1º Dia | Tríduo das Chagas de São Francisco de Assis

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Paz e Bem!

Francisco é filho de uma época em que o Evangelho ganha as estradas. O povo descobriu o sabor da Palavra de Deus e o desejo de viver esta Palavra fazendo penitência. Surgem os movimentos penitenciais que marcaram os séculos 11, 12 e 13.

O Jovem Francisco viveu como qualquer jovem burguês de seu tempo. Era alegre e gostava de festas. Queria ganhar o título de nobreza, lutando na guerra contra Perugia; porém foi derrotado: perdeu a oportunidade do título, ficou longo tempo preso em Perugia e lá adoeceu a ponto de quase morrer. Mas foi resgatado por seu pai. Voltou para casa carregando suas derrotas. Voltou diferente e com o coração aberto para a espiritualidade do seu tempo. É o início de sua conversão; o vazio das derrotas abre caminho para uma nova busca: o Deus Encarnado.

Dois encontros marcaram sua conversão:

  1. O encontro com o Crucifixo de São Damião, do qual recebe a missão: “Francisco, vai e repara a minha Igreja, que, como vês, está toda destruída” (1Cel VI, 10). Ele começa reparando igrejas de pedra, depois restaura a Igreja Humana;
  2. O encontro com o leproso o leva e encontrar Jesus crucificado nos sofredores e excluídos: “E o próprio Senhor me conduziu entre eles, e fiz misericórdia com eles. E afastando-me deles, aquilo que me parecia amargo se me converteu em doçura de alma e de corpo; e, depois, demorei só um pouco e saí do mundo.” (Test 2-3).

Francisco vive uma profunda experiência de encontro com Jesus no mistério da sua Encarnação, o ‘Deus feito homem por nós!’ E faz-se discípulo dEle!

O Evangelho, Palavra que é Espírito e vida, Francisco o toma como forma de vida, como Regra para sua fraternidade: “A Regra e a vida dos frades menores é esta: observar o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade” (RB 1,2).

Francisco inventa o presépio em Greccio, pois queria ver a pobreza daquele que por nós se fez, ‘O Menino de Belém!’ Tomás de Celano, o primeiro biógrafo de São Francisco, nos diz que ele “recordava em assídua meditação das palavras e com penetrante consideração rememorava as obras dele. Principalmente a Humildade da Encarnação e a Caridade da Paixão, de tal modo ocupavam a sua memória que mal queria pensar em outra coisa” (ICel XXX,84).

Humildade da Encarnação e Caridade da Paixão! Francisco foca toda a sua vida no Mistério da Encarnação do Deus feito Humano; porém, Manjedoura e Cruz lhe falavam da radicalidade do amor de Deus em Jesus:

– Belém canta a ternura do Menino Deus;

– A Cruz decanta o vigor da Paixão!

Celano nos afirma que Francisco “Levava a Cruz enraizada em seu coração. Por isso fulgiam exteriormente em sua carne os estigmas, cuja raiz tinha penetrado profundamente em seu coração” (II Cel CLX- 160- 211).

Iniciando nosso caminho com Francisco, gostaria de convidar a todos a deixar-nos iluminar pela Palavra do Deus feito humano em Jesus: meditando sua Palavra  e reassumindo, cada dia, o compromisso de colaboramos na construção de um mundo justo e fraterno, onde resplandeça a Humildade e a Caridade do Senhor!


Rezemos com São João Paulo II no Monte Alverne:

Ó São Francisco, estigmatizado do Monte Alverne,
o mundo tem saudades de ti qual imagem de Jesus crucificado.
Tem necessidade do teu coração aberto para Deus e para o homem,
dos teus pés descalços e feridos,
das tuas mãos traspassadas e implorantes.
Tem saudades da tua voz fraca, mas forte pelo poder do Evangelho.
Ajuda Francisco, os homens de hoje a reconhecerem o mal do pecado e a procurarem a sua purificação na penitência.
Ajuda-os a libertarem-se das próprias estruturas do pecado, que oprimem a sociedade de hoje.
Reaviva na consciência dos governantes a urgência da Paz nas Nações e entre os Povos.
Infunde nos jovens o teu vigor de vida, capaz de contrastar as insídias das múltiplas culturas da morte.
Aos ofendidos por toda espécie de maldade, comunica, Francisco, a tua alegria de saber perdoar.
A todos os crucificados pelo sofrimento, pela fome e pela guerra, reabre as portas da esperança.

Amém.

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