Fé e emoção na Via-Sacra do Convento da Penha

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Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – A Sexta-feira da Paixão do Senhor no Convento da Penha, em Vila Velha (ES), começou com um dos exercícios piedosos mais comuns neste dia: a Via-Sacra. Logo cedo, às 7 horas, o guardião do Convento, Frei Valdecir Schwambach, Frei Pedro Engel e os aspirantes desceram até o portão principal do morro da Penha, onde teve início a Via-Sacra no percurso de 1.200 metros de subida.

Hoje no Convento, além da Via-sacra haverá a Adoração da Cruz, às 15 horas, uma vez que não é celebrada a Santa Missa. Com a instituição da Santa Ceia na tarde da quinta-feira, a liturgia não voltará a celebrar a Eucaristia até a noite pascal. Assim, a liturgia desta sexta-feira evoca a morte de Jesus, que não deixa de estar em íntima união com a missa de Quinta-feira Santa, já que o pão consagrado ontem é consumido hoje.

Frei Valdecir presidiu a celebração da Via-Sacra. Durante o percurso, era comum ver as pessoas emocionadas a cada estação com a narrativa dos sofrimentos de Jesus e, apesar do percurso íngreme, pessoas idosas se mantiveram firmes na sua piedade. “As pessoas, na sua vida de sofrimentos, sempre encontram identificação com os sofrimentos de Jesus, com o sofrimento da Mãe de Jesus. Assim como Maria sofreu, tantas mães sofrem por verem seus filhos nas drogas, na violência, desviados do caminho do bem. Por isso, hoje é um dia em que as pessoas rezam com muita emoção, porque veem que o caminho de Jesus se repete todos os dias”, explica o guardião do Convento.

Alcinéia dos Santos Costa

Segundo Frei Valdecir, celebrar esse itinerário de Jesus, que assumiu a cruz, desceu à sepultura e ressuscitou ao terceiro dia, é uma forma também de a gente vivenciar esse processo, esse caminho que Jesus viveu. “A Via-sacra sempre tem um olhar no céu, um olhar para Jesus Cristo e um olhar para a nossa realidade. A gente sempre contempla os diversos tipos de sofrimentos humanos. Nós podemos pegar, por exemplo, a Campanha da Fraternidade deste ano, preparada pela Conferência dos Bispos do Brasil, que olha a via-crúcis que tantas pessoas enfrentam nas filas dos hospitais brasileiros”, acrescentou. No percurso penitencial do Morro da Penha, a XV estação, a Ressurreição de Jesus, foi celebrada no Campinho.

Um exemplo dessa identificação com os sofrimentos de Cristo é Alcineia dos Santos Costa, moradora de Vila Velha, que aproveitou a manhã para fazer a sua devoção no Convento, já que durante à tarde iria para o trabalho. “Vim pedir a Jesus que me ajude a carregar a cruz. Não diminui-la, mas me ajudar. Ser o meu Cirineu”, falou Alcineia com os olhos cheios de lágrimas.

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