Romaria dos Deficientes Físicos diz sim à vida

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – Enquanto repercute em todo o Brasil a decisão do Supremo Tribunal Federal de aprovar a legalização de aborto de anencéfalo, em Vila Velha, VII Romaria das Pessoas com Deficiência da Festa da Penha fazia mais uma manifestação pela vida. “O passo foi dado agora, infelizmente. Mas cabe à sociedade, cabe a cada um de nós, de forma muito especial vocês que estão aqui, gritarem: vale a pena viver! (vamos responder juntos!). Eu quero a vida! (e pediu para gritar alto)”, disse o Pe. Carlos Barbosa, que encerrou a Romaria com a celebração eucarística na Prainha.

Organizada pelo Fórum Estadual de Entidades de Pessoas com Deficiência, a 7ª Romaria iniciou a concentração na praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha, a partir das 7h30. Em meio a muitas bexigas brancas e faixas com palavras de ordem, como Acessibilidade, inclusão social e igualdade de oportunidade, mais de duas mil pessoas caminharam até a Prainha, passando pela Rua Antônio Ataíde, ao som da Banda de Congo de São Benedito e da Fanfarra da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Cariacica.

 Na celebração, a deficiente visual, Daisa de Lacerda Gomes, fez a 1ª leitura em braile. Na sua homilia, Pe. Carlos lamentou muito a decisão do STF. “Daqui a pouco vão aprovar uma lei para quem tem uma doença degenerativa, porque não temos ainda resposta para ela. Para que manter uma pessoa com tratamento que não tem resultado?”, criticou.

Comentando a leitura dos Atos dos Apóstolos, quando os discípulos já estavam incomodando o sinédrio com a mensagem de Jesus Cristo, Pe. Carlos pediu: “E aqueles que acham que a morte é a solução mais rápida, que a nossa voz os incomode. Que vocês, com suas presenças, incomodem essa sociedade, perturbem-na, assim como os discípulos nos Atos dos Apóstolos”, disse.

“Cada vez que você defende a vida, que você diz que vale a pena viver e do jeito que você é, você incomoda. Os apóstolos defendem a vida e anunciam o Ressuscitado. Eles são pressionados a se calarem. Quantas vezes as nossas entidades são pressionadas para se calarem. Às vezes, até mesmo, por conformismo, dizemos assim: Deus quis assim! É a vontade de Deus! Quantas vezes as autoridades tentam sufocar as nossas instituições com corte de verbas, desvalorizações das entidades, desrespeito com relação aos tratamentos, minimizando aquilo que deveria ser de direito”, denunciou.

Pe. Carlos lembra que os apóstolos não se calam. “Eles anunciavam, transmitiam, orientavam as pessoas para que se libertassem daquela situação. Por isso, cada entidade aqui representada, não se cale. Vai ter dificuldade, vai! Vai ter momento de discriminação, Vai! Mas não se abstenham de buscar os direitos, a valorização, de dizerem que vocês têm direito, sim, de ser respeitados. Se ainda não temos leis que nos ajudem, cabe a nós pressionarmos as autoridades para produzir leis que verdadeiramente possibilitem o direito de todos”, pregou.

E terminou sua homilia com endereço certo: “Não quero aqui condenar ninguém, mas quero fazer um apelo que vale a pena viver. Os inocentes têm o direito à vida!”

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