1º Domingo da Quaresma | Reflexão do Frei Jeâ Paulo Andrade

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Frei Jeâ Paulo Andrade

Iniciamos o nosso tempo quaresmal com a quarta feira de cinzas e já chegamos no primeiro domingo da quaresma. Será um período de reflexão e preparação penitencial para a Páscoa, um tempo sagrado em que somos chamados a renovar nossa fé e nosso compromisso com o Evangelho.

Neste tempo de graça, a Igreja nos propõe três práticas fundamentais: o jejum, a caridade e a oração.

O jejum é um convite a nos desapegarmos das coisas materiais e a nos aproximarmos de Deus em espírito e verdade. Jesus, ao jejuar por quarenta dias no deserto, nos deu o exemplo de como o jejum pode nos fortalecer espiritualmente e nos ajudar a vencer as tentações que enfrentamos em nossa vida cotidiana.

A caridade é a expressão concreta do amor ao próximo. Ao praticarmos a solidariedade, não apenas ajudamos aqueles que estão em necessidade, mas também testemunhamos ao mundo o amor de Deus que habita em nossos corações. Assim como Jesus, que sendo rico se fez pobre por nós, somos chamados a partilhar com generosidade o que temos com os mais necessitados.

E a oração, o diálogo íntimo com Deus, é o meio pelo qual alimentamos nossa vida espiritual e nos mantemos unidos a Ele. Jesus, ao enfrentar as tentações no deserto, nos ensinou que a oração constante e confiante nos fortalece e nos ajuda a discernir a vontade de Deus em nossa vida.

Ao contemplarmos os aspectos teológicos do evangelho desse primeiro domingo da quaresma, sobre a tentação de Jesus, somos convidados a refletir sobre a natureza do mal e a nossa própria fragilidade diante dele. Jesus, sendo humano, experimentou as mesmas fraquezas que nós, mas, ao mesmo tempo, sendo totalmente divino, foi capaz de resistir ao mal e permanecer fiel ao Pai.

No deserto, Jesus experimentou a fome, a solidão e a fraqueza física, aspectos da experiência humana que nos são familiares. Ele sentiu as mesmas tentações que enfrentamos, as tentações de buscar poder, fama, riqueza e satisfação pessoal. No entanto, ao contrário de nós, Jesus permaneceu fiel a Deus em meio a essas tentações, mostrando-nos que é possível resistir ao mal e viver segundo a vontade de Deus.

Ao mesmo tempo, a experiência de Jesus no deserto foi única, pois Ele era também totalmente divino. Sua resistência às tentações não foi apenas um exemplo de força de vontade humana, mas também foi um reflexo de sua perfeita união com o Pai. Jesus nos mostra que, mesmo em nossas fraquezas humanas, podemos contar com a graça de Deus para nos sustentar e nos fortalecer.

Que neste tempo quaresmal possamos nos unir a Jesus em seu jejum, praticando a caridade com os necessitados e elevando nossas preces a Deus em oração. Que possamos, assim como Jesus, vencer as tentações que se apresentam em nosso caminho e nos preparar para celebrar com alegria a vitória da vida sobre a morte na Páscoa.

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