“Levar os jovens a Deus, motivação e força de nossa vida religiosa”, diz Papa

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“Felicidade, amor, sucesso, realização pessoal”, fazem parte do mundo das aspirações de nossos jovens, “que precisam ser ordenadas, como o Criador fez no princípio dos tempos, passando do caos à ordem do cosmo”, e é justamente aqui que vocês “podem e devem entrar (…), para ajudar os jovens a harmonizarem suas aspirações e colocá-las em ordem”, disse Francisco aos membros da Santíssima Trindade e dos Escravos Trinitários.

“Esta é a motivação, a força de toda a nossa vida religiosa, e também de nossa ação com os jovens: levá-los a Deus”.

Ao receber na manhã deste sábado, 15, na Sala Clementina os cerca de 70 participantes do Capítulo Geral da Ordem da Santíssima Trindade e dos Escravos Trinitários, o Papa falou sobre os desafios da pastoral juvenil e vocacional, “um tema vital para a Igreja (…) e certamente também de grande importância para a vossa Ordem”.

Francisco começou seu discurso agradecendo ao novo Superior Geral, padre Luigi Buccarello, e às tantas obras de misericórdia desenvolvidas pela Ordem nas escolas, paróquias, prisões, institutos de reabilitação, chamando a atenção, de que o trabalho vocacional, qualquer que seja, “não é proselitismo.”

No Instrumentum Laboris do Capítulo é reconhecida “a dificuldade de linguagem e de método para comunicar com o mundo juvenil” e mesmo a “necessidade de uma formação específica para a pastoral de acompanhamento e de discernimento”.

Somado a isso, diante de  “uma cultura de grande vazio provocada por um pensamento frágil e pelo relativismo (…), da cultura fragmentada onde os grandes temas perderam o significado”, poder-se-ia pensar que “não há espaço para uma proposta vocacional de fé às novas gerações. Mas tirar esta conclusão, seria um grave erro”, adverte Francisco.

Ajudar a ordenar as aspirações

Também hoje – recorda o Papa – “há jovens que ardentemente buscam o pleno significado de suas vidas; jovens que são capazes de dedicação incondicional às grandes causas; jovens que apaixonadamente amam Jesus e demonstram grande compaixão pela humanidade”.

“Felicidade, amor, sucesso, realização pessoal”, fazem parte do mundo das aspirações de nossos jovens, “que precisam ser ordenadas, como o Criador fez no princípio dos tempos, passando do caos à ordem do cosmo”, e é justamente aqui  que vocês “podem e devem entrar (…), para ajudar os jovens a harmonizarem suas aspirações e colocá-las em ordem”, sem esquecer que os jovens pedem que seja dado a eles um certo protagonismo. Eles “devem ser protagonistas, esta é a chave, e protagonistas em movimentos, não quietos”, reiterou o Papa.

E para chegar a eles, é preciso uma criatividade “que parta da conversão pastoral a que nós somos chamados, para poder chegar a eles e fazer uma proposta evangélica que os ajude a discernir a vocação para a qual são chamados na Igreja”.

Proximidade e acompanhamento

O Papa então, indica alguns desafios apresentados pela pastoral juvenil e vocacional, a começar pela “proximidade e acompanhamento”.

Os jovens nos querem próximos, enfatiza Francisco. A pastoral juvenil e vocacional exige acompanhamento, o que comporta proximidade, estar presente na vida dos jovens. “Os jovens vos querem como companheiros de caminho”:

“A proximidade é a única coisa que pode garantir uma relação fecunda – evangelicamente falando – com os jovens. Abram as vossas casas e comunidades aos jovens, para que possam compartilhar a vossa oração e a vossa fraternidade, mas sobretudo abram os vossos corações a eles. Que eles se sintam amados pelo que são, por como são. Sejam para os jovens irmãos mais velhos com quem eles possam conversar, em quem eles possam confiar. Escutem-nos, conversem com eles, façam discernimento juntos. Isso cansa! E esse é o preço: o vosso cansaço.”

Em saída

O segundo ponto indicado por Francisco é “em saída”, isto é, “há necessidade de ir de encontro aos jovens e não somente aos próximos”, mas “ir de encontro àqueles que estão distantes. Acolhê-los como são. Nunca desprezar seus limites. Apoiá-los e ajudá-los até onde isto for possível”:

Encorajo-vos a caminhar com eles, saindo de esquemas pré-fabricados – por favor, pastorais pré-fabricadas não, não dá certo! -, sem esquecer que, especialmente com os jovens, é preciso ser perseverantes, semear e esperar pacientemente que a semente cresça e um dia, quando o Senhor quiser, dê frutos. Vosso trabalho é semear, Deus fará  crescer e talvez outros colherão os frutos. Que vossa pastoral juvenil seja dinâmica, participativa, alegre, cheia de esperança, capaz de correr riscos, confiante. E sempre cheia de Deus, que é o que os jovens mais precisam para preencher seu anseio por plenitude. Uma pastoral cheia de Jesus, que é o único caminho que os leva ao Pai, a única verdade que sacia sua sede, a única Via pela qual vale a pena deixar tudo.”

Para que sejam santos

E toda esta dedicação, “para que sejam santos”, o terceiro ponto.

“Esta é a motivação de toda nossa vida religiosa, e também de nossa ação com os jovens, levá-los a Deus”. Diante da tentação de resignação, vos é pedida a “audácia evangélica para lançar as redes, mesmo que possa parecer não ser o tempo e o momento mais oportuno”:

“Diante de uma vida sonolenta, adormentada e cansada, vos é solicitado para ficarem despertos, para poder despertar; vos é pedido para serem profetas da esperança e da novidade, profetas da alegria com a vossa própria vida, sabendo que a melhor pastoral juvenil e vocacional é viver a alegria da sua própria vocação.

“Deus chama em todos os lugares, Deus não faz preferência de pessoas, chama a todos. Sejam corajosos! (…) Vençamos nossos medos! Levantemo-nos! Os jovens, próximos e distantes, nos esperam”, disse o Papa ao concluir, pedindo para não esquecerem de rezar por ele.

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