Paz e Bem.
Celebrando o 33º Domingo do Tempo Comum, milhares de fiéis subiram ao Campinho do Convento da Penha para a tradicional Missa das 9 horas. A Celebração foi presidida pelo Frei Robson de Castro, que dedicou sua homilia a uma profunda reflexão sobre a humildade necessária contra a vaidade espiritual e a atitude cristã de permitir que Deus tenha sempre a última palavra.
Catequese inicial: o perigo de querer sempre a última palavra
Antes de comentar as leituras, Frei Robson apresentou uma catequese sobre um “vício espiritual” que, segundo ele, afeta profundamente as relações humanas: o desejo de ter sempre a última palavra. Ele distinguiu os que seguem Jesus com severidade e medida própria — “com régua e fita métrica” — daqueles que O seguem com sinceridade de coração.
O frade recordou que esse impulso de se impor sobre os outros alimenta vaidade e soberba, e ilustrou com histórias do cotidiano, incluindo o depoimento de um ator cuja cena foi cortada por vaidade do protagonista, e o exemplo de um médico que, apesar do diagnóstico difícil, reconhece humildemente que “a ciência tem sua resposta, mas Deus tem a última palavra”.
Maria e Jesus como modelos de humildade e obediência
Frei Robson recordou a Anunciação como expressão máxima do coração humilde: Maria não busca impor sua lógica, mas pergunta, escuta e finalmente se entrega — “faça-se em mim segundo a vossa palavra”.
Do mesmo modo, Jesus, no Horto das Oliveiras, mostra a tensão humana diante da dor, mas entrega-se ao Pai: “afasta de mim este cálice… contudo, seja feita a vossa vontade”.
Essas atitudes, afirmou o frade, são o caminho seguro para vencer a soberba interior e permitir que Deus conduza cada etapa da vida.
Primeira leitura: raízes, justiça e relacionamentos
Comentando o livro do profeta Malaquias, Frei Robson explicou que os “ímpios e soberbos”, embora pareçam prosperar, são como “palha seca, sem raiz”: não são amados, lembrados nem reconhecidos.
Em contrapartida, os justos — aqueles que vivem os mandamentos — são assumidos e sustentados por Deus.
Destacou ainda a estrutura dos Dez Mandamentos: apenas os três primeiros tratam da relação com Deus; os outros sete falam da relação entre as pessoas. “Deus se preocupa profundamente com a forma como nos tratamos”, afirmou.
Ele sublinhou a importância do quarto mandamento — honrar pai e mãe — como base de todos os outros amores e relacionamentos na vida humana.
Evangelho: ser templo vivo e permanecer firme
Voltando-se ao Evangelho, o frade recordou que, mais importante que o templo físico de Jerusalém, é o ser humano como lugar onde Deus habita. “É aqui, em nós, que Deus quer fazer-se presente”, afirmou.
Ele também reinterpretou as imagens de guerras, fome e terremotos mencionadas por Jesus: não apenas realidades externas, mas crises interiores que podem abalar o coração humano — fome de amor, guerras emocionais, terremotos da vida que tiram o equilíbrio.
O caminho para vencer esses abalos, ensinou frei Robson, é o perdão, a paz interior e a confiança na vontade de Deus.
Encerrando, reafirmou a frase central da celebração: “Jesus sempre tem a última palavra, não nós. E é permanecendo firmes nesta verdade que ganharemos a vida eterna.”



























