado, dia 27 de abril. A concentração teve início às 7h30 na Praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, às 8 horas, seguindo até a Prainha, aos pés do Convento da Penha. Na Igreja de Nossa Senhora do Rosário, foi celebrada uma Missa. O guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, fez a acolhida dos romeiros e Frei Alessandro Nascimento traduziu as informações em Libras, a língua brasileira de sinais. Pe. Carlos Barbosa presidiu a Celebração Eucarística.
Organizada pelo Fórum de Entidades de Pessoas com Deficiência, a Romaria teve início em 1996, a partir da Campanha da Fraternidade que teve como tema a deficiência. Para os organizadores, participar da Festa da Penha é um importante momento para dar visibilidade reivindicações e lutas destas pessoas.
De acordo com os censos do IBGE, o Brasil tem mais de 24% de sua população com alguma deficiência. Esse percentual representa mais de 46 milhões de pessoas no país, e no Espírito Santo este percentual corresponde a cerca de 900 mil pessoas com alguma deficiência – intelectual, visual, física, auditiva ou múltipla.
Dentre as preocupações expressas pelo segmento estão a reforma da Previdência Social que pode atingir profundamente as pessoas com deficiência, a redução do valor do Benefício da Prestação Continuada, os cortes dos investimentos em políticas públicas de assistência social, o fim dos investimentos em políticas de inclusão na educação e na saúde.
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