Quando Jesus está à margem de nossa vida

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Moacir Beggo

 Vila Velha (ES) – A Festa da Penha chegou ao sexto dia de celebrações em homenagens a Nossa Senhora das Alegrias e reuniu à Mesa Eucarística, nesta montanha simbólica e sagrada, os sacerdotes da região pastoral de Vitória, os frades do Convento da Penha e sacerdotes de outros estados, entre eles Frei Mario Tagliari, representando o governo provincial dos Franciscanos.

Pe. Ivo Ferreira Amorim, Vigário Geral da Arquidiocese e pároco da Paróquia São José de Maruípe, mostrou como Jesus ficou à margem da vida dos discípulos quando ficaram desorientados depois da morte e crucificação do Mestre. Segundo o presidente da celebração, Jesus também nem sempre está no centro de nossas vidas. Já Frei Diego Melo, animador vocacional da Província Franciscana da Imaculada Conceição, falou sobre a família durante o Oitavário e refutou a redução da maioridade penal como solução para a violência em nosso país. Segundo ele, não podemos ficar à margem deste debate.

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Pe. Ivo é Vigário Geral da Arquidiocese de Vitória

O sol voltou a brilhar depois de um dia chuvoso e o povo capixaba pôde fazer a sua devoção à Mãe de Deus no Campinho, que desde o último domingo, quando teve início a festa, acolhe o povo para o Oitavário e para a principal celebração eucarística. Nesta sexta-feira, 10 de abril, também foi o dia da Romaria dos Militares. Representantes do Exército, Marinha, Polícia Militar e Civil e Corpo de Bombeiros subiram em procissão do portão principal até o Campinho.

Pe Ivo, com muita clareza, refletiu sobre a aparição de Jesus Ressuscitado aos discípulos às margens do lago de Tiberíades, completando assim, um ciclo de “aparições surpreendentes”. Segundo Pe. Ivo, surpreendente pela simplicidade e pela maneira que Jesus se revela. “Ele aparece no evangelho de hoje pedindo algo para comer. A refeição é um elemento comum em suas aparições. Elas são uma clara alusão à Eucaristia, à memória da ceia, numa referência ao ato de comungar com Ele”, explicou o sacerdote.  Depois que tudo que tinha acontecido em Jerusalém (relato de Emaús), os discípulos retornam à mesma profissão de antes, retornam à vida de pescadores. “É a crise que se instalou na vida deles, como acontece em nossas comunidades ao longo de sua caminhada”, disse o sacerdote.

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Frei Diego é animador vocacional da Província da Imaculada

O Evangelho de João informa que o dia estava amanhecendo, simbolizando a ausência de Jesus e a necessidade de buscar um novo tempo que havia inaugurado com a ressurreição de Jesus. “A razão desse novo tempo estava em pé, às margens, esperando pelos discípulos que não percebem quem os esperava. Não conseguiam enxergar naquele homem, de pé na margem, o próprio Jesus. Jesus estava na margem da vida deles e não no centro. Enquanto Jesus está à margem, eles não o reconhecem. Enxergam apenas um pedinte, sobretudo, quando ele lhes pede algo para comer. É aí que entendemos a ação de Jesus ao ensinar-lhes a pescar, uma atitude educativa do mestre”, acrescentou Pe. Ivo.

“Jesus não nos dá nada pronto. Ele nos ensina como consegui-lo a partir do nosso esforço, das nossas buscas e conquistas. Aprendemos com Ele a lançar nossas redes no lugar certo, a agir de modo adequado. Na medida em que os discípulos obedeceram a Jesus, tiveram uma grande surpresa: a rede ficou repleta de peixes”, disse, ensinando: “O Ressuscitado vem ao nosso encontro para nos ajudar. Portanto, ele continua nos encorajando, hoje, para que continuemos lançando nossas redes, sendo pessoas acolhedoras em nossas comunidades”. CLIQUE AQUI E LEIA A HOMILIA NA ÍNTEGRA

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Já foram arrecadadas mais de 2 toneladas de alimentos, que os Vicentinos se encarregarão de fazer a doação para as famílias mais necessitadas. Para Seu Antônio Cardoso, que está acompanhando as doações desde o primeiro dia, a quantidade surpreende. “Não tínhamos uma meta estabelecida, mas estamos surpresos com todo esse alimento. Ainda esperamos receber mais até o encerramento”.

OITAVÁRIO: UM APELO EM FAVOR DOS JOVENS

Depois da acolhida do guardião do Convento da Penha, Frei Valdecir Schwambach, o momento devocional franciscano trouxe, através de Frei Diego, um trecho da exortação apostólica “Familiaris Consortio”, de São João Paulo II, para a reflexão. Falando sobre o papel dos pais na família, Frei Diego destacou: “Tornando-se pais, os esposos recebem de Deus o dom de uma nova responsabilidade. O seu amor paternal é chamado a tornar-se para os filhos o sinal visível do próprio amor de Deus, ‘do qual deriva toda a paternidade no céu e na terra'”.

Frei Diego lembrou que hoje, no Brasil, existem 44 mil crianças em orfanatos e abrigos, sendo 5 mil aptas para adoção. Segundo o frade, a adoção é uma forma de amor, como fazem muitas avós e tios ao cuidarem dos netos e filhos de outras famílias. Frei Diego perguntou à multidão se conhecia pessoas que faziam isso e ouviu um sim da grande maioria.

“Cuidar dessas crianças que não têm famílias, é cuidar do nosso futuro”, disse, pedindo em seguida que Nossa Senhora da Penha olhe por nossas crianças e não permita que a redução da maioridade penal seja aprovada no Congresso Nacional. “Nós queremos pedir que hoje, diante de Nossa Senhora da Penha, para não criminalizarem a vida das crianças e adolescentes. Estão tentando criminalizar nossos filhos. Nós, como filhos de Nossa Senhora, não queremos cadeia para nossos filhos. Não queremos prisão para esses jovens. Queremos amor, queremos famílias que sejam santuários de paz. Muito mais que reprimir, nós queremos prevenir. E a prevenção começa dentro de nossas casas quando fazemos tudo para que esse amor aconteça. Por isso, somos contrários, como Igreja, a essa redução da maioridade penal, porque acreditamos na vida e queremos evitar que já nos primeiros anos, a criança tenha uma vida degradada. Queremos oferecer aos nossos jovens um santuário da paz. Que Nossa Senhora, a Mãe, a Rainha das nossas Famílias, possa interceder por tantas famílias para que possam dar uma educação de boa qualidade a todas as crianças e adolescentes”, encerrou.

PROGRAMAÇÃO DESTE SÁBADO

Missas na Capela do Convento: 6h00, 7h30 e 11h00

8h00: Campinho – Missa da Diocese de São Mateus (Romaria saindo 7 horas do Portão do Convento)
9h00: Prainha – Missa das pessoas com deficiência (Romaria saindo 8 horas da Praça Dq. de Caxias)
14h30: Oitavário e Missa no Campinho
Obs: Celebra nesta tarde a Diocese de Cachoeiro de Itapemirim (Romaria saindo 14 horas do Portão do Convento)
19h00 – Início da Romaria dos Homens -Catedral
23h30: Prainha – Missa de encerramento da Romaria dos Homens
Confissões: 8h00 às 11h00 e 14h00 às 16h00.

FOTOS DO OITAVÁRIO

Frei Valdecir faz a acolhida e depois Frei Diego faz a reflexão do dia.

 FOTOS DA CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA

Imagens dos marinheiros no centro do Campinho. Missa foi presidida pelo Pe. Ivo.

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